Monday, December 18, 2006

Tobruk - Ad Lib (1972)




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Faixas:
01. I'm in Love With You
02. Theme from My Mind
03. Queens are Made
04. Hello Crazy People
05. Heart of a Sound Spirit
06. Ad Lib
07. Send It for Tomorrow


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Tuesday, November 28, 2006

Walter Franco - Ou Não (1973)




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Faixas:
01. Mixturação
02. Água e Sal
03. No Fundo do Poço
04. Pátio dos Loucos
06. Flexa
07. Me Deixe Mudo
08. Xaxados e Perdidos
09. Doido de Fazê Dó
10. Vão de Boca
11. Cabeça


Quando Walter Franco apareceu, de "Cabeça" na música popular brasileira, quase não tinha antecedentes. Nem os protagonistas da Tropicália tinham ido tão longe. Era música concreta "in concreto". Foi no Festival da Globo de 1972. E sua bravura mobilizou a intervenção de gente como Décio Pignatari, Rogério Duprat e Julio Medaglia, integrantes do júri que foi destituído pela direção -- porque ousou indicar o nome de Walter como vencedor do Festival. "Cabeça" e "Me Deixe Mudo" -- a explosão da letra em estilhaços de poesia e a sua implosão nos ecos do silêncio -- composições que, como eu disse em meu "Balanço", racharam a cabeça da música popular, estão no primeiro LP de Walter o disco branco "Ou Não", gravado em fins de 1972 e editado no ano seguinte. De bate-pronto, Caetano respondia com "Araçá Azul",a sua aventura radical, e essa foi talvez a mais bela conversa de guerrilhas jamais travada no âmbito da nossa música popular de invenção bombas cruzadas de bahia e sampa, poema e
samba. "Revolver" continuou a antitradição de "Ou Não" com as explosões/implosões dos seus mantras, do primal "feito gente" ao quase mudo "e(ter)na(mente)". Walter seguiu adiante com "Vela Aberta". Mas, minado pela mediocridade da mídia, seu caminhar se fez mais secreto. Seus novos riscos quase não foram vistos pelo público. Um dia ele escreveu o poema certo: "o ab(surdo) não h(ouve)". Oucám Walter Franco.

Texto de Augusto de Campos, escrito em 2000.

Fazer o download de Walter Franco - Ou Não (1973).

Saturday, November 25, 2006

Damião Experyença - Chupando Cana Verde e Cheirando Alho no Planeta Lamma




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Faixas:
01. Damião Experyença Chupando Cana Verde no Planeta Lamma
02. Damião Experyença Cheirando Alho no Planeta Lamma


Fazer o download de Damião Experyença - Chupando Cana Verde e Cheirando Alho no Planeta Lamma.

Friday, November 17, 2006

Som Imaginário - Som Imaginário (1971)




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Faixas:
01. Cenouras
02. Você Tem Que Saber
03. Gogó (O Alívio Rococó)
04. Ascenso
05. Salvação Pela Macrobiótica
06. Ue
07. Xmas Blues
08. A Nova Estrela



O que você apostaria numa banda psicodélica formada por membros do grupo que acompanhava Milton Nascimento no fim dos anos 60? Pode apostar alto: os três únicos discos lançados pelo Som Imaginário (cujos músicos também acompanharam Lô Borges, Beto Guedes, Erasmo Carlos, Gonzaguinha e outros) são good trips garantidas. O primeiro, em especial, trazia um som mais pop, que misturava Beatles, psicodelia, rock progressivo, hippismo explícito e praticamente nada de MPB - destacando a criatividade de Frederyko, um dos melhores e menos reconhecidos guitarristas do Brasil, hoje sumido da mídia.

A formação que gravou Som Imaginário foi surgindo aos poucos, no fim dos anos 60. Wagner Tiso, que acompanhava Milton Nascimento desde o início de carreira (chegaram a montar, na adolescência, um conjunto de jazz chamado W Boys, graças à predominância na banda de rapazes com a inicial W no nome - Milton, que era o baixista, chegou a trocar seu nome para Wilton) se juntou a alguns músicos que tocavam com ele na noite carioca, como o baterista Robertinho Silva e o baixista Luiz Alves, e acabaram formando uma banda para tocar com o cantor mineiro. Antes disso, boa parte da formação do Som Imaginário podia ser encontrada no grupo de bailes Impacto 8, que tinha, entre outros, Robertinho e Frederyko. A banda não deu muito certo - Raul de Souza, trombonista e, em tese, líder do Impacto 8, desistiu do grupo após um show num Clube Militar em que todos os músicos simplesmente "esqueceram" de animar o baile para improvisar, solar e soltar os bichos no palco.

Já contando com Wagner Tiso, Luiz Alves e Robertinho Silva, o Som Imaginário logo admitiria Frederyko, o percussionista Laudir de Oliveira (que não ficaria na banda) e mais uma dupla de compositores que também se destacaria no álbum de estréia: Zé Rodrix (órgão) e Tavito (guitarra-base e violão de 12 cordas). O grupo gravaria o LP de 1970 de Milton Nascimento e logo entraria em estúdio para registrar Som Imaginário, um dos mais interessantes lançamentos da música psicodélica brasileira. O disco tinha muito menos influências de MPB do que o pedigree dos músicos poderia fazer supor - mas havia a presença de Milton, fazendo alguns vocais (não creditados) e cedendo o instrumental prog mineiro "Tema dos deuses", sem contar a latinidade que aparecia em algumas canções assinadas por Zé Rodrix, como a ruidosa "Morse" e a doidaralhaça "Super-God", com sua letra psicodélica e contra-cultural. Todas as faixas eram preenchidas pela fuzz-guitar de Frederyko, que ainda contribuiu com dois dos momentos mais hippies do disco, a bela "Sábado" (gravada nos anos 80 pelo - veja só - Roupa Nova) e a balada anarquista "Nepal", gravada em clima de zoação no estúdio.

O maior sucesso do disco acabou sendo "Feira moderna", parceria de Beto Guedes, Lô Borges e Fernando Brant, gravada pela banda numa versão crua, cheia de riffs de órgão - é aquela mesma música que você conhece da versão de Beto Guedes no disco Amor de índio, de 1978 (e regravada também pelos Paralamas do Sucesso nos anos 90). Zé Rodrix, que praticamente liderava o grupo no disco e fazia quase todos os vocais, prosseguia sua viagem pop e lisérgica em faixas como "Make believe waltz" (mesclando valsa, rock e country), a agressiva "Hey man" (espalhando brasa para a Copa de 70 e a ditadura nos versos: "você precisava da taça de ouro/você precisava beber nessa taça/que você pagou com o sangue que nela derreteu.../só que nesse instante você foi feliz/você é feliz quando deixam") e o hino psicodélico "Poison", com letra lembrando Timothy Leary e os Beatles de "Tomorrow never knows" ("I always get the poison that I need to be alive, to see and sing/so poison me to get my mind way out/my mind way in").

Formado por músicos bastante requisitados - até hoje, aliás - o Som Imaginário se dividia entre a banda e vários trabalhos para outros artistas. Com o tempo o grupo foi perdendo integrantes. Zé Rodrix logo sairia da banda para se juntar a Sá & Guarabyra e gravar dois discos não menos clássicos, além do solo 1º acto, de 1973 (também pela Odeon). O segundo disco do Som Imaginário (1971), também homônimo, trazia Frederyko na liderança, compondo uma série de faixas anárquicas (como "Cenouras" e a engraçada "Salvação pela macrobiótica"), além do tema "A nova estrela", dele e de Wagner Tiso. E é a sonoridade de Wagner que domina Matança do porco, disco de 1972 da banda, mais chegado ao estilo que marcaria os trabalhos solo do tecladista. Com três discos bastante diferentes uns dos outros - Milagre dos peixes ao vivo, disco de Milton Nascimento lançado em 1975, pode ser considerado o quarto LP do grupo, por ter sido creditado a eles e ao cantor - o Som Imaginário chegou a um resultado que não permitia comparações com praticamente nenhuma banda nacional ou internacional. Pena que tenha durado tão pouco.

Texto de Ricardo Schott, publicado no site discotecabasica.com.

Fazer o download de Som Imaginário - Som Imaginário (1971).

Saturday, October 21, 2006

Lula Côrtes & Zé Ramalho - Paêbirú (1975)




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Faixas:
01. Trilha de Sumé
02. Culto à Terra
03. Bailado das Muscarias
04. Harpa dos Ares
05. Não Existe Molhado Igual ao Pranto
06. O M M
07. Raga dos Raios
08. Nas Paredes da Pedra Encantada
09. Marácas de Fogo
10. Louvação a Iemanjá
11. Regato da Montanha
12. Beira Mar
13. Pedra Templo Animal
14. Trilha de Sumé



A primeira vez que o Brasil ouviu Zé Ramalho da Paraíba foi na voz de Vanusa, que gravou a canção Avohay em seu disco "Vanusa - 30 Anos", em 1977, pela Som Livre. Um ano após, já sem o 'Paraíba", Zé Ramalho ganhou as paradas nacionais com sua enigmática e encantadora mistura sonora. Antes disso, noi entanto, tão fantástica quanto suas letras, a história de Zé Ramalho registra a gravação de um disco que ficou perdido nos escaninhos do tempo.

Trata-se do raríssimo álbum duplo "Paêbirú", creditado a Lula Cortês e Zé Ramalho, gravado entre os meses de outubro e dezembro de 1974, na gravadora Rozemblit, em Recife (PE). Com eles, estão Paulo Rafael, Robertinho de Recife, Geraldo Azevedo e Alceu Valença, entre outros. Na época, Lula Cortês tinha em seu currículo o álbum "Satwa" (1973), que trazia canções com título como "Alegro Piradíssimo", "Blues do Cachorro Louco" e "Valsa dos Cogumelos". Zé Ramalho, já tocando com Alceu Valença, tinha em sua bagagem a experiência de grupos de Jovem Guarda e beatlemania, como Os Quatro Loucos, o mais importante de todo o Nordeste.

Clássico do pós-tropicalismo, com (over)doses de psicodelia, o álbum trazia seus quatro lados dedicados aos elementos "água, terra, fogo e ar". Nesse clima, rolam canções como o medley "Trilha de Sumé/Culto à Terra/Bailado das Muscarias", com seus13 minutos de violas, flautas, baixão pesado, guitarras, rabecas, pianos, sopros, chocalhos e vocais "árabes", ou a curta e ultra-psicodélica "Raga dos Raios", com uma fuzz-guitar ensandecida. E, destaque do álbum, a obra-prima "Nas Paredes da Pedra Encantada, Os segredos Talhados Por Sumé" (regravada por Jorge Cabeleira, com participação de Zé Ramalho), com seu baixo sacado de Goin' Home dos Rolling Stones sustentando os mais pirados 7 minutos do que se pode chamar de psicodelia brasileira.

