Wednesday, October 24, 2007

The Brazilian Bitles - É Onda (1967)




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Faixas:
01. É Onda
02. Rainha dos Meus Sonhos
03. Louco de Amor
04. Faz Feliz Assim (A Groovy Kind of Love)
05. Qual a Razão (Day Tripper)
06. Cabelos Longos, Idéias Curtas (Cheveux Longs, Idées Courtes)
07. O Papagaio
08. Não Tem Jeito (Satisfaction)
09. Se Você me Pegar
10. Vem, Meu Amor
11. O Homem Só (Nowhere Man)


A jovem guarda da garagem

The Brazilian Bitles é uma das bandas mais emblemáticas e menos reconhecidas do rock brasileiro. Tanto pelo nome, quanto pelo repertório é diretamente vinculada à beatlemania e à Jovem Guarda. De fato, a banda foi uma das primeiras a introduzir o som dos Beatles na cena carioca. Também fizeram sucesso com uma inusitada versão pop de "Gata" (Wild Thing - Troggs/Jimi Hendrix). Mas, The Brazilian Bitles foi mais do que apenas uma banda cover. Em seu repertório estão presentes raras pérolas do melhor rock dos anos sessenta, permeadas de climas modernos, garageiros e psicodélicos, como 'Dedicado a quem amei', 'Deixe em paz meu coração', 'Preciso seguir' e 'Decisão'.

A história da banda começa em 1965, quando o guitarrista Vitor Trucco e o cantor e guitarrista-base Jorge ainda tocavam no The Dangers, uma das inúmeras bandas de garagem do Rio de Janeiro. A banda se apresentava na televisão - no Cabal 9, especialmente - e em clubes, às vezes acompanhada de um cantor chamado Ely Barra. Um dia, Ely, mais o baterista Luiz Toth, junto com o paulista recém chegado Fábio Block convidaram Vitor para formar uma banda nos estilo dos Fab Four. Assim, estava formada The Brazilian Bitles, com Luiz Toth (bateria), Fábio Block (baixo e, depois, guitarra), Eliseu da Silva Barra (cantor e teclados), Vitor Trucco (guitarra solo e, depois, baixo) e Jorge Eduardo de Almeida (voz e guitarra-base). Em 1968, Luiz Toth, Fábio Block e Ely Barra deixaram a banda, entrando Ricardo, ex-baterista dos The Bubbles, e Rubens, ex-integrante do grupo uruguaio The Innocents, na guitarra solo e novos vocais.

The Brazilian Bitles estreiou apenas quatro dias depois, na boate "La Candelabre, com grande estardalhaço de mídia, por conta do empresário da nova banda, Glauco Pereira. O sucesso foi imediato, devido a música - o repertório refinado trazia Beatles, Rolling Stones, rock clássico (Chuck Berry, Little Richard) e outras novidades da "invasão inglesa" - e ao visual da banda, que já usava cabelos compridos. No dia seguinte, a banda estava nas páginas dos jornais como grande novidade da cena carioca, e daí para a televisão foi um pulo, onde apresentavam o programa "BBC - Brazilian Bitles Club", na TV Excelsior, do Rio de Janeiro.

O programa, que ia ao ar nos sábados à tarde, fez grande sucesso, chegando a segundo lugar nas pesquisas de audiência, e serviu de vitrine para divulgar diversos artistas que vieram a consagrar-se posteriormente. "Eles foram as pessoas que me puseram nisso", disse Ronnie Von a Senhor F, reconhecendo o papel dos Brazilian Bitles não apenas na divulgação da "beatlemania", mas também dos novos intérpretes e conjuntos cariocas. Em seguida, gravam seu disco de estréia, abrindo caminho para uma carreira que durou até 1969, incluindo diversos compactos, mais dois LPs, outros sucessos nas paradas, como "Não Tem Jeito" (versão de Rossini Pinto para "Satisfaction", dos Rolling Stones) e centenas de apresentações ao vivo país afora.

Texto de Flávio Ohno e Fernando Rosa, originalmente publicado no site www.senhorf.com.br.

