Wednesday, January 20, 2010

Blow Up - 1st Album (1969)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. Estrela que Cai
02. Meu Anjo Especial
03. Você Não Sabe Amar
04. Ela se Foi
05. Tristeza do Adeus
06. Cada Dia
07. Deixe-me
08. Feliz sem Ter Você
09. Os Sonhos Meus
10. Para Ter Seu Carinho
11. Tempo de Amar
12. Eu Não Sei


Fazer o download de Blow Up - 1st Album (1969).

Monday, January 18, 2010

O que rolou na estreia do Programa Brazilian Nuggets...

A estreia do programa Brazilian Nuggets foi um sucesso. Para quem perdeu, segue o programa para DOWNLOAD

The Brazilian Nuggets premier was a complete success. For those who missed it, you can DOWNLOAD the whole program.

Confira a lista das músicas:

Tracklist

Beat
01 - The Bubbles - Por que Sou Tão Feio?
02 - Som Beat - Sou Tímido Assim
03 - Beat Boys - Torta de Morangos

Garagem
04 - Luizinho e seus Dinamites - Choque que Queima
05 - Os Baobás- Bye, Bye, My Darling
06 - Sound Factory - Let's Go

Jovem Guarda
07 - Wanderléa - Vou lhe Contar
08 - Silvinha - Risque
09 - Ronnie Von - Mil Novecentos e Além

Tropicália
10 - Gilberto Gil - Luzia Luluza
11 - Gal Costa - Meu nome é Gal
12 - O Bando - ...e Assim Falava Mefistófeles

Clássicos do Psicodelismo Brasileiro
13 - Liverpool - 13o. Andar
14 - Bangö - Rock Dream
15 - Mutantes - Caminhante Noturno

Progressivo
16 - Módulo 1000 - Turpe Est Sine Crine Caput
17 - Som Imaginário - Super-God
18 - Quintal de Clorofila - Drakkars

"Invasão Nordestina"
19 - Alceu Valença e Geraldo Azevedo - Virgem Virgínia
20 - Lula Côrtes e Zé Ramalho - Nas Paredes da Pedra Encantada

Black
21 - Arnaud Rodrigues - Murituri
22 - Paulo Bagunça e a Tropa Maldita - Olhar Animal
23 - Pedro Santos - Quem Sou Eu?

MPB
24 - Guilherme Lamounier - GB em Alto Relevo
25 - Manduka e Los Jaivas- Tá Bom Tá que Tá
26 - Nairê - O Menestrel das Cabras

Neo Psicodelismo
27 - Júpiter Maçã - Miss Lexotan 6mg Garota
28 - Mopho - Nada Vai Mudar
29 - Laranja Freak - Noção do Perigo

Espero que vocês tenham gostado. Breve, voltarei com mais novidades do mundo da psicodelia brasileira.

I hope you all have enjoyed it. See you soon with more news about the brazilian psych world.

Friday, January 15, 2010

Programa Brazilian Nuggets

Caros fãs do Brazilian Nuggets, agora vocês podem acompanhar um pouco mais da psicodelia brasileira no meu novo programa de rádio. O programa Brazilian Nuggets vai ao ar todo segundo sábado do mês, das 22h à meia noite, pela Rádio Web Underground Lágrima Psicodélica. Nesse primeiro programa, passearemos pelos vários estilos do Psicodelismo Brasileiro, indo do Beat e da Jovem Guarda, até o Progressivo e a "Invasão Nordestina". Além das músicas, informações e curiosidades sobre as bandas e discos. Até lá e boa viagem.

Hello Brazilian Nuggets fans. From now on you may know a little bit more about Brazilian Psych on my new radio program. The Brazilian Nuggets program can be heard on sundays, from 1am to 3am (GMT), at the Lágrima Psicodélica Underground Web Radio. In this first program we will go thru the various styles of Brazilian Psych, from Brazilian Beat and Jovem Guarda to Brazilian Prog an "Northwest Invasion". Besides the songs, information and curiosities about the bands and albums. See you there and have a nice trip.

Wednesday, January 13, 2010

Pedro Santos - Krishnanda (1968)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. Ritual Negro
02. Água Viva
03. Um Só
04. Sem Sombra
05. Savana
06. Advertência
07. Quem Sou Eu?
08. Flor de Lótus
09. Dentro da Selva
10. Desengano da Visita
11. Dual
12. Aranbindu



Algum colega blogueiro já notou, mas vale reafirmar a analogia. A terceira faixa de Krishnanda, “Um só”, possui versos no mínimo curiosos em relação à posição de Pedro Santos e do álbum, não somente em relação a sua época e, graças ao resgate em MP3, a nossa, mas em relação à música brasileira em geral: “… aquele que na palavra entender, no nome não se prender, pode ver bem quem eu sou. Mas quem no pé da letra cair, do nome não vai sair, porque no nome não estou…”

Pedro Santos, Pedro dos Santos, Pedro Sorongo, tocou com fulano, inventou instrumentos, entre os quais a Tamba, que dá nome ao renomado trio de jazz bossa, e realizou este álbum: pouco ou nada se sabe sobre este artista que “no nome não está”. De fato, não há informações disponíveis que possibilitem acessar mais adequadamente o trabalho de Sorongo. Inclusive, em relação a seus feitos, usarei os verbos no passado, pois nem sei ao menos se está vivo… Porém, a audição do álbum e a apreciação da breve história que colhemos via web, nos permite entrever fatos e detalhes. Por exemplo, tendo em mente a habilidade de Sorongo para criar instrumentos, identificamos na segunda faixa um chocalho d’água, cuja primeira ocorrrência que me vem à cabeça é o tocado por Jamie Muir em Lark’s Tongues in Aspic, quinto álbum do King Crimson. Mas não sei se este procedimento pode ser útil, pois o álbum exprime mais do que perspicácia técnica. O que se ouve em Krishnanda é produto de uma concepção sonora muito particular, mesmo levando em conta os prolíficos anos sessentas.

Após diversas audições, percebe-se o método a partir do qual o trabalho de Sorongo se desenvolve, e que confere a ele o estatuto de avis rara. Da bossa, do jazz e do samba-jazz ele absorve as concepções harmônicas, os arranjos de metal e o balanço. Subjacente às canções e temas musicais, camas de percussão que beiram a genialidade inscrevem o nome de Sorongo entre nossos grandes instrumentistas nesta seara. O disco abre com a batucada afro de “Ritual Negro”, permeada por vozes femininas, cujo tema central lembra tanto os ataques de metais da Orquestra Tabajara como os arranjos do Modern Jazz Quartet. Em “Água Viva”, o procedimento se repete: sobre uma cama rítmica inusitada, formada por kalimbas e chocalhos d’água, um naipe de metais desenha uma melodia à semelhança do estilo samba-jazz, lembrando a música de Moacir Santos. “Um Só” é composta por berimbaus e tambores, mas o que chama atenção é a qualidade da canção e da voz áspera de Sorongo. “Advertência” é uma experiência bastante afinada com alguns trabalhos contemporâneos que intercalam cacofonia e arranjos para orquestra. Os estrondos são acompanhados por orquestra wagneriana e tambores apocalípticos, produzindo talvez a faixa mais experimental do disco – junto com a riponga “Flor de Lótus”. “Quem Sou Eu” também admira pela qualidade meio pop, meio bossa da canção – às vezes lembram os afrossambas – e, finalizando, “Aranbindu”, uma singela melodia executada de forma lúdica e, ao mesmo tempo, com um certo grau de estranheza conferida pelo som do xilofone.

É estranho pensar que este álbum só veio à tona graças à era do MP3. E isso por alguns motivos que nos coloca questões estéticas e históricas de primeira ordem. Uma primeira questão, duchampiana, nos faz perguntar pela detecção dos elementos vanguardistas e como este trabalho depende de uma seleção que é feita de forma um tanto quanto arbitrária. Ora, o trabalho de Sorongo está em pé de igualdade com muitos discos da tropicália, e mesmo em relação a pseudo-bossa que inundava os festivais da época. Por que teria ele de emergir logo agora, que forças o mativeram no ostracismo por tantos anos? Uma outra questão curiosa é a semelhança que as experiências de Sorongo mantém com a fase setentista de Fela Kuti, que se pode conferir em “Desengano da Visita”. Mera coincidência? Provável, mas não há como tirar o mérito do compositor, de ter antecipado algumas divisões rítmicas, explorado suas potencialidades, criando inclusive soluções melódias e harmônicas perfeitamente condizentes com o “novo” ritmo.

Krishnanda certamente irá influenciar muitos trabalhos daqui pra frente, assim como os discos de Tom Zé, Caetano, Vinícius… E me pergunto que outros tesouros estarão escondidos pelos recantos do mundo, revelados quase diariamente pela gana pesquisadora dos bloggers. Essa enorme reserva, obnubilada pelos produtos eleitos, seja pela indústria, seja pela escolha popular, ainda poderá nos trazer outros “krishnandas”, o que implica em cogitar a hipótese de que entre passado e futuro se estabelecerá aos poucos uma relação de retroalimentação e atualização: o futuro identificando no “passado” seus elementos precursores, o passado renascendo e iluminando o futuro… E cá estou eu, filosofando sob a influência meio hippie, meio jazzy deste disco surpreendente.

Texto de Bernardo Oliveira


Apesar das evidentes qualidades de Krishnanda, a sensação que surge inicialmente é o espanto em saber que um disco como esses existe na história da música popular brasileira. É curioso que o disco não tenha nem mesmo menção na história dos discos malditos obscuros, como o disco tropicalista de Rogério Duprat ou o Paêbirú de Zé Ramalho e Lula Côrtes. Maior surpresa ainda: trata-se de um disco de 1968, incorporando samba, arranjos indianos carregados no expressionismo e África, além de contar com sons vindos de novos instrumentos e barulhos de natureza, como água e cantos de animais silvestres. Fosse um disco de meados dos anos 70, poderíamos traçar as influências: as misturas vêm da tropicália, os “sons de natureza” são inspirados em O Milagre dos Peixes de Milton Nascimento, o experimentalismo fragmentário vem do Caetano de Araçá Azul e dos discos de Walter Franco. Mas 1968 coloca Krishnanda como simultâneo dos primeiros e precursor dos outros: trata-se não somente de um OVNI enterrado nas camadas subterrâneas de nossa história, mas também de um trabalho que aponta para problemáticas musicais que viriam a aflorar nos anos seguintes.

Mas que fique claro que não é apenas um jogo de descoberta e fetiche pelo obscuro. O principal é o imprevisível, sim, mas também enorme talento em criar melodias, em criar bases percussivas e em especial em criar uma espécie de conjunto místico/religioso que encompassa organicamente geografias (Ásia, África e América) e culturas (religião hindu, panafricanismo) totalmente distintas. O que convence, em todo caso, é menos o conjunto – não é um disco que prima pela coesão – do que os lampejos brutos de inspiração: a melodia instrumental de “Ritual Negro” que abre o disco, a esquisitice proto-Tom Zé do riff de teclado (?) de “Quem Sou Eu?”, os agudos evocativos de “Flor de Lótus” e “Sem Sombra”, os trunfos de composição de canção que são “Água Viva” e “Desengano da Vista”. Por momentos, no entanto, o disco se instala num limiar meio perigoso entre pesquisa de timbres e easy listening, como testemunham as duas últimas faixas, “Dual” e “Aranbindu”, que são longe de essenciais. “Savana” e “Advertência” são peças climáticas e interessantes, mas a proximidade uma da outra acaba atrapalhando um pouco a fluência do disco, que não se comportará tão solenemente assim até o fim. Mas esses são apenas pecadilhos diante de um trabalho tão vigoroso e singular na música brasileira como é esse Krishnanda, que merece o quanto antes ganhar o reconhecimento devido.

Texto de Ruy Gardnier

Fazer o download de Pedro Santos - Krishnanda (1968).