Monday, December 22, 2008

Mário Garcia - Sr. Cisne (1982)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. A Garça
02. Quando Cair o Super Herói
03. Mergulho no Mar
04. Pôr do Sol em Montevideo
05. Sr. Cisne
06. Era do Ouro
07. Pés de Lotus



Gravado num estudio com pouca estrutura, pouco dinheiro, e muitos amigos ....

Assim foi a gravação de Sr Cisne produzido por Mario Garcia em 1982, na epoca fascinado por todas as influências negras na música da america latina.

Neste disco foram gravados muitos candombes...um ritmo negro de Montevideo no Uruguai muito tocado nos carnavais onde se usa intrumentos como os tambores "Piano", "Chico" e "Repique" um bem grave, um médio e um agudo...como no Candomblé temos "Run", "Pi" e "Lé"...

Feito sem nenhuma intenção comercial...era um momento de crescer e fusionar ritmos e foi um momento magico...muita coisa nasceu dentro do estudio.

Gravou com seu irmão Waly Garcia (teclados e pedal de baixo), e o baterista Ricardo Confessori, o LP Garcia & Garcia, e criaram um estilo bem único.

Nascido na cidade de São Paulo...Mario Garcia é um artista que ganhou um lugar no nordeste da Argentina, onde hoje tem um grupo de Jazz e um Trio Elétrico chamado Tamanduá Maluco.

No Brasil ele trabalhou com artistas tais como Antonio Carlos & Jocafi (criadores do tema "Você Abusou"), Paulino Boca Cantor, Silvio Brito, Malcolm Roberts (compositor) e gravou um álbum produzido por Ivan Lins e Victor Martins.

Viveu em Madrid (Espanha), onde, entre outros, tocou com Alex Acuña (Weather Report percussionista), foi músico da banda de Paco de Lucia e actuou em várias casas noturnas tocando jazz, bossa nova e outros ritmos afro-brasileiros.

Os Músicos:
Jorge Peña - Percussão...
Santana - Violão e Percussão....
José Luis "Tristón" -Bateria e Percussão
José luis Carrasco - Bongos...todos uruguayos
Arthur "El Gordo" - Baixo, Yrupê e Sax (Fundador do grupo raça negra.)
Junior - Bateria (Ex "Patrulha do espaço")
Serginho - Baixo
Mario Garcia - Guitarras e Cavaquinho.

Fazer o download de Mário Garcia - Sr. Cisne (1982).

Saturday, December 06, 2008

The Funky Funny Four - Let's Dance (1971)




DOWNLOAD!


Faixas:
1. It Don't Come Easy
2. Here Comes That Rainy Day Feeling Again
3. Pickin' Up Sticks
4. Put Your Hand In The Hand
5. Sweet Mary
6. Chirpy Chirpy Cheep Cheep
7. Rosianna
8. Country Sam
9. Where Are We Going
10. Never Can Say Goodbye
11. Lotti, Lotti
12. Jodie
13. Sweet and Inocent
14. All You'll Never Get From Me
15. Cathy, I Love You
16. Treat Her Like a Lady
17. What is Life
18. When You See Jerusalem



O LP ganhou a superfície pelas mãos do site Rato Laser, fonte de descobertas e raridades do rock brasileiro. Batizado '16 World Top Hits', o disco é uma das maiores raridades do rock nacional, e um achado espetacular. O LP contém covers para hits internacionais, mas o interessante é a composição da banda, que reúne grandes ícones do rock dos anos 60 & 70.

The Funky Funny Four é nada mais nada menos que Lanny Gordin (guitarra), Liminha (baixo, dos Mutantes), Suely Chagas (vocal, ex-O’Seis, o pré-Mutantes), Dinho (bateria, também dos Mutantes), Pedrinho (vocal, ex-Código 90) e, ainda, Lineu e Fernada nos vocais. O nome do disco é ‘Let’s Dance – 16 Worlds Top Hits’ e foi lançado pelo selo Young, em 1971, em meio a onda ‘cover’, que marcou a produção roqueira paulista da primeira metade dos anos setenta.


Texto de Fernando Rosa, publicado originalmente no site Senhor F

Fazer o download de The Funky Funny Four - Let's Dance (1971).

Monday, December 01, 2008

Dércio Marques - Segredos Vegetais (1988)




DOWNLOAD!