Fazer o download de The Brazilian Bitles - É Onda (1967).

Monday, October 15, 2007

Os Brasas - Os Brasas (1968)




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Faixas:
01. À Distância
02. Beija-me Agora
03. Um Dia Falaremos de Amor
04. Quando o Amor Bater na Porta
05. Meu Eterno Amor
06. Que Te Faz Sonhar Linda Garota
07. Pancho Lopez
08. Ao Partir Encontrei Meu Amor
09. Benzinho NÆo Aperte
10. Tema Sem Nome
11. Não Vá Me Deixar
12. Sou Triste Por Te Amar



Uma das melhores bandas dos anos sessenta, Os Brasas, de Porto Alegre, ainda não conta o com devido reconhecimento na história do rock brasileiro. Talvez por isso, seu único disco, batizado apenas com o nome de ‘Os Brasas’, e lançado em 1968, pela gravadora Musicolor/Continental, ainda permaneça inédito, apesar de ser um dos mais bem acabados lançamentos daquela década, inclusive com uma das capas mais modernas de sua época. Além de um repertório de grande qualidade, a banda contava com ótimos instrumentistas.
No disco, pela primeira vez, está presente um perfeito ‘crossover’ entre o rock inglês, a psicodelia e a Jovem Guarda, antecipando, de certa forma, a linha mestra da construção da sonoridade do rock gaúcho. Não de graça, o disco abre com 'A Distância', uma ótima versão para 'Oriental Sadness', original dos Hollies, além de outras canções com orientação 'beat', como 'Benzinho Não Aperte', ‘Beija-me Agora’, ‘Pacho Lopez’ e a garageira ‘Não Vá Me Deixar’, que poderia dar aos Brasas o título de primeira ‘guitar-band’ do Brasil, e que já deveria ter merecido um cover.

Ainda integram o repertório do disco, que tem doze faixas, as músicas ‘Um Dia Falaremos de Amor’, ‘Quando o Amor Bater na Porta’, ‘Meu Eterno Amor’, ‘Que Te Faz Sonhar Linda Garota’, ‘Ao Partir Encontrarei Meu Amor’, ‘Theme Without a Name’ e ‘Sou Triste Por Te Amar’. As músicas evidenciam uma das grandes qualidades do grupo gaúcho, que era a sua qualidade autoral, em parte devido ao talento de Luiz Vagner. Inédito em CD, o disco circula no mundo independente por meio de um CDr que, além das músicas do álbum, ainda reúne os compactos gravados pela banda, também de grande qualidade autoral.

Os Brasas contava com a guitarra de Luiz Vagner, que levava para a Jovem Guarda a pegada e a sonoridade da psicodelia, e que está presente em boa parte das músicas desse disco. São suas as guitarras, e também a autoria em muitos casos, de clássicos do gênero com outros artistas, como Vanusa e Os Caçulas (‘A Moça do Karmanguia Vermelho’, dele e Tom Gomes). Exceto a versão de ‘Pancho Lopes’ (original de Trini Lopez), que fez algum sucesso na época, o disco não traz nenhum outro grande sucesso, mas muitas de suas músicas ficaram na lembrança de seus fãs.

O grupo Os Brasas começou por volta de 1965, em Porto Alegre, com o nome de The Jetsons, fazendo sucesso no programa Juventude em Brasa, na TV Piratini. Em 1967, grava seu primeiro compacto: ‘Lutamos Para Viver’/’Piange Con Me’. The Jetsons, e depois Os Brasas, tinha em sua formação Luiz Vagner, que após o fim do grupo fez carreira solo, atuando até hoje como cantor de reggae, Franco, Anyres Rodrigues e Eddy. Um dos precursores do rock gaúcho, o grupo mudou-se para São Paulo, onde apresentava-se em programas de televisão, como ‘Juventude e Ternura’, ‘Linha de Frente’ e ‘O Bom’.

Texto de Flávio Sillas Jr, publicado no site Senhor F.

Fazer o download de Os Brasas - Os Brasas (1968).

Monday, October 01, 2007

Zegê & The Silver Jets - Zegê & The Silver Jets (1970)




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Faixas:
01. A Dama e o Vagabundo
02. Hoje Eu Não Preciso de Nada
03. Tremendamente Apaixonado
04. Minha Doce Ilusão
05. Os Grandes São Grandes ...
06. Eu Tenho o Maior Amor do Mundo
07. Via Anchieta, Km 33
08. O Mundo Agora é Meu
09. Vou Pedir a Deus
10. O Terror de Todo o Norte
11. Eu Dedico a Você
12. Minha Esperança é Você
13. Você Mudou Minha Vida (Bonus Track)
14. Não Some Não (Bonus Track)
15. A Garota do Show (Bonus Track)
16. A Bela e a Fera (Bonus Track)



Por volta dos meus 22 anos, fui passar as férias de fim de ano com minha familia em Governador Valadares e no último dia do mês de março embarquei de volta pra São Paulo no ônibus número 90 da Viação Transcolim. Tinha passado o dia jogando bola às margens do Rio Doce e, por estar cansado, pensei que fosse dormir com facilidade. Qual nada. Saímos de Valadares às 5 da tarde e por volta das 9 da noite paramos pro café em Realeza. Comi um churrasco de gato, tomei uma ampola dupla de caipirinha e lá vamos nós pra estrada. Já estava meio adormecido quando, de repente, uma mistura de barulho de motor , pneus arrastando no asfalto, gritos, e não era pesadelo não. Era real. Quando percebi o que tinha acontecido já estava na enfermaria do Hospital de Carangola, onde passei praticamente um ano para me recuperar das diversas fraturas. Este acidente mudou completamente a minha rota.

Durante o período no hospital meu amigo Paulo Cotta me levou um violão e desenhou alguns acordes num papel e passei a compor e a cantar pro pessoal da casa. Saí do hospital e fui pra Santos fazer fisioterapia. Fiquei morando na casa do meu primo Zé Ferreira, que me ajudou bastante e através dele cheguei à banda de baile The Black Cats, mais tarde Blow Up, grandes amigos que foram muito importantes na minha história musical.

Dos muitos apelidos que eu tive na rua e no futebol, alguns impublicáveis, um que realmente pegou foi Zegê, que acabou sendo o meu primeiro nome artístico quando gravei três compactos e um LP na Gravadora Rozemblitt. Através do meu primo Ferreira e mais dois empresários (Sr Roberto Borroughs e Mario Freitas) cheguei à gravadora que ficava na Rua Conselheiro Nébias, travessa da Av Duque de Caxias. Lá conheci o trio vocal carioca The Snacks (Edson Trindade, Altair e Fernando) que moravam na mesma rua da gravadora e fui morar com eles. Dias depois chegou um amigo deles, vindo dos Estados Unidos e se juntou a nós. Seu nome: Tim Maia.

Moramos ali por volta de um ano e meio, toda noite era uma cantoria danada . Eles quatro cantavam todo o repertório black da Motown e eu, pobre caipira, ficava admirado do que via e ouvia. Nesta época comecei a questionar minhas composições, em sua maioria muito românticas. Os empresários ao meu redor apostavam que eu seria um novo Roberto Carlos. Não era o que eu queria. Larguei tudo e fui cantar Bob Dylan, Roling Stones, Ataulfo Alves e outros, durante oito anos de baile na noite paulistana. A banda Thoró acabou sendo a mais marcante na minha história de bailes. Quando a gente tocava Creedence Clearwater Revival, tremiam os salões da periferia de Sampa. Os anos de baile me deram segurança pra levar minhas músicas aos palcos dos festivais. Aquele Zegê, menino medroso que se escondia de vergonha atrás dos amplificadores dos primeiros bailes, já não tinha medo de assumir sua identidade: Zé Geraldo.

Texto de Zé Geraldo extraído de seu Site Oficial.

Fazer o download de Zegê & The Silver Jets - Zegê & The Silver Jets (1970).