O disco por si só é uma lenda, mas ficou mais interessante ainda pelas situações que envolveram a sua gravação. A gravadora Rozenblit ficava na beira do rio Capiberibe, e o disco, depois de gravado, foi levado por uma das enchentes que assolavam a região. Conta a lenda que sobraram apenas umas trezentas cópias do disco, hoje nas mãos de poucos e felizardos colecionadores, muitas das quais no exterior, onde foram parar a preço de ouro. Contando com a co-produção do grupo multimídia Abrakadabra, o disco trazia um rico encarte, que também sucumbiu ao aguaceiro.

Hoje "top 10" das paradas de CDr no país e ítem valioso no mercado internacional de raridades psicodélicas, o álbum segue misteriosamente inédito no mundo digital. Com isso, a indústria dicográfica brasileira perde uma boa oportunidade de provar que se preocupa um pouco mais do que com o tilintar da caixa-registradora. "Paêbirú", que quer dizer "o caminho do sol" (para os incas), poderia ser o primeiro de uma série de raridades a ganhar a luz do dia, para ocupar uma fatia de mercado que, se pequena comercialmente, é fundamental para a preservação da cultura musical brasileira.

Texto de Fernando Rosa, originalmente publicado na revista Showbizz.


Fazer o download de Lula Côrtes & Zé Ramalho - Paêbirú (1975).

Monday, October 16, 2006

Ednardo - Pessoal do Ceará (1973)




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Faixas:
01. Ingazeiras
02. Terral
03. Cavalo Ferro
04. Curta Metragem
05. Falando da Vida
06. Dono dos Teus Olhos
07. Palmas pra dar Ibope
08. Beira-Mar
09. Susto
10. A Mala



Impossível dizer como tudo começou. Poderíamos partir dos shows do Instituto de Física da Universidade Federal do Ceará (1965). Poderia ser a Escola de Arquitetura, que tornou-se (1966) o ponto de realização das "tertúlias-etílico-lítero-musical e badernosas". Poderia ser o Bar do Anísio, onde se bebia todas as fossas, todas as alegrias e se aguardava o sol...
Poderia também ter começado com os galos e cangaceiros de Aldemir Martins, ou os dragões do Chico da Silva... os contos do Juarez Barroso... teria começado no singular movimento revolucionário, sério, satírico, cultural e de danações em geral da "Padaria Espiritual" (1892-1898), ou ainda na Academia Francesa de Letras (a primeira nacional), ou já mais recentemente no movimento de teatro.

Era um sábado. Sábado à tarde e o rádio mostrava uma das mais inteligentes entrevistas. Nela, Júlio Lerner mostrava ao público de São Paulo um novo grupo. Como não houvesse uma marca, ainda para esse grupo, ele era designado a cada intervalo como Pessoal do Ceará.
E no dia seguinte já moravam nos ouvidos da gente a nova informação e o quase susto que as composições e as interpretações dos meninos nos passara.
O mesmo produtor levou-os à televisão, onde o grupo tomou parte num dos mais inteligentes programas de São Paulo: "Proposta". Apresentados ao grupo por Moracy Do Val, adotamos a "cidadania musical" cearense de hoje. E eis o disco pronto.
Nosso trabalho foi todo feito com o mesmo amor e carinho como se tecem os lindos bordados que esta capa estampa.
Ponto a ponto movidos pelos bilros da amizade fomos nos juntando. Hareton Salvanini, este excelente maestro-cantor-compositor que até agora, vinha trabalhando em publicidade e em trilhas sonoras para cinema e televisão, também juntou-se a nós e como eles faz aqui a sua estréia em disco ... a renda vai ficando cada vez maior, que só será completa se você também entrar nela.

Rodger Rogério e Tetty, são casados e pais de dois lindos filhos. Ele professor de Física da USP, não aparenta os vinte e oitos anos que tem. Ela, com aquela voz pequena e incrivelmente afinada, é a "estrela" deste grupo. Todos os desvelos são para Tetty, importante revelação musical deste ano.
Ednardo é talvez, o mais habituado com as transas todas do ambiente, uma vez que até produção de programas musicais já fez. Tem vinte e sete anos e tem mais identificação com o grande público, ao primeiro ouvir, por serem suas obras agitadas e comunicativas, nem porisso menos importantes do que as do Rodger Rogério.
O Pessoal do Ceará, não é um conjunto vocal. É um grupo de novos mensageiros que, cada um à sua maneira, dá o recado mais importante desta temporada.

PS.: INGAZEIRAS foi feita para Aldemir Martins. A MALA foi gravada exclusivamente por Tetty e Hareton que toca piano, órgão, sintetizador e faz o
vocal inicial. Em BEIRA-MAR note-se a participação de Tetty.

Textos de Ednardo, Rodger Rogério e Walter Silva, encartados na edição original do LP.


Fazer o download de Ednardo - Pessoal do Ceará (1973).

Monday, October 02, 2006

Jards Macalé - Jards Macalé (1972)




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Faixas:
01. Farinha do Desprezo
02. Revendo Amigos
03. Mal Secreto
04. 78 Rotações
05. Movimento dos Barcos
06. Meu Amor me Agarra & Geme & Treme & Chora & Mata
07. Let's Play That
08. Farrapo Humano - A Morte
09. Hotel das Estrelas



Jards Macalé, primeiro disco do cantor carioca, é um dos trabalhos mais inusitados da música brasileira. Um disco até hoje duro de ser conceituado - e por isso mesmo genial, e tantas vezes esquecido. Feito após Jards ter passado por experiências diversas como músico, o álbum marcava sua transição para a via pop, revolucionando a música brasileira ao mesclar rock, samba, eruditismo, jazz, bossa-nova, tropicalismo, melancolia e sofrimento em doses cavalares. Gravado às pressas, da forma mais minimalista possível (com Jards no violão, Lanny no violão solo e no baixo e Tutty na bateria), o disco traz uma sonoridade crua, anti-comercial, com letras que chegam a soar punks. O LP abria com "Farinha do desprezo", quase um anti-rock, desconstruído, misturado com samba e jazz (a letra: "só vou comer agora da farinha do desejo/alimentar minha fome para que nunca mais me esqueça/como é forte o gosto da farinha do desprezo").

Uma vinheta com "Vapor barato" a capella - cantada de forma quase fúnebre, fantasmagórica mesmo - antecede o forrock "Revendo amigos", que chegou a ir 12 vezes para a censura, encucada com versos como "se me der na veneta eu morro/se me der na veneta eu mato". Numa época em que Roberto Carlos era rei, Jards só oferecia romantismo em faixas originais como o quase-samba "78 rotações", na voraz "Meu amor me agarra & geme & treme & chora & mata" e na desolação de "Movimento dos barcos". O lado mais característico de Macalé, no entanto, era a faceta melancólica e existencial de faixas como o rock "Mal secreto" ("massacro meu medo, mascaro minha dor, já sei sofrer") e o hino "Let's play that" ("vai, bicho/desafiar o coro dos contentes", dizia a letra de Torquato Neto). Num viés tenso, repleto de improvisos roqueiros ao violão, em que não havia oposição entre tristeza e felicidade, alegria e melancolia ("dessa janela sozinha/olhar a cidade me acalma/estrela vulgar a vagar/rio e também posso chorar", diz a letra de "Hotel das estrelas", que fechava o disco), Jards Macalé também trazia o rock´n roll suicida e ágil de "Farrapo humano" (de Luiz Melodia) - sintomaticamente seguido pelo samba "A morte", de Gilberto Gil.

A ousadia custou caro: Jards Macalé acabou tendo pouca tiragem e logo foi tirado de catálogo. O cantor iniciou uma série de shows, mas continuava com problemas de colocação no mercado. Em 1973, liderou na Philips um misto de show-disco coletivo, O banquete dos mendigos, feito por ele e por vários amigos para comemorar o aniversário de 25 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem e, de quebra, ajudar a tirar a conta de Macalé do vermelho: o show foi feito, mas o disco ao vivo acabou sendo completamente censurado e só liberado em 1979 (e já pela RCA).
Texto de Ricardo Schott, publicado no site The Freakium!.

Fazer o download de Jards Macalé - Jards Macalé (1972).

Friday, September 29, 2006

A Bolha - Um Passo a Frente (1973)




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Faixas:
01. Um Passo A Frente
02. A Esfera
03. Epit fio (Epitaph)
04. Bye My Friend
05. Tempos Constantes
06. Neste Rock Forever
07. Razão De Existir
08. Sem Nada
09. 18.30



Nascida no Rio de Janeiro, The Bubbles - formada por Cesar (solo), Renato (ritmo), Ricardão (baixo), logo substituído por Lincoln, e Ricardo (bateria) - é uma das maiores legendas da história do rock brasileiro. Desde o início da carreira, em meados dos anos sessenta, a banda passou por todas as fases do rock daquela época, da invasão britânica ao hard rock, passando pela psicodelia e pelo semi-progressivo. Em 1966, lançaram o raríssimo compacto com as faixas ‘Não Vou Cortar o Cabelo/Porque Sou Tão Feio’, versões para Los Shakers (Break it All) e The Rolling Stones (Get Out Of My Cloud), respectivamente.

Após participar de shows e programas de TV - abriram para os Herman’s Hermits, no Rio de Janeiro - e, principalmente, de reinar (ao lado dos Analfabitles) no tradicional circuito de show/bailes na periferia do Rio de Janeiro, acompanharam Gal Costa como banda de apoio. Em 1970, foram assistir ao Festival da Ilha de Wight, ficando impressionados com o que viram. De volta ao Brasil, resolveram mudar radicalmente a sonoridade da banda, resultando no clássico compacto simples com as faixas ‘Sem Nada/18:30 (Parte I)’ e ‘Os Hemadecons Cantavam em Coro Chôôôôôôô’, lançado em 1971. Nesse meio tempo, a banda ainda participou do histórico álbum ‘Vida e Obra de Johnny McCartney’, com o cantor da Jovem Guarda, Leno (ex-Leno & Lílian), produzido por Raul Seixas.

Em 1972, ganham o prêmio de melhor banda no Festival Internacional da Canção (FIC), o que garante melhores condições para gravar o primeiro LP, batizado de ‘Um Passo à Frente’ (já reeditado em CD), trazendo um rock básico, com algumas faixas numa linha bem progressiva, que saiu em 1973. Nesta época, a banda contava com Pedro Lima (guitarras, harmônicos, vocal), Renato Ladeira (órgão Hammond, Farfisa, Vox, guitarras, vocal), Lincoln Bittencourt (baixo, vocal) e Gustavo Schroeter (bateria, vocal). Em 1975, participam do lendário festival ‘Banana Progressiva’, realizado no Teatro da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, entre os dias 29 de maio e 1º de junho.

Em 1977, após alguns altos e baixos e mudanças de formação, gravam seu segundo e último disco - ‘É Proibido Fumar’, em que adotam uma sonoridade um pouco mais ‘pesada’, abandonando definitivamente o progressivo. Mas as vendas não foram muito boas, decretando o fim da banda, que ainda tocou como banda de apoio de Erasmo Carlos, em uma turnê pelo Brasil. Renato também integrou o grupo gaúcho Bixo da Seda (ex-Liverpool), e depois o Herva Doce, já nos anos 80.

Texto de Fernando Rosa, publicado no site Senhor F.

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Wednesday, August 16, 2006

Silvinha - Silvinha (1971)




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Faixas:
01. Voce Já Morreu e Se Esqueceu de Deitar
02. O Que Fazer para Te Esquecer
03. Estou Pedindo Baby
04. Deixa a Cinza Deste Inverno Passar
05. Prá Toda a Geração
06. Paraíba
07. Risque
08. Seu Amor Ainda é Tudo Pra Mim
09. Leve a Vida
10. É Minha Opinião
11. Nossos Filhos Serão Pais



Começou a cantar com o coral de músicas folclóricas organizado por sua mãe, professora de música em São João del Rei (MG), apresentando-se em rádios e programas culturais, por volta de 1963. Mais tarde, incluiu no repertório do coral músicas dos Beatles e de Rita Pavone, artistas dos quais gostava.

Em 1965, a convite de Aldair Pinto, foi para Belo Horizonte (MG), para atuar no programa de televisão Programa só para Mulheres, seguindo dois anos depois para o Rio de Janeiro RJ, sendo lançada no programa do Chacrinha. Contratada pela TV Excelsior de São Paulo (SP), cantou durante algum tempo no Programa dos Incríveis, e logo depois passou a apresentar no programa de TV O Bom, do cantor Eduardo Araújo, com quem se casou. Ainda em 1967 gravou pela primeira vez, as músicas Vou botar pra quebrar e Feitiço de broto (ambas de Carlos Imperial), pela Odeon. No ano seguinte excursionou com show da Rhodia, cantando na Fenit, em São Paulo, e no Copacabana Palace Hotel, do Rio de Janeiro, além de outras capitais do país. Ao retornar foi contratada pela TV Tupi para voltar a participar do Programa dos Incríveis, mas seis meses depois estava na TV Record.

Gravou três LPs na Odeon, nos anos de 1968, 1969 e 1971. Contratada pela RCA Victor de 1972 a 1975, participou esse ano do show Pelos caminhos do rock ao lado de Eduardo Araújo, no Teatro Bandeirantes, de São Paulo, e gravou quatro compactos simples. Em 1975 mudou para a gravadora Copacabana.

Depois de alguns anos afastada dos palcos, Silvinha começou a fazer algumas vocalizações e backing vocals esporádicos em jingles e discos, até que, em 1978, a cantora que deveria gravar uma peça faltou, sendo Silvinha chamada para a substituição. A partir de então, passou a ser uma das cantoras mais requisitadas para gravação de jingles. Durante mais de 20 anos foi uma das vozes mais ouvidas no Brasil em campanhas para Mc Donald’s, Coca-Cola, Unibanco, Varig, entre outras.

Afastada da publicidade, passou a se dedicar à gravadora Number One (sua e do marido). Em 2001, lançou o CD Suave é a Noite, com músicas românticas. Em 2007, lançou um DVD comemorativo dos 40 anos da Jovem Guarda, e vinha trabalhando na divulgação desse trabalho.

Quando morreu, estava internada havia 21 dias no Hospital 9 de Julho, em decorrência de complicações do câncer de mama contra o qual lutou 12 anos. Foi enterrada em Itapecerica da Serra.

Fazer o download de Silvinha - Silvinha (1971).

Thursday, July 20, 2006

Ronnie Von - A Máquina Voadora (1970)






Faixas:
01. Máquina Voadora
02. Baby de Tal
03. Verão nos Chama
04. Seu Olhar no Meu
05. Imagem
06. Continentes e Civilizações
07. Viva o Chopp Escuro
08. Enseada
09. Tema de Alessandra
10. Águas de Sempre
11. Cidade
12. Você de Azul



Como esse álbum foi recentemente relançado em CD, retirei o link para download.

Because this album has recently been released in CD here in Brazil, I have removed the download link.

Piri - Vocês Querem Mate? (1972)




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Faixas:
01. Reza Brava
02. As Incriveis Peripécias de Danilo
03. O Som do Roberto
04. Sombra Morta
05. Vocês Querem Mate?
06. Cupido Esculpido
07. Chão Vermelho
08. Lágrimas
09. Espiral
10. Porta do Sol



Este lançamento exemplifica o tipo de som do selo Quartin, de Roberto Quartin, de curta existência nos anos 70. Jazz obscuro e meditativo, mas sempre firme e dançante.

Novamente, um time de craques foi escalado. Acompanhando o violão e a voz suave de Piri, estão Danilo Caymmi, Paulinho Jobim na flauta, Jorge Marinho no baixo, o onipresente Wilson das Neves na bateria e Juquinha na percussão. Tita também aparece, como cantor convidado.

Elementos de bossa nova, psicodelismo, funk e folk se encontram nessas 10 músicas, todas compostas pelo próprio Piri.

Texto extraído do blog Quimsy's Mumbo Jumbo.


This release typifies the sound of Roberto Quartin's eponymous and short lived label. Dark, brooding jazz but always tight and groovy.

Again, a crack troop has been assembled here. Accompanying Piri's guitar and gentle vocals are Danilo Caymmi and Paulinho Jobim on flute, Jorge Marinho on bass, the ubiquitous Wilson Das Neves on drums and Juquinha on percussion. Tita also adds guest vocals.

Elements of bossa, psych, funk & folk are to be had on these 10 originals all composed by Piri himself.


Extracted from Quimsy's Mumbo Jumbo blog.




Fazer o download de Piri - Vocês Querem Mate? (1972).

Friday, July 14, 2006

Manduka y Los Jaivas - Los Sueños de América (1974)




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Faixas:
01. Don Juan de la Suerte
02. La Centinela
03. Date una Vuelta en el Aire
04. Tá Bom Tá Que Tá
05. Traguito de Ron
06. Los Sueños de América
07. 1º Encuentro Latinoamericano de la Soledad



Em 1974, em suas andanças pela América Latina, Manduka encontra-se na Argentina com o grupo chileno Los Jaivas. Desse encontro, batizado com o nome fictício e simbólico de "1º Encontro Latino-americano da Saudade", surge esse disco que, segundo texto do próprio Manduka, alia "a sabedoria das montanhas, a embriaguês do mar e o hermetismo da selva". Tentando retratar a mestiçagem hispano-americana, as músicas fundem de maneira bastante complexa baião, bossa nova, rítmos caribenhos, tango e música andina, numa clave experimental bem ao gosto do grupo chileno. De lirismo e força ímpar, o disco é o fruto de quem "sonha com uma América crepuscular e imaginária, humanamente poética e silenciada".


Los Jaivas

Com mais de trinta anos de estrada, Los Jaivas é uma das bandas de maior destaque da cena musical chilena e latino-americana. Nascido em Viña del Mar no final da década de sessenta o grupo foi um dos primeiros a fundir a música folclórica latino-americana com instrumental de rock. Residindo em Paris desde 1977, Los Jaivas gravaram muitos discos de relativo sucesso, onde se descata seu segundo álbum, "Todos Juntos" (1972), cuja música título foi, em 1996, o hino do Encontro latino-americano de Presidentes, que se deu em Santiago do Chile. A canção é um exemplo de união de gerações e espíritos que o grupo conseguiu através de sua música cheia de magia e sentimentos humanitários. Em sua obra também merece destaque o álbum "Alturas de Machu Picchu" (1981), inspirado em texto escrito pelo poeta chileno pablo Neruda. Seu trabalho é um exemplo de continuidade artística e de perseverançxa criativa, que leva Los Jaivas ao reconhecimento de ser uma das bandas mais importantes do Chile e claro expoente do folclore e do rock latino-americano.

Texto extraído da Enciclopedia del Rock Chileno


Fazer o download de Manduka y Los Jaivas - Los Sueños de América (1974).

Tuesday, July 04, 2006

Naná Vasconcelos - Africadeus (1973) + Naná Vasconcelos (1972)




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Faixas:
From "Africadeus" (1973):
01. Africadeus
02. Aboios
03. Seleção de Folclore

From "Naná Vasconcelos" (1972):
04. No Sul do Polo Norte
05. No Norte do Polo Sul
06. Aranda
07. Toshiro
08. Baião do Acordar
09. Garimpo
10. Tiro Crusado
11. Pinote



Uma voz distinta na percussão brasileira e mundial

Quando se pensa em Naná Vasconcelos, vem som. Uma figura brasileira que passou uma boa parte desses últimos 30 anos em Nova York, mas que não mudou seu figurino para um Armani, para melhor representar a nata da música instrumental brasileira. Afinal, o percussionista pernambucano nascido em 1945 certamente ainda preserva a cor pastel de suas lembranças de infância, quando tocava com o pai em uma bandinha marcial em Recife.

Um salto nas décadas e vemos Naná uma figura mundial, que ultrapassou a mera barreira da percussão. É um criador que já foi eleito sete vezes Melhor Percussionista do Mundo pela revista americana Down Beat. E grande parte desse feito foi conseguido graças a sua projeção no exterior, que sempre soube reconhecer o talento acima das vertentes comerciais da música.

Curioso e lembrando uma figura mística - mas não se engane, é um perfeito administrador de sua carreira -, Naná não tem o pé na hermetismo do erudito, pois é possível ouvir em sua atitude Músical a rebeldia de um Jimi Hendrix. Essa rebeldia e perfeita sintonia com o som e silêncio se percebe no instrumento que mais o caracteriza, o berimbau. Sozinho - ou com todos que o ouvem -, consegue criar um ambiente sonoro único em que notas da corda esticada do instrumento se misturam com sua voz, também dotada de assinatura singular.

Vida no exterior

Mas Naná não resume-se ao instrumento longitudinal - toca praticamente todos os instrumentos percussivos que lhe chega às mãos, e de forma pessoal, o que é extremamente difícil no gênero. Naná não é o percussionista de estúdio que os estrangeiros esperam de um brasileiro, que coloca um pandeiro aqui, uma tumbadora alí. Mas a sonoridade de Naná não nasceu de uma jam para outra. O músico se mudou para o Rio de Janeiro no final da década de 60, para trabalhar com Milton Nascimento. Uma união em 1970 com o saxofonista Gato Barbieri o tirou de nossas fronteiras pela primeira vez - o que se tornaria uma constante anos depois. Bom, Naná foi para o mundo.

Fixou residência em Paris, por cinco anos. O primeiro disco saiu dessa fase com o nome Africadeus. Amazonas saiu quando retornou ao Brasil, em 1972. Daí em diante, ligou-se a outra figura única na música brasileira, para uma parceria de oito anos e três discos: Egberto Gismonti. São eles: Dança das Cabeças (1976), Sol do Meio Dia (1977) e Duas Vozes (1984). A escapulida para fora do Brasil tornou a acontecer, desta vez para Nova York. Para Naná, o período com o grupo Codona (com Don Cherri e Colin Walcott) seria o mais gratificante. Estando na meca mundial do jazz, passou a integrar os mais variados grupos, sempre contribuindo, mais do que tudo. Com o jazzísta Pat Metheny foi assim - bem como com B.B. King, o violinista Jean-Luc Ponty e o Talking Heads.

Percpan

Ficou longe do Brasil por 10 anos, voltando em 1986. A partir desse momento, começava sua história com um festival anual de música experimental chamado Panorama Percussivo Mundial (Percpan) - que no início contemplava apenas a percussão pura. Dois anos depois, dividiria a direção com Gilberto Gil do festival, que deu uma cara mais abrangente ao Percpan. Apesar do aparente afastamento das raízes brasileiras, Naná sempre esteve envolvido com projetos sociais, como o ABC das Artes Flor do Mangue (com crianças carentes). Ainda: seu toque percussivo e vocal pode ser ouvido em diversos álbuns brasileiros como os de Marisa Monte, Caetano Veloso, Milton Nascimento, além de uma infinidade de amigos/parceiros.

Um de seus mais recentes trabalhos - e Naná vive realizando sua trajetória profissional Músical para caminhos que somente o próprio sabe onde -, o CD Fragmentos, de 1998, traz a participação do velho companheiro de bem-sucedidos discos, Egberto Gismonti. Mais alguns para a lista atual de trabalhos de Naná: trilha para a peça Othello, na Alemanha, A Sagração da Primavera, na França, e a trilha para o espetáculo Você me Faz Sorrir. Este ano, está em fase de finalização da edição 2001 do Percpan, agendado para setembro. Mas a história do pernambucano de 56 anos não acaba aí - vai longe, até onde a percussão, a imaginação, o silêncio e tudo mais levar.

Texto de Ricardo Ivanov, publicado no site Terra.

Fazer o download de Naná Vasconcelos - Africadeus (1972).

Ney Matogrosso - Single (1974)




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Faixas:
01. As Ilhas
02. 1964 (II)



Logo após deixar o Secos & Molhados, em 1974, Ney Matogrosso marcha para a Itália para gravar esse compacto bastante singular. Com composições e arranjos de Astor Piazzolla, o disco ainda conta com o próprio no bandolion. Um disco essencialmente de tango "a la Piazzolla", este compacto veio encartado como bônus no primeiro LP solo de Ney, apesar da nítida diferença entre os estilos.


Fazer o download de Ney Matogrosso - Single (1974).

Sunday, July 02, 2006

Lula Côrtes - Rosa de Sangue (1980)




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Faixas:
01. Lua Viva
02. Balada da Calma
03. Casaco de Pedras
04. Nordeste Oriental
05. Bahjan - Oração para Shiva
06. São Tantas as Trilhas
07. Noite Prêta
08. Dos Inimigos
09. A Pisada é Essa
10. Rosa de Sangue



Cantor e compositor, na década de 1970 foi um dos primeiros a fundir ritmos regionais nordestinos com o rock and roll, juntamente com Zé Ramalho e outros artistas.

Obra: Em 1972, lança, com Laílson, o LP Satwa (Rozemblit, Recife); em dezembro de 1974, termina a gravação do álbum duplo "Paêbiru", com Zé Ramalho, mas o álbum não é lançado porque a gravadora Rozemblit, foi atingida por uma grande enchente; LP O Gosto Novo da Vida (Ariola); LP Rosa de Sangue (Rozemblit; não chegou ao mercado por conta de briga jurídica com a gravadora); LP A Mística do Dinheiro (gravado pela Rozemblit mas nunca lançado); LP O Pirata (gravado em São Paulo e também nunca lançado); LP Nordeste, Repente e Canção (Discos Marcus Pereira); CD Lula Cortes & Má Companhia (1997).

É, também, pintor e lançou livros de poesia, entre os quais "Bom Era Meu Irmão, Ele Morreu, Eu Não".

Fazer o download de Lula Côrtes - Rosa de Sangue (1980).

Monday, June 26, 2006

Pão com Manteiga - Pão com Manteiga (1976)




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Faixas:
01. Mister Drá
02. Merlin
03. Flor Felicidade
04. Micróbio do Universo
05. Montanha Púrpura
06. Multi-Átomos
07. Serzinho Sem Medo
08. Cavaleiro Lancelot
09. História do Futuro


Fazer o download de Pão com Manteiga - Pão com Manteiga (1976).

Perfume Azul do Sol - Nascimento (1974)




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Faixas:
01. 20000 Raios de Sol
02. Sopro
03. Calça Velha
04. Deusa Sombria
05. O Abraço Do Baião
06. Equilíbrio Total
07. Nascimento
08. Pé De Ingazeira
09. Canto Fundo
10. A Ceia



Grupo paulista formado por Ana (voz e piano), Benvindo (voz e violão), Jean (voz e guitarra) e Gil (bateria e vocal). Com visual hippie e psicodelia derivada de ritmos e instrumental regionais, gravaram um único álbum - Nascimento -, pelo selo Chantecler, em 1974. O baixista Pedrão, depois integrou o Som Nosso de Cada Dia, ao lado do ex-Íncríveis, Manito.

Texto de Fernando Rosa, publicado no site Senhor F.

Fazer o download de Perfume Azul do Sol - Nascimento (1974).

Thursday, June 22, 2006

Denise Emmer - Canto Lunar (1982)




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Faixas:
01. Canto Lunar
02. Luzes da Cidade
03. Voa Canção
04. Moça de la Mancha
05. Grande Amor
06. O Amor é Leve
07. O Sol
08. Canção de Acender a Noite
09. Estrela no Mar, Peixe no Céu
10. Cama na Calçada



Filha dos escritores Dias Gomes e Janete Clair, Denise Emmer é cantora, compositora, instrumentista e poetisa.

Denise Emmer estudou piano durante oito anos com Werther Politano e iniciou suas primeiras composições aos 10 anos de idade. Ainda no colégio, começou a pesquisar e a compor em português arcaico, sendo dessa época suas canções "Galvan el gran cavalero" e "Aquestas mañanas frias". Em 1980, graduou-se em Física, seguida de uma pós-graduação em Filosofia. Cursou o Conservatório Brasileiro de Música (Violoncelo), onde foi aluna de Paulo Santoro. É autodidata no violão e na flauta doce

Em 1970, suas composições "Pelas muralhas da adolescência" e "Tema verde" fizeram parte da trilha sonora da novela Assim na Terra como no Céu, da Rede Globo.

Ainda na década de 1970, participou, como compositora e cantora, da trilha sonora das seguintes novelas da TV Globo: Bravo! (1975), de Janete Clair, O pulo do gato (1978), de Bráulio Pedroso, e "Pai Herói" (1979), de Janete Clair, com a canção "Alouette".

"Alouette", muito executada nas emissoras de rádio, foi lançada, no ano seguinte, em compacto simples, atingindo a vendagem de 300.000 cópias, o que valeu à cantora um Disco de Ouro e a participação em programas de televisão. Em seguida, gravou um compacto duplo com a versão cantada e a versão instrumental de "Alouette" e contendo ainda as faixas "Chocolat", "Jardineiro" e "Sândalus" (instrumental, com solo de flauta doce executado pela cantora), todas de sua autoria.

Na década de 1980, atuou em produção musical de trilhas de novelas e dos seriados O bem amado e Quarta nobre, na TV Globo.

Em 1980, gravou seu primeiro LP, Pelos caminhos da América. O disco contou com arranjos de Jayme Alem e do Grupo Água, que atuou também na instrumentação, e texto de apresentação de Ferreira Gullar. Nessa época, fez shows com o Grupo Água.

Em 1981, atuando como cantora e instrumentista (violão e flauta doce), lançou o LP Toda cidade é um pássaro, registrando exclusivamente canções de sua autoria. O disco, produzido por Ronaldo B. Vieira, contou com a participação de Alain Pierre (arranjos, baixo acústico, baixo elétrico, violão, percussão e vocal), Paulinho Soledade (arranjos, violão Ovation, guitarra e vocal), Beto Resende (viola), Marcelo Costa (percussão e vocal), Jaques Morelenbaum (violoncelo), Guilherme Dias Gomes (piano), Alfredo Dias Gomes (bateria), Ana Lucia (vocal) e Cecília (vocal).

Em 1983, como cantora e instrumentista (charango, flauta doce, tambor, cravo e flauta doce soprano), gravou o LP Canto lunar, produzido por Ronaldo B. Vieira e com com a participação de Alain Pierre (arranjos, violão, saltério, baixo acústico), Myrna Herzog (flauta doce, flauta doce tenor, kruhm Horns, viola da gamba, violoncelo, vielle), Paulinho Soledade (guitarra), Jaques Morelenbaum (violoncelo), Beto Resende (viola), Freddy Anrique (Bombo Leguero) e Eliahu Feldman (vocal). A música "Canto lunar" mais tarde virou sucesso com o grupo folclórico Tarancon.

Ainda na década de 1980, participou, como compositora e cantora, da trilha sonora das novelas Coração alado (1980), Voltei pra você (1983), e Sinhá moça (1986).

Em 1992, gravou o LP Cantiga do verso avesso, contendo composições próprias e arranjos de Alain Pierre, contando com a participação de Jaques Morelenbaum.

Criou, em 1994, o grupo Trovarte, cantando acompanhada por Ludmila Plitek (violino), Ivan Sérgio Niremberg (viola) e Beto Resende (violão). Com o conjunto, apresentou-se em recitais na Academia Brasileira de Letras, na Casa de Cultura Estácio de Sá e em eventos beneficentes realizados no Rotary Clube, além de atuar em festas e convenções.

No ano seguinte, lançou o CD Cinco movimentos e um soneto, musicando poemas de Ivan Junqueira. O disco contou com a participação de Alain Pierre (arranjos, violão, teclados e alaúde), Jaques Morelenbaum (violoncelo) e Alexandre Caldi (saxofone). Atuou também como tecladista em algumas faixas.

Paralelamente à sua atuação como compositora, cantora e instrumentista, é autora de vários livros como Canções de acender a noite (1982), O inventor de enigmas (1989) e Cantares de amor e abismo (1995), recebendo inúmeros prêmios.

Em 2001, passou a integrar, como violoncelista, a Orquestra Rio Camerata.

Lançou, em 2004, o CD Mapa das horas, atuando como cantora e violoncelista. No repertório, suas composições e a a participação de Alain Pierre (co-produção, arranjos, violão, viola, baixo, alaúde, piano, teclado, organeto medieval, espineta, percussão e voz), Lenora Mendes (flauta doce, viola da gamba, vielle, viela de roda, darback, aduf e tambores), Alexandre Caldi (sax alto), Elza Marins (oboé) e Luciano Rocha (violoncelo barroco).

Discografia:
  • Alouette (1980) Tape Car/Som Livre Compacto simples
  • Denise Emmer (1980) Tape Car/Som Livre Compacto duplo
  • Pelos caminhos da América (1980) Tape Car/Som Livre LP
  • Toda cidade é um pássaro (1981) Independente LP
  • Canto lunar (1983) RGE LP
  • Cantiga do verso avesso (1992) Independente LP
  • Cinco movimentos e um soneto (1995) Leblon Records CD
  • Mapa das horas (2004) Lumiar Discos CD

    Texto adaptado do Dicionário Cravo Albin.

  • Fazer o download de Denise Emmer - Canto Lunar (1982).

    Friday, June 16, 2006

    Olívia Byington - Corra o Risco (1978)




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    Faixas:
    01. Fantasma da Ópera
    02. Lady Jane
    03. Corra o Risco
    04. Jardim de Infância
    05. Banda dos Corações Solitários
    06. Cavalo Marinho
    07. Lobo do Mar
    08. Água e Vinho
    09. Brilho da Noite
    10. Minha Pena Minha Dor
    11. Luz do Tango



    Filha de um psicanalista carioca, estudou piano, violino e violão. Dona de grande extensão vocal, cantava óperas e rock na juventude. Nos anos 70 integrou, ao lado do violoncelista Jacques Morelenbaum, a banda Antena Coletiva, que tocava rock de garagem. No final da década lançou um disco ("Corra o Risco", 1978) e fez shows como cantora solo, no Rio de Janeiro, acompanhada pelo grupo A Barca do Sol. Considerada uma cantora refinada e sofisticada pelos críticos desde o início de sua carreira, apresentou-se ao lado de Tom Jobim, Radamés Gnattali, Chico Buarque, Turíbio Santos, Paulo Moura, Egberto Gismonti, João Carlos Assis Brasil. Em 1981 foi a Cuba, a convite de Chico Buarque, e acabou gravando um disco produzido por Silvio Rodrigues. Sem desprezar o rock e confirmando sua postura de eclética, gravou, em seu disco "Música" (1984), rocks de Cazuza e canções de Djavan. Mas em geral é conhecida pelo repertório que inclui Gershwin, Porter, Cartola, Tom Jobim. Em 1990 o disco "Olivia Byington e João Carlos Assis Brasil" teve boa recepção e proporcionou ao duo viagens por todo o Brasil. Nos anos 90 excursionou pela Europa e elaborou um trabalho ao lado do saxofonista Edgar Duvivier, e em 1997 gravou "A Dama do Encantado", em homenagem a Aracy de Almeida, disco aclamado pela crítica.

    Fonte: www.cliquemusic.com.br.


    Fazer o download de Olívia Byington - Corra o Risco (1978).

    Luiza Maria - Eu Queria Ser um Anjo (1975)




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    Faixas:
    01. Na Casca do Ovo
    02. Maya
    03. Tão Quente
    04. O Principe Valente
    05. No Fundo do Poço
    06. Não Corra Atrás do Sol
    07. O Anjo
    08. Miro Giro
    09. Eu Sou Você
    10. Universo e Fantasia

    Extraído do blog Music for the Nations.


    Gravado em 1975, o LP "Eu queria ser um anjo" foi o disco de estréia da cantora carioca Luiza Maria. Produzido por Sérgio de Carvalho, contou com a participação de Jim Capaldi, Lulu Santos, Rick Ferreira, Antonio Adolfo, Chico Batera, Arnaldo Brandão, Gustavo Schroeter, Dadi Carvalho e Mú Carvalho, que atuaram sob produção musical de Sérgio Carvalho e coordenação musical de Rick Ferreira. O repertório é composto, além de músicas próprias, de uma parceria com Paulo Coelho e Rick Ferreira ("Na casca do ovo") e uma composição de Raul Seixas e Paulo Coelho ("O príncipe valente").

    Ainda na década de 1970, Luiza Maria participa como vocalista de shows de Tim Maia (1977) e Ivan Lins (1978), em São Paulo, e da gravação de duas faixas do LP Chão de giz (1976).

    Participou, como cantora e compositora, da trilha sonora da novela Elas por elas (Rede Globo), em 1982, com a música "Música e letra" (c/ Sérgio Natureza), da trilha sonora do filme Fulaninha (1985), de David Neves, com "Linda Star" (c/ Sérgio Natureza), e da trilha sonora da minissérie Contos de verão (Rede Globo), em 1993, com "Água e choro" (c/ Sérgio Natureza).

    Em 1993, lançou o CD Tarântula (Leblon Records), contendo uma cover dos Beatles ("Can’t buy me love") e uma regravação de Noel Rosa ("Último desejo"). O disco teve arranjos assinados por Marcio Montarroyos e Raymundo Nicioli, além da própria cantora, responsável também pela produção.

    Texto adaptado do Dicionário Cravo Albin


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    Monday, June 05, 2006

    Arnaud Rodrigues - Murituri (1974)




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    Faixas:
    01. Nêga
    02. Esse é Eu
    03. Na Praia de Boa Viagem
    04. Chegou da Bahia
    05. Conscachá, Fimará (Magnífico)
    06. Murituri
    07. Antonio Nepomuceno
    08. Sociedade de Consumo
    09. Tá



    Há alguns anos, ao mesmo tempo que Chico Anísio gravava na Philips o lp "Chico Anísio inaugura o humor dançante", produzido por Nonato Buzar, Arnaud Rodrigues, redator dos programas humoristicos de Chico também fazia um movimentado lp na Copacabana, se não nos enganamos. Agora, quando aparece um novo lp de Chico Anísio pela Continental, em que o inteligente artista conta algumas deliciosas historietas Arnaud ataca novamente como cantor, em lp da mesma gravadora "murituri" (Continental), SLP_10.130 dezembro-73). E não há dúvidas de que Chico Anísio tem razão de manter Arnaud em sua equipe de produção: afinal, a versatilidade do moço é impressionante e ele compôs as músicas para este álbum - com diferentes parceiros (Antônio de Jesus/Sebastião Valentim, entre os desconhecidos; o próprio Chico e Arthur Verocai, entre os famosos) - como se estivesse escrevendo um screen-play para "Chico City". Assim é que vai desde um gostoso sambão ("Nega") a uma música espiritualista, na mais comercial linha "Superstar" em "Murituri", com versos surradíssimos ("A verdade brotara/A semente explode a terra/Mas se não acontecer/Faz de conta") passando até pelo rítmo nosdestinos em "Antônio Nepomuceno" (onde não teve parceiros). O que prova este LP é a criatividade de Arnaud um moço que sabendo dominar as palavras, razoável voz e convocando bons maestros para os arranjos - Otávio e Verocai - realizou um LP agradável, que utilizando os próprios títulos de suas músicas poderia-se dizer: "Esse e Eu" que "Tá" aí a "Sociedade de Consumo". Consumam(se)!

    Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente no jornal Estado do Paraná, em 14/03/1974.


    Fazer o download de Arnaud Rodrigues - Murituri (1974).

    Thursday, June 01, 2006

    Liverpool - "Marcelo Zona Sul" soundtrack (1970)




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    Faixas:
    01. Renata
    02. Dança da Chuva
    03. Canção da Volta
    04. Marcelo
    05. Fossa de Marcelo
    06. Excinting Posters
    07. Hei Menina*
    08. Fale*


    (*) bonus tracks, from Liverpool Sound single (1971)

    Fazer o download de Liverpool - "Marcelo Zona Sul" soundtrack (1970).

    Terreno Baldio - Além das Lendas Brasileiras (1977)




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    Faixas:
    01. Caipora
    02. Saci-Pererê
    03. Passaredo
    04. Primavera
    05. Lobisomem
    06. Curupira
    07. As Amazonas
    08. Iara
    09. Negrinho do Pastoreio



    Parafernália montada! Do outro da rua, a Igreja do Calvário, antiga tenda, oferecia o cenário propício. Confusão de câmera, gravador, cabos, bloquinhos e laptop para iniciar a entrevista exclusiva com Roberto Lazzarini e João Kurk, teclas e voz do grupo mais vanguardista do prog nacional. Numa animada troca de idéias de duas horas, eles revelaram algumas das pitorescas histórias de seus 42 anos de amizade e da trajetória do Terreno Baldio da “bélle epoque” dos anos 70 até nossa atual “belle merde”

    Islanders, do hard ao progressivo

    Divergindo da maioria dos grupos de baile da época que tinham em seu set músicas radiofônicas, o Islanders - formado por Rodolfo Ayres Braga e Joaquim Correa, além de Lazzarini e Kurk - se orgulhava de tocar o lado B dos discos importados que colecionavam. “No dia em que morreu o Hendrix a gente fez uma homenagem. Coitado do cara que foi lá pra dançar”, nos diz entre risos Lazarini possuidor da coleção inteira de LPs do renomado guitarman, declaradamente sua maior influência, independente de ser pianista. Kurk ressalta que importava os discos que não chegavam aqui, e ao rodar a bolacha logo procurava as músicas “mais ferradas” e que viriam a ser parte do set list dos Islanders.

    Grande era a euforia entre os músicos freqüentadores de bailes como o do Círculo Militar, que esperavam pra ouvir o melhor do hard e do progressivo - tal agitação já punha o Islanders no caminho da troca de sonoridade. “Tudo foi muito rápido de 72 a 76”, Lazzarini se refere às mudanças e assimilações de um som pesado, mas já experimental de Hendrix, rumo às sendas da fusão do rock, jazz e música erudita. Outro fator que direcionou tais mudanças foi a audição do álbum Three Friends do Gentle Giant, emprestado pelo baterista de um projeto de Egídeo Conde junto de João Kurk – um rock direcionado por Free e Jeff Beck. A audição “era uma coisa diferente e me bateu muito forte. Ali eu quis me embrenhar no mundo progressivo”, recorda Kurk. Logo o guitarrista Mozart Mello e o baixista João Ascenção foram recrutados junto a banda Fush; Deu-se asas a criatividade e iniciou-se o mito do Gentle Giant brasileiro!

    Preparando o Terreno

    Já como Terreno Baldio, o grupo fez parte do festival do Colégio Objetivo. “Eram seis bandas. Depois da gente ninguém mais quis tocar” lembra Lazzarini; “Não queríamos fazer um som na linha do Pink Floyd, com atmosferas e sintetizadores, o lance era tocar de verdade, usar contraponto, fuga e polirritmia.” Não só o publico do colégio se impressionou com as composições terrenistas; Césare Benvenuti, empresário italiano, estava na platéia e se apressou em convidar o grupo pra gravar um disco. “Os shows eram concorridos, a galera estava a fim de algo diferenciado.” Distribuídos em três contos, a trajetória do ser vigilante e os traços do terreno baldio eram contadas: Aquelôo, Pássaro Azul e Terreno Baldio. “A gente queria fazer rock com substância, algo com começo, meio e fim”. Os capítulos dos temas desenvolvidos pela banda necessitariam de, no mínimo, dois discos, sendo o debut um recorte dos três shows; Ficaram de fora peças importantes como “Relógio de Sol”, “Velho Espelho” e “Aquelôo”, retomadas na regravação do primeiro dis- co em 94, com letras em versão inglesa, e contando com a contribuição do blueseiro André Christóvam na transcrição.

    Naquela época era grande a procura de empresários e produtores por bandas que faziam rock em português, visando atender a demanda do novo mercado que surgia. Correndo atrás de um contrato, Césare esquematizou uma gravação no então novo e bem equipado estúdio Pirata, de Aurino Araújo, fazendeiro irmão de Eduardo Aráujo. “Mesmo em meio a dúvidas faltei numa prova de Resistência de Materiais na faculdade de Engenharia para participar das sessões de gravação”, conta Lazzarini que chegou a formar-se na área. O disco foi gravado dentro dos padrões setentistas: ao vivo em 4 canais e com poucos overdubs. Quem operou a mixagem foi Alan Krauss, “um gênio, um crânio”, segundo Lazarini. Na música Lou- curas de Amor, “faça-me sofrer, mais uma vez”, um aparente delay programado surge nas repetições de “uma vez”; Aparente, pois esse efeito foi produzido a partir de corte e colagem nas fi tas de rolo, manualmente. A “bolacha” saiu pelo selo Pirata Gravações Musicais e Benvenuti não pode assinar a produção por problemas contratuais (na época ele trabalhava para a Continental), quem figura no encarte é Arnaldo Sarcomani mesmo sem ter tido participação no primeiro álbum do grupo.

    Muito Além das Lendas Brasileiras

    Mais uma vez Benvenuti aparece na história do grupo e os leva para gravadora a Continental em 1976. Conseguindo lançar um grupo que fizesse sucesso ele teria mais espaço dentro da empresa para trabalhar com grupos mais arrojados, de praxe, o Terreno entrou nesta última categoria. Falar da mitologia brasileira foi projeto de Lazarini que pesquisava, na época, o tema. Dentro da banda, as mudanças eram profundas. A urgência de mesclar o som progressivo com elementos da música brasileira e a saída de João Ascenção, substituído por Rodolfo Ayres Braga, eram dificuldades a ser superadas para a realização do segundo registro. Orlando Beghelli, escritor indicado pela gravadora, ajudou no desen- volvimento das letras do disco, nomeado por Kurk. O processo de gravação em 16 canais, no Vice Versa, abriu novas possibilidades de arranjos e overdubs, confundindo os rapazes, acostumados aos 4 canais. Mesmo não satisfeitos com o resultado da mixagem final, Kurk e Lazarini apreciam o disco que ainda teve participação de Nelson Gerab no violino, Fabio Gasparini no cello e Claudio Bernardes no baixo acústico.

    Segundo disco na mão, e seis meses de espera pra um show de lançamento. O empresário de Belchior, Jorge Mello, se encarregou de trabalhar com o Terreno Baldio, o fato imprevisível foi o cantor - até então desconhecido - ter estourado junto de Elis Regina em “Como nossos pais”; o resultado disso foi o sumiço de Jorge e o conseqüente arquivamento do material de Além das Lendas Brasileiras. Tanto tempo parado não prejudicou o bom lançamento do disco, ocorrido no Teatro Ruth Escobar, auxiliado pelo empréstimo dos equipamentos de Eduardo Araújo. Existe um registro do espetáculo, em fita K7, guardado com Rodolfo Braga, que comprova a qualidade do mesmo. Marcante, o concerto recebeu convidados de pompa: “Puta som hein, garotos?”, reagiu Elis Regina frente ao arquitetado som. Ainda divulgando o LP, fecharam com um empresário da Traipú Produções uma série de shows com os Tarântulas, um grupo de samba e Lee Jackson, que “era um cara que fazia um rock bem chocolate”, palavras de Lazzarini. A “salada sonora” e a junção de diferentes tribos resultava num desagrado geral, mas rendeu divertidas histórias, esta uma lembrança de João Kurk: “Certa vez tocamos no Clube Alemão de Pirituba, na platéia, tinha uma moça dançando Quando as coisas ganham vida, que é uma música que não dá nem pra bater o pé, tamanha a mudança das fórmulas de compasso.

    Texto de André Mainardi e Lucas Rodrigues de Campos, originalmente publicado no Jornal Coletivo sÓ.

    Fazer o download de Terreno Baldio - Além das Lendas Brasileiras (1977).

    Marcos Valle - Vento Sul (1972)




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    Faixas:
    01. Revolução Orgânica
    02. Malena
    03. Pista 02
    04. Vôo Cego
    05. Bôdas de Sangue
    06. Democústico
    07. Vento Sul
    08. Rosto Barbado
    09. Mi Hermoza
    10. Paisagem de Mariana
    11. Deixa o Mundo e o Sol Entrar



    Marcos Valle radicalizou de vez em Vento Sul, o disco mais experimental de sua carreira. Sambas psicodélicos invadiram o repertório, composto em uma aldeia hippie e gravado com integrantes do grupo O Terço. A temática das letras passeia por climas bucólicos, com muitas referências ao ar, à liberdade e à paz. Apesar disso, "Revolução Orgânica" abre o disco com guitarras pesadas e falando de morte. Depois é só calmaria. "Vôo Cego" poderia fazer parte do repertório mais espacial do Grateful Dead, enquanto "Deixa O Mundo E O Sol Entrar", um folk-rock de primeira, chega a emocionar.

    Ainda há canções mais inusitadas como "Rosto Barbado" e "Vento Sul", dois belos hinos hippies, a assustadora "Democústico" e a mezzo balada, mezzo hard-rock "Mi Hermoza", cantada quase toda em falsete.

    Vento Sul é um disco de rompimento com a música brasileira tradicional e assustou muita gente. Tornou-se de cara um clássico esquecido do rock brasileiro.

    Texto de Leonardo Bomfim, publicado no site The Freakium!.


    Fazer o download de Marcos Valle - Vento Sul (1972).

    Monday, May 29, 2006

    Ney Matogrosso - Ney Matogrosso (1975)




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    Faixas:
    01. Homem De Neanderthal
    02. O Corsário
    03. Pedra de Rio
    04. Açucar Candy
    05. Idade Do Ouro
    06. Bodas
    07. Barco Negro
    08. Cubanakan
    09. América do Sul



    Fazer o download de Ney Matogrosso - Ney Matogrosso (1975).

    Sunday, May 28, 2006

    Red Snakes - Trying To Be Someone (1970)




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    Faixas:
    01. Trying To Be Someone (open up your eyes)
    02. Please Come On and Hold Me
    03. Onie
    04. You Make Me a Fool
    05. Born Under a Bad Sign
    06. Welcome Me Love
    07. Slow Down
    08. I've Been Just a Little Boy
    09. Chest Fever
    10. Perhaps Someday
    11. Bye Bye Love



    Houve uma época, no Rio, em que os Red Snakes reinaram quase que absolutos no circuito de bailes do Grajaú, Tijuca e arredores. Nessa região da cidade, desfrutaram de fama equivalente, ou até mesmo superior, às duas bandas mais famosas de então: os Analfabitles, eternos rivais, e a energética The Bubbles. Mas, menos de um ano depois do lançamento do seu melhor disco, o terceiro e ótimo Trying To Be Someone (de 1969), e depois de uma rotina inalterada de shows ao longo dos cinco anos de sua existência, deram por finda a sua história.

    Tudo começou na casa dos irmãos Ronaldo e Renato Bakker. Era lá que se reuniam os amigos de rua, a rua Gurupi, localizada no arborizado e aprazível bairro do Grajaú, Zona Norte do Rio. Em meio às brincadeiras típicas da adolescência, quando falavam de música, o que era freqüente, o faziam com a seriedade de gente adulta. O universo musical era outro, não era apenas uma variante eventual daquelas brincadeiras de garoto de 10, 12 anos. Com o endosso dos pais, seu Godescardo e dona Iraci, cantores diletantes e apaixonados por música, os meninos decidiram formar um conjunto instrumental inspirados pelos norte-americanos Ventures e pelos brasileiros Jet Blacks. Foi quando surgiu o Red Snakes, liderado por Ronaldo, um menino de 12 anos de idade. Com ele na guitarra solo e bandolim, seu irmão Renato, quase dois anos mais novo, na guitarra ritmo, Hélcio José, no baixo, Ricardo, no órgão e escaleta, e Carlos Henrique, o mais velho de todos, com 14 anos, na bateria, os Red Snakes estavam prontos para estrear. 1966 estava apenas começando.

    Geraldo Trindade, dono de uma pequena gravadora, cujos discos eram vendidos principalmente através de catálogos enviados pelo correio, gostou da banda, que viu num desses shows, e a contratou para gravar um disco para a sua etiqueta, a Getrim. Numa única sessão, como se fosse ao vivo, sem direito a tomadas extras e muito menos overdubs, a banda registrou 12 temas instrumentais que perfizeram o seu primeiro LP, intitulado Jovem Brasa. Nele, o ouvinte se deparava, por exemplo, com temas de filmes (O Dólar Furado, Thunderball, Un Homme et Une Femme, Born Free), romantismo ( Temas Para Jovens Enamorados), música francesa ( T'En Vas Pas) e sucessos recentes como Winchester Cathedral, do New Vaudeville Band, e Bus Stop, dos ingleses The Hollies. Lançado em 1966, o disco retratava com fidelidade o momento musical vivido pelo grupo, estampado em foto, com uniforme e tudo, na contracapa do LP.

    Ainda que o disco tenha sido gravado às pressas, resulta evidente que os jovens músicos ainda careciam de amadurecimento. Mesmo assim, vendeu bem, tão bem que Geraldo Trindade os convocou novamente para registrarem outro LP, o que foi feito no ano seguinte, em 1967, quando Jovem Brasa 2 foi editado. Tal como o título, Jovem Brasa 2 é uma mera continuação do estilo empregado no primeiro disco, com a banda deslizando sua sonoridade através de canções românticas (Love Is A Many Splendored Thing, Tudo Morreu Quando Perdi Seu Amor), sucessos internacionais (Sunny, There's A Kind of Hush) e MPB ( Tributo À Martin Luther King). No entanto, pouco tempo após seu lançamento, a banda percebeu que já era hora de dar uma guinada à procura de um estilo mais condizente com o atual universo do pop/rock internacional. Afinal, "Sgt. Peppers", dos Beatles, já dera às caras, marcando o inicio de uma notável revolução musical da qual os Red Snakes queriam se aproximar. O primeiro passo foi reformular a própria banda: sairam o baterista Carlos Henrique, cujo estilo não agradava muito a Ronaldo, e o baixista Hélcio, e entraram Dirceu (baixo) e Antonilton (guitarra), passando Renato para a bateria. Em seguida, a providência imediata foi a de abandonar o velho estilo predominantemente instrumental, que já soava anacrônico, e explorar ainda mais canções à base de vocal, que eles pouco à pouco vinham inserindo em suas apresentações, com reforço de uma base sonora mais consistente. Então, ao lado de temas dos Beatles, Dave Clark Five, Herman's Hermits, entraram rocks mais pesados, até então evitados pelo grupo, extraídos dos discos do Steppenwolf, Rolling Stones e, mais tarde, até do power trio Cream, de Eric Clapton, Jack Bruce e Ginger Baker. Também incorporaram obras pouco conhecidas de gente como os Young Rascals e Brooklin Bridge. Quanto aos temas mais suaves, Mr. Diengly Sad, essa bela melodia dos Critters, era uma das mais constantes.

    E foi em 1969, ano de tremenda ebulição na carreira dos Red Snakes, que eles tiveram uma nova chance de gravar mais um LP, desta vez para a Equipe. Com sua última formação, que incluia Marcinho, nos teclados, em lugar de Maurício, os Red Snakes gravam o LP que viria a se chamar Trying To Be Someone nos estúdios Havaí, no bairro central da Saúde. Pela primeira vez a banda deixou escoar, através das fitas magnéticas, composições próprias. Foram cinco delas, todas de Álvaro, sendo uma em parceria com Dirceu e outra com Marcinho. E todas no idioma de Lennon & McCartney. Entre os covers, as velhas Slow Down (de Larry Williams) e Bye Bye Love (que os Everly Brothers tornaram famosa), a bela e desconhecida Onie, o blues pesado de Born Under A Bad Sign, e mais Chester Fever e Welcome My Love. Nesta última o destaque fica por conta do excelente vocal da banda que faz lembrar as melhores interpretações do Fifth Dimension, Association, Orpheus e grupos vocais da época do flower-power californiano.

    Gravado em quatro canais e usando o melhor em instrumentos musicais, incluindo um órgão Hammond B-3 acoplado em caixa Leslie, os Red Snakes fizeram um disco delicioso, caprichado, surpreendente e recheado de bons momentos, sobretudo quanto às composições originais. Com exceção de You Make Me A Fool, de Álvaro e Dirceu, um funk que mistura James Brown com Archie Bell and The Drells, com direito a riffs repetitivos de guitarra e baixo pulsante e firme, as demais (Trying To Be Someone, Please Come On And Hold Me, I've Been Just A Little Boy e Pehaps Someday, esta de Álvaro e Marcinho) são melodias bem cuidadas, envolventes, guiadas, como sempre, pelo excelente vocal da banda. Infelizmente, poucos conheceram o disco. Nem com a ajuda do eterno Big Boy, que elogiou o trabalho deles em seu programa, suas canções alcançaram a simpatia dos programadores de rádio, "sobretudo porque eram cantadas em inglês", diz Álvaro.

    Do LP, somente Trying To Be Someone e Pehaps Someday foram incorporadas aos shows, cada vez mais adornados de projeções psicodélicas.

    Texto de Nélio Rodrigues, publicado no site Senhor F.


    Fazer o download de Red Snakes - Trying To Be Someone (1970).

    Friday, May 19, 2006

    Quintal de Clorofila - O Mistério dos Quintais (1983)




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    Faixas:
    01. As Alamedas
    02. Jornada
    03. Drakkars
    04. Liverpool
    05. Gotas de Seresta
    06. Viver
    07. O Último Cigano
    08. Jardim das Delícias
    09. Balada da Ausência
    10. O Mistério dos Quintais


    Quintal de Clorofila foi um duo de folk psicodélico, formado pelos irmãos Dimitri e Negrende Arbo. Eles fizeram parte do cernário folk gaúcho que se iniciou no final dos anos 1970, com grupos como Os Tápes, Almôndegas, Utopia e Grupo Terra Viva, e se extendeu aos anos 1980, com grupos como Tambo do Bando e Couro, Cordas e Cantos. Quintal de Clorofila é um dos poucos que chegaram a gravar um álbum, lançado pelo selo independente Bobby Som em 1983. Para esse LP, o grupo gravou composições próprias com letras do irmão deles, o poeta Antonio Calos Arbo. Nas palavras do próprio Dimitri Arbo, o som deles misturava jazz, rock, música medieval e ritmos africanos orientais e latinos, no que ele chama "Rock Viking". Com certeza é uma musica complexa, com uma tremenda profundidade e inspiracão abundante, o que se evidencia ao longo de todas as faixas bastante atmosféricas do álbum.

    Texto adaptado de http://www.midheaven.com/artists/quintal.de.clorofila.html

    Fazer o download de Quintal de Clorofila - O Mistério dos Quintais (1983).

    Marinho Castellar - Marinho Castellar (1980)




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    Faixas:
    01. Beira Rio
    02. Pedra
    03. Poronduba
    04. Arco - Íris
    05. Terra de Ninguém
    06. Verde Clara
    07. Paínha
    08. Pelo Amor, Meu Amor
    09. Atenção
    10. Chora Neném
    11. Papagaio e Holofote



    Fazer o download de Marinho Castellar - Marinho Castellar (1980).

    Alcides Neves - Tempo de Fratura (1979)




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    Faixas:
    01. Tempo de Fratura
    02. Desencontro das Águas
    03. Lampião
    04. Hibernante in Tempore
    05. Tango
    06. Banquete na Casa de Pedra
    07. O Trem
    08. Urubuzalê
    09. Aventuras de um Luso-tropical
    10. Los Invasores
    11. Desen(fado)


    Logo fica claro que trata-se de um artista disposto a trabalhar com sonoridades diferentes e experimentais, como na faixa-título. Porém esse primeiro impacto, que bem pode espantar alguns, é quebrado em seguida pela bela Desencontro das Águas, que vai ser ouvida com especial carinho pelos paulistas.

    Lampião sem dúvida é uma das formas mais belas e poéticas de tratar o famoso guerrilheiro do sertão. Destrinchando sistematicante a construção do mito, que começa com "mais de 700 cavaleiros" que invadiram o mundo inteiro até chegar a "100 ou 50 nas quebradas do sertão"... Afinal, como é cantado, "Não é mentira não", é cultura!

    Já com Hibernante in Tempore voltamos com sonoridades (e, no caso, letras) mais difíceis, mas nem por isso menos prazerosas de se ouvir, desde que com a cabeça aberta, claro. Destaca-se o irônico "Deus nasceu na Ámerica"...

    Tango, belíssima composição, bem poderia ser o possível hino de uma América Latina (ou Batida?) unida - e derrotada.

    Banquete na casa de pedra é uma canção que soa muito diferente do resto do álbum, mas mesmo assim é muito boa. A letra se destaca.

    O Trem, mais uma música de um tema tão forte para nossa cultura, sobre o qual já cantaram Raul Seixas, Gonzaguinha, Mercado de Peixe, entre outros. Desnecessário ressaltar a originalidade da música, captando tanto a força quanto a melancolia de um "trem velho" que chega na estação vazia, aliás "não tinha nem estação não senhor"...

    Urubuzalê é sem dúvida a mais experimental do álbum, e pelo menos eu demorei um pouco a gostar dela. Parece uma mistura de poesia concreta com Arrigo Barnabé.

    Aventuras de um Luso-Tropical tem uma grande pompa e imponência. Devo confessar particular apreço pelos metais meio desencotrados dessa música, além da encantadora letra, na verdade uma carta de D. Pedro II a seu pai. "Napoleão das Antas" é simplesmente genial.

    Los Invasores tem um arranjo vigoroso e inventivo, com uso intenso de flautas doces - muito bem utilizadas.

    Finalmente, Desen(fado) tem um peso, uma agressividade que contrasta com sua letra singela. Sem dúvida uma das melhores músicas do álbum, para fechar com chave de ouro.

    Em suma, vale a pena ouvir e tirar suas próprias conclusões sobre um grande artista, que infelizmente não vem recebendo a devida atenção.

    Texto originalmente publicado no blog Na Garrafa e gentilmente cedido pelo Corsário Viajante

    Fazer o download de Alcides Neves - Tempo de Fratura (1979).

    Thursday, May 11, 2006

    O Bando - O Bando (1969)




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    Faixas:
    01. ...E assim falava Mefistófeles
    02. Fossa Boboca
    03. Que Maravilha
    04. Disparada
    05. Vou Buscar você
    06. Sala de Espera
    07. Alegria - Alegria
    08. Quem Sabe
    09. Pela Rua da Praia
    10. Esmagando Sua Sorte
    11. Longe do Tempo


    No frenesi da Jovem Guarda, em 1965, Os Malucos - Diógenes Burani, (bateria), Paul de Castro, (guitarras e voz), Américo Issa, (guitarras e voz), Emilio Carrera, (órgão e piano), Rodolpho Grani,(baixo e voz) e Marisa Fossa, (voz principal) – apresentavam-se semanalmente nos lugares da moda, como o restaurante O Beco e a boate Urso Branco. Essa última casa recebia um evento patrocinado pela Coca Cola. Por intermédio do empresário Teo de Barros, (não confundir com o compositor), Os Malucos conseguiram lugar no evento ao lado de “Ronaldo Lark e os Versáteis”. O êxito na Urso Branco proporcionou uma excursão através da América do Sul e dois meses na Venezuela. Em Caracas, os garotos gravaram dezesseis programas de TV na principal emissora local, um deles acompanhando a atriz-cantora Sarita Montiel. “Chegando lá ficamos encantados com a salsa e outros ritmos locais. Ali pintou a idéia de colocar outro percussionista no grupo”, conta o baterista Diógenes.

    Novamente em São Paulo, passaram a se chamar O Bando. O baterista Dudu Portes, amigo de Emilio, logo abandonou o programa televisivo O Fino da Bossa, apresentado por Jair Rodrigues e Elis Regina, para integrar a primeira banda brasileira com dois bateristas. O pioneirismo desses jovens músicos não parava aí: faziam um som bem arrojado dentro dos padrões psicodélicos, e, assim como os Beat Boys e Os Mutantes, eram sempre convocados a tomar parte no tropicalismo. Sob a égide e proteção de Solano Ribeiro, grande mentor da banda, conseguiram um contrato com Phillips do Brasil. André Midani apaixonou-se pelo som deles e, em busca de servir o mercado aberto pelos Mutantes, adicionou O Bando no cast da gravadora, colocando à inteira disposição deles os maestros Júlio Medaglia, Damiano Cozzela e Rogério Duprat. com a contemporaneidade do rock uniu a academia à tradição da garagem: “Não tinha pra ninguém... nós e Os Mutantes éramos os tais!”.

    Em 1969, bem à vontade, entraram no estúdio Scatena para registrar o primeiro disco do grupo. Trabalhar com os maestros possibilitou o acúmulo de grande conhecimento na área de arranjos e orquestração. Para Diógenes, os maestros assumiam o papel de intérpretes: “A gente bolava os arranjos e eles traduziam nossa linguagem de cabeludos doidos ao pessoal da gravadora”. Em oito canais gravaram um disco com apoio o esmerado dos regentes. Elaboradas partes de cordas e metais pintam em vivas cores, sob o signo tropicalista, músicas do cancioneiro popular como “Disparada” e “Quem Sabe”, composições do grupo, de Caetano Veloso e a primeira e definitiva versão de “Que Maravilha”, música de Jorge Ben, com a qual O Bando concorreu no Festival da TV Tupi, conquistando o primeiro lugar.

    Rio Grande

    Muitas foram as incursões do Bando pelo sul do Brasil. Levados pelo Centro Acadêmico de Arquitetura da UFRGS, granjearam muitos fãns em Festivais nos Pampas. Nesse período conheceram os compositores Hermes Aquino e Laíz Marques. No Festival Universitário da Musica Popular Brasileira, em 1969, onde apresentaram-se Zé Rodrix, Danilo Caymmi e O Som Imaginário, O Bando defendeu “Pela Rua da Praia”, da dupla gaúcha Hermes e Laíz, e receberam um indesejado segundo lugar: “Só não vencemos porque éramos paulistas”. Com a agenda lotada, o Bando passou boa parte do ano de 69 viajando. No verão, arrendavam a boate Barbarela em Ubatuba, fazendo boa temporada e descansando. A “rotina era praia, ensaioe show”, lembrança de Diógenes.

    Além da vida de rocker californiano, o grupo fez aparições nos programas televisivos de Wilson Simonal e no Jovem Guarda, de Roberto Carlos. O grande mérito pós-disco veio com a participação na peça teatral O Plug, espetáculo multimídia, com representações de tipo teatral, filme underground, audiofotonovela com participação de Décio Pignatari, Duprat e Grupo OEL. Entre colunas romanas, versos e os mais absurdos happenings, o Bando mostrava todo o seu balanço. A pesada sessão rítmica retumbava tal qual uma barulhenta sinfonia de Beethoven ou Berlioz. Com suas câmeras desbundadas, Rogério Sganzerla registra tudo. Era o ano de 1972, já próximo do crepúsculo da banda.

    O fim do Bando foi uma conseqüência natural dos rumos musicais que cada integrante seguiu. A experiência com os maestros tropicalistas, produtores e empresários em uma época de franca expansão da indústria do disco no Brasil, proporcionou aos integrantes d’O Bando excelentes contatos profissionais, que acabou por direcioná-los para diversos caminhos o.

    Texto de Lucas Rodrigues de Campos e André Mainardi publicado no jornal Coletivo sÓ.

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    Monday, April 24, 2006

    Os Baobás - Baobás (1968)




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    Faixas:
    01. Night in White Satin
    02. Hello I Love You
    03. Undecided Man
    04. Sunny Afternoon
    05. Tonite
    06. I Love You
    07. Orange Skies
    08. Baby Come Back
    09. Hey Joe
    10. Well Respected Man
    11. Got to Say Goodbye
    12. The Dock of The Bay



    Um disco basicamente de covers, que devido ao mistério em torno da história da banda levou muita gente aos sebos do país atrás de uma cópia do lp. Aquela capa colorida, apenas com o nome da banda em vermelho (sem o "Os"), no entanto, fez a alegria de poucos. Gravado por um selo pequeno - Mocambo/Rozenblit - em 1968, o álbum é uma das maiores raridades da discografia nacional.

    A história recontada dos Baobás tem seu ponto alto na presença entre seus integrantes do atual produtor e ex-baixista dos Mutantes, Arnolpho Lima Filho, o Liminha. Aliás, com uma passagem meteórica pela banda, pois participa do único álbum por tabela: ele gravou apenas o compacto com "Ligth My Fire (Doors) e Tonite (Guga, cantor da banda), esta última presente no lp. Liminha, que aparece na capa do compacto, é geralmente confundido fisicamente com o também baixista Nescau, presente na foto do lp.

    A história inteira da banda, que desembocou na gravação desse álbum, começa com a beatlemania, quando adotaram o nome de Rubber Souls, e participavam de programas de televisão na capital paulista. Em 1966, estrearam com o compacto Pintada de Preto (Painted It Black, dos Rolling Stones)/Bye Bye My Darling (deles), ao qual seguiram-se mais quatro disquinhos, entre eles Happy Together (Turtles) e Down Down, um punk na linha "nuggets", de autoria do ex-O'Seis (o pré-Mutantes), Rafael Vilardi, então membro da banda.

    A primeira e original formação do grupo contava com Ricardo Contins (guitarra), Jorge Pagura (bateria), Carlos (baixo), Renato (guitarra solo) e Arquimedes (pandeiro). Mas pela banda ainda passaram, além dos já citados, Tito, Tuca (ex-Lunáticos, depois Beatniks, Galaxies e Sunday), Guga, Calia e Tico Terpins (depois Joelho de Porco). Do disco, participam (da esquerda para a direita na foto da capa): Tuca, Nescau, Guga, Calia, Tico Terpins e Pagura.

    O repertório do álbum é um mergulho na clássica e importada psicodelia da época, incluindo covers para Doors ("Hello, I Love You"), Love ("Orange Skies") e Kinks ("Well, Respected Man"). Em suas doze faixas, ainda rolam hits do momento ("The Dock Of The Bay" - Otis Redding), standars como "Hey Joe" (Jimi Hendrix) e duas interessantes composições próprias - "Tonite" e "Got To Say Goodbye" (do guitarrista Tuca), ambas cantadas em inglês. Com boa qualidade instrumental, o disco sofre um problema de prensagem, responsável por uma espécie de chiado de fundo, que não chega a atrapalhar a audição.

    O nome Baobás - árvore gigante e frondosa da África - retirado do livro "O Pequeno Princípe", foi sugestão de Ronnie Von, que também batizou os Mutantes. Além do padrinho, com quem gravou um compacto ("Menina Azul", em 67), o grupo também acompanhou Caetano Veloso pós-Alegria Alegria em programas de televisão e shows, substituindo os Beat Boys. Clássica banda de garagem, com as conhecidas exceções, a maioria dos integrantes virou os anos setenta nas universidades, de onde saíram médicos, dentistas e empresários.

    Texto de Fernando Rosa, publicado no site Senhor F.

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    Assim Assado - Assim Assado (1974)




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    Faixas:
    01. Viva Crioula
    02. Na Boca da Estrada
    03. Até
    04. Sombras
    05. Morena
    06. Pedaços
    07. Amarelo Cinza
    08. Rock Blue
    09. Sol, Sal, Sol Tropical
    10. Lunática


    O nome da banda e a capa do disco revelam explicitamente a influência: Secos e Molhados. Investindo na androgenia, no rock progressivo e no samba-soul, Assim Assado tentou ser uma resposta da pequena Companhia Industrial de Discos ao enorme sucesso que os Secos e Molhados faziam junto ao público jovem. Liderado por Miguel de Deus (ex-Brazões), que assina a maioria das composições e assume a guitarra e os vocais, o grupo nunca chegou a decolar, deixando apenas esse único disco, hoje quase esquecido. Curiosidade: em 1977 Miguel de Deus cai de cabeça no funk, lançando o bastante interessante (e raro) "Black Soul Brothers".

    Leia mais sobre a carreira de Miguel de Deus em http://www.freakium.com/edicao5_migueldedeus.htm


    Fazer o download de Assim Assado - Assim Assado (1974).

    Saturday, April 22, 2006

    Secos e Molhados - Ao Vivo no Maracanãzinho (1974)




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    Faixas:
    01. As Andorinhas
    02. Rosa de Hiroshima
    03. Instrumental
    04. Mulher Barriguda
    05. Primavera nos Dentes
    06. El Rey
    07. Toada & Rock & Mambo & Tango etc
    08. Fala
    09. Assim Assado
    10. Instrumental II
    11. O Vira


    Disco gravado ao vivo no ginásio do Maracanãzinho, em 1974, em um especial para a TV Globo.


    Fazer o download de Secos e Molhados - Ao Vivo no Maracanãzinho (1974).

    Friday, April 21, 2006

    Matuskela - Matuskela (1973)




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    Faixas:
    01. Idade do Louco
    02. Canto
    03. Uma Sopa de Saudade
    04. A Morte da Morte
    05. Viver Mama
    06. Maria Pureza
    07. Atrás da cortina
    08. Uma Maneira de viver
    09. Trapo Humano
    10. Raízes
    11. Cavalgada
    12. A Gente Tem Que Ter
    13. Suza Suzana



    Grupo brasiliense composto por Anapolino (Lino), Toninho Terra, Joãozinho, Rodolfo, Machado e Onildo. Duraram exatos 14 anos (de 1966 até 1980), neste tempo eles ensaivam no Núcleo Bandeirante, a conhecida Cidade livre. Filhos de pioneiros vindos de Goiânia, Minas e Recife eles eram conhecidos como a melhor representação musical de Brasília e causavam sensações principalmente nas festas de formatura e apresentações nas matinês em Taguatinga, Sobradinho, Setor de Clubes, Gama entre outras. Na mesma época eram concorrentes da banda os conjuntos: Élson Sete Raulino e Super Som 2000.

    A banda fez grande sucesso local no início dos anos setenta. Criada na cidade de Brasília em 1966 por Anapolino, Rodolvo e Joãozinho. Gravaram um compacto, em 1972, com o hit Suza Suzana e, depois, um LP chamado Matuskela, pelo selo Chantecler. Intitulado apenas Matuskela, o LP é marcado pela sonoridade folk-psicodélica, destacando-se a canção A Idade do Louco (Velho Demais), de Zeca Bahia e Clodo.

    A Banda Matuskela ganhou o 2° festival universitário do CEUB em 1972, ficando em 1° e 2° lugar. Em primeiro lugar com a música “Placa Luminosa” (música de Clodo e Zeca Bahia) em segundo lugar com a música “Sino sinal aberto”. Neste mesmo festival a banda levou o prêmio de melhor arranjo música e melhor interprete.

    A banda fez várias turnês pelo Brasil com seus bailes e shows, ainda mais depois que a música “Velho Demais” foi trilha sonora da novela global Sem Lenço e Sem Documento. Neste período o Matuskela morava na capital paulista.

    Texto extraído do Site oficial da banda.

    Fazer o download de Matuskela - Matuskela (1973).