Thursday, January 20, 2011

Hyldon - Deus, a Natureza e a Música (1976)




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Faixas:
01. Deus, a Natureza e a Música
02. Estrada Errada
03. Primeira Pessoa do Singular
04. Homem Passáro
05. Morte Doce
06. Prá Todo o Mundo Ficar Sabendo
07. Adoração
08. Cor de Maçã
09. Búzios
10. Sheila Guarany
11. O Boiadeiro
12. Pra Dizer Adeus
13. Taxi prá Bahia (bonus)
14. Palavras de Amor ao Vento (bonus)
15. Pelas Ruas de Los Angeles (bonus)



Deus, a natureza e a música, o segundo vinil de Hyldon (1976), é mais um daqueles casos de "disco secreto", lançado para cumprir contrato e sem divulgação. Hyldon, um dos três principais nomes do soul nacional (ao lado de Tim Maia e Cassiano), vinha de um sucesso estrondoso com o hit-single "Na rua, na chuva, na fazenda" e havia lançado um LP que, se não teve um grande sucesso, pelo menos projetou o nome do cara. Em briga com a gravadora após vários problemas no lançamento do primeiro disco - que quase não foi lançado porque a diretoria queria um LP com várias covers - Hyldon passava por problemas pessoais, desejava dar uma nova orientação a seu som e inovava fazendo um disco que era praticamente de soul radical. O romantismo de Na rua, na chuva... era mantido, só que misturado a algumas experimentações e a uma ambientação sonora bem mais elaborada e chique do que no primeiro LP. O resultado foi que, em 1976, apenas 5000 cópias foram prensadas e vendidas, sem alarde.


Correndo por fora das tradicionais séries de relançamentos (Brasil de A a Z, Samba Soul, 100 anos disso e daquilo), Hyldon resolveu reeditar seu segundo disco, só que a seu modo: o exigente soulman entrou em estúdio e, além de remasterizar as músicas, regravou todos os vocais - que ele julgava malfeitos - e mexeu em várias partes instrumentais, com o auxílio de alguns músicos participantes das sessões originais. Mesmo os puristas hão de concordar que ficou bem melhor, e o resultado é audível a partir da faixa-título, que abre o disco num clima quase gospel. O upgrade vocal melhorou bastante músicas que já eram quase perfeitas, como "Estrada errada" (uma alegre e comovente pré-disco, que poderia ter gerado mais um hit para Hyldon), "Homem pássaro" (jazz-soul aéreo, com Márcio Montarroyos fazendo wah-wah no trompete), "Pra todo mundo ficar sabendo" e a romântica e bela "Cor de maçã".


Adiantando em duas décadas o trabalho de artistas como Jair Oliveira e Max de Castro, Hyldon enxergou conexões entre o soul e o nordeste em "O boiadeiro" e "Morte doce", fez uma versão black de "Pra dizer adeus", de Edu Lobo (com o auxílio de Cristóvão Bastos, hoje um requisitado arranjador de MPB)... Mas as músicas que mais chamam a atenção no disco são a única parceria de Hyldon com Caetano Veloso, "Primeira pessoa do singular" (um samba-rock que ganhou um grande acento jazz graças ao flugelhorn de Paulinho Trompete), a bela "Búzios" (uma espécie de soul progressivo, com várias partes) e a curiosa "Sheila Guarany", uma ópera-rock girando em torno de uma figurinha bem peculiar. Hyldon, que havia recrutado para a gravação original de Deus, a natureza e a música um verdadeiro dream team (o pessoal do Azymuth, da banda Black Rio, Márcio Montarroyos, Carlos Dafé, Tony Bizarro, Robson Jorge, etc), conseguiu fazer, secretamente, um das maiores obras-primas da música brasileira.


Além das músicas originais do disco, o CD inclui três faixas bônus tiradas da fita master de Na rua, na chuva... e que haviam saído na coletânea Velhos camaradas 2, lançada em 2001 pela Universal (também quase secretamente, aliás). "Táxi pra Bahia" é uma das melhores definições do som de Hyldon: soul com a cabeça nos ritmos norte-americanos e os pés nas raízes nordestinas. "Palavras de amor ao vento", um samba-soul, fora gravada por Hyldon com outro nome no disco Nossa história de amor (CBS, 1977). E "Pelas ruas de Los Angeles", uma das melhores músicas do cantor, é um roquenrol negro que também poderia virar hit, mesmo que tardiamente. Hyldon é soul brasileiro como quase não se faz mais, desprovido de qualquer compromisso com modas, eletronices ou emepebismos.


Texto de Ricardo Schott, publicado no site discotecabasica.com.

Fazer o download de Hyldon - Deus, a Natureza e a Música (1976).

Tuesday, January 18, 2011

Cassiano - Apresentamos Nosso Cassiano (1973)




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Faixas:
01. O Vale
02. Slogan
03. A Casa de Pedra
04. Chuva de Cristal
05. Melissa
06. Castiçal
07. Me Chame Atenção
08. Calçada
09. Cinzas
10. Cedo ou Tarde".



Lançado depois do fracasso inicial de Imagem e Som e após um período em que o autor de "Primavera" estava sumido da mídia, Apresentamos... é o álbum mais ousado do cantor - mas era o pior disco que Cassiano poderia lançar para tentar chegar ao estrelato. O que era deliciosamente soul-pop no primeiro disco, com quedas para o rock e para o hippismo, tinha se tornado um soul psicodélico, experimental, com viradas bruscas na harmonia, orquestrações quase cinematográficas e letras de escrita automática. Vem daí a fama de "difícil" de Cassiano, que provavelmente deve ter descido o remo nos músicos que o acompanhavam para que mantivessem o ritmo e a melodia em músicas totalmente doidas, como o funk "Me chame atenção" e as progressivas "A casa de pedra" (com falsetes e vibratos que até assustam quem só conhece o Cassiano de "A lua e eu") e "Castiçal", cheias de partezinhas e de harmonias que poderiam estar num disco do Yes. As letras são um caso à parte: completamente surreais e experimentais, inserem viagens lisérgicas até mesmo em canções românticas, como na contemplativa balada "O vale" e no soul "Slogan" - isso sem falar na doideira da soul-country "Cinzas", a canção mais inventiva do disco, quase lembrando um Syd Barrett negão e convertido ao funk. Já "Melissa", canção que Cassiano havia feito para a filha recém-nascida, insere viradas na melodia em cortes bruscos. E na bela "Cedo ou tarde", as variações harmônicas e rítmicas são tantas que Cassiano tem até dificuldades de entrar no tom certo. Dá até para começar a entender aquelas histórias que dizem por aí de que Tim Maia e Cassiano nunca conseguiram fazer um disco em parceria porque o Tim morria de vergonha de cantar na frente dele.

Além de inovar em composição e arranjo, Apresentamos... vale por uma aula de gravação-mixagem, especialmente em faixas como "Calçada", rock´n roll conduzido por piano Fender Rhodes e cheio de efeitos de eco, psicodelia pura. O disco soa como herança direta do lado mais experimental do soul, feito por artistas como Isaac Hayes e George Clinton, e como uma perversão lisérgica de todo o cenário soul-funk, ousando como poucos já haviam feito no Brasil em matéria de música. Acabou resultando em mais alguns anos na geladeira para o cantor, que só voltaria a gravar em 1976, com os singles "A lua e eu" e "Coleção" (em parceria com Paulo Zdanowski, músico de São Gonçalo - hoje médico - que já colaborava com Cassiano na época de Apresentamos...). Lançado nessa época, o LP Cuban Soul vinha com uma proposta mais pop, mas não deixava de mesclar vários ritmos latinos ao funk, soul e ao rock, revelando vários hits e se tornando o álbum mais popular do soulman.

Nos últimos tempos, pouco se ouviu falar de Cassiano. Em 1991 a Sony Music foi pioneira ao fazer um tributo ao cantor (Cedo ou Tarde, com Marisa Monte, Ed Motta, Luiz Melodia, Cláudio Zoli, etc) e Cassiano, sumido até então, seguiria dando esporádicos shows. Em 1999, pouco antes do lançamento da coletânea Coleção, chegou a ser alardeado que Cassiano iria trabalhar com Guto Goffi, baterista do Barão Vermelho, e que tinha canções novas esperando para serem gravadas (algumas delas compostas nos anos 70, em parceria com Paulo Zdanowski) mas tudo ficou só no quase. Dono de um estilo e de um ritmo de trabalho próprios, Cassiano sofre até hoje com dificuldades de inserção no mercado - o resultado é que o Brasil, um país acostumado a estilos e ritmos de trabalho padronizados, quase não conhece a genial arte de Cassiano, um cantor-compositor fenomenal que chegou ao século XXI tendo que ser permanentemente "redescoberto". Uma merda.

Texto de Ricardo Schott, publicado no site discotecabasica.com.

Fazer o download de Cassiano - Apresentamos Nosso Cassiano (1973).

Monday, January 17, 2011

Programa Brazilian Nuggets 13 - Especial Psicodelismo Latino-Americano parte II para Download

Para quem perdeu, segue para DOWNLOAD o programa Brazilian Nuggets, Especial Psicodelismo Latino-Americano parte II.

For those who missed, you can DOWNLOAD the whole Brazilian Nuggets show, Latin American Psych Special part II.

Confira a Lista das Músicas

Tracklist

ARGENTINA

01. The Knacks - Te Extrañaré
02. Los Walkers - Donde Está Miss Lee los Sabados?
03. La Barra de Chocolate - Proyectos de un Ladron Prisionero

04. Los Gatos - La Balsa
05. Los Gatos - Cuando Llegue el Año 2000
06. Los Gatos - Lágrimas de María

07. Litto Nebbia - Rosemary
08. Nebbia's Band - Fattoruso's Trip
09. Huinca - Yo Soy tu Voz

10. La Confradia de la Flor Solar - Nos Encontraremos en Alguna Parte
11. Kubero Diaz y la Pesada - Todo Es Todo
12. Jorge Pinchevsky - La Maravillosa Maria y la Fuerza de las Cosas

13. Montes - Arco Iris
14. Miguel Abuelo - Recala Sabido Forastero

MEXICO

15. Los Ovnis - Enciende mi Fuego
16. Kaleidoscope - Hang Out
17. The Spiders - Something I Heard
18. The Spiders - Just one of Those Days

19. Los Dug Dugs - Let's Make it Now
20. Los Dug Dugs - Smog
21. Los Dug Dugs - Open Your Mind

22. La Revolucion de Emiliano Zapata - Nasty Sex
23. El Ritual - Easy Woman
24. Peace and Love - We Got the Power

VENEZUELA

25. Love Depression - Gon'na Ride
26. Ladies W.C. - And Everywhere I See the Shadow of That Life
27. Pan - 1970 - Daicy