Faixas:
01 - Tema da flor da noite - Segredos
02 - Tema do Canindé
03 - Tema do milho
04 - Palhas de milho
05 - Lambada de serpente - Tema do milho
06 - Avati - Deus do milho e das flores
07 - Amarela flor do dia
08 - Tema dos segredos - Tema da flor da noite
09 - Campo branco - Tema Datatarena
10 - Natureza oculta - Arco-íris
11 - Bela pessoa - Incendental - Sonho de Nocla - Tali
12 - Segredos vegetais
13 - Umbela de Umbelas I
14 - Umbela de Umbelas II
15 - Tema das ervas
16 - Canto do ipês amarelos - Roda Gigante - Dandô
17 - Cítara medieval
18 - Dandô IIMarianinha
19 - Tirana [Salamanca do Jarau]
20 - Marianinha
21 - Segredos vegetais II - Se o meu jardim der flor
22 - Vôo noturno
23 - Jojobaleia
24 - Vinheta dos Meninos de Volta ao Mar
25 - Cantiga de ninar Arícia
26 - Tema dos meninos de volta ao mar
27 - Concerto de arames e pássaros [Passaramedonho]
28 - Tema da Jurema I
29 - Peleja do sisal
30 - Tema da Jurema II



Dercio Marques é um violeiro, cantor e compositor nascido em Minas Gerais e que tem em sua irmã Dorothy uma das principais parceiras de show.

Seu primeiro disco "Terra, vento, caminho", foi lançado em 1977, pelo selo Marcus Pereira, obra em que interpretava canções de Atahualpa Yupanqui, do célebre violeiro Elomar e de sua própria autoria.

Em 1979, lançou pelo selo Copacabana o disco "Canto forte-Coro da primavera", do qual participaram músicos como Oswaldinho do Acordeom e Heraldo, ex-integrante do Quarteto Novo.

Ainda dentre seus parceiros ou companheiros de shows destacam-se João do Vale, Paulinho Pedra Azul, Luis Di França, Pereira da Viola e Diana Pequeno.

Depois da bem sucedida gravação de um disco infantil "Anjos da Terra", em homenagem a sua filha Mayanna, foi indicado em 1996 para o prêmio Sharp de melhor disco infantil com "Monjolear", gravado em Uberlândia, com a participação de 240 crianças.


Texto extraído da Wikipédia

Fazer o download de Dércio Marques - Segredos Vegetais (1988).

Friday, November 14, 2008

Gêmini 7 - Em Órbita




DOWNLOAD!


Faixas:
01. Eu Não Sabia Que Você Existia
02. Tema Para Jovens Namorados
03. Chapeuzinho Vermelho
04. Meu Bem Não Me Quer
05. Secret Agent Men
06. Só Para Jovens
07. Gatinha Manhosa
08. Listen People
09. Vem Quente Que Eu Estou Fervendo
10. Black is Black
11. California Dreamin'
12. Vai



Com o sucesso do hoje clássico e raro compacto que continha as músicas ‘Vai’ e a versão de ‘It’s no Use’, dos Byrds (traduzida para ‘Sapato Novo’), a banda Jungle Cats atende o convite da gravadora Paladium para gravar o LP ‘Gêmini 7 em órbita, com Os Tremendões’, um disco basicamente de covers. Essa faceta de assinar com outro nome serviu para preservar a identidade do grupo. Os garotos, assim como centenas de outros grupos de garagem, tinha um perfil mais, digamos, radical e não queriam comprometê-lo com registros "comerciais".

Nessa época, a banda era formada por Carlos Greco, no baixo, Hipólito, na bateria, Dalton Meireles, na guitarra solo, Roberto Navarro, na guitarra ritmo e Sérgio Greco, no piano.

Lançado em 1967, o disco trazia clássicos do rock internacional, da Jovem Guarda e instrumental, como ‘Tema Para Jovens Enamorados’, ‘Gatinha Manhosa’, ‘Listen People’ e ‘California Dreamin’’. Estranhamente para futuros ratos da discografia do rock brasileiro, na última faixa do lado ‘b’, o disco trazia uma gravação de ‘Vai’, original dos Jungle Cats. O disco ainda hoje é encontrado nos sebos de vinil país afora, especialmente na região de Minas Gerais e Centro-Oeste do país.

O grupo ainda tentou gravar um álbum com originais, com o objetivo de mostrar a verdadeira cara sonora dos Jungle Cats, evidenciada em ‘Vai’, algum tempo antes. A idéia era principalmente registrar as canções dos integrantes do grupo, em especial de Carlos Greco, um ótimo compositor. A proposta dos garotos, no entanto, esbarrou na negativa da gravadora, que preferia lançar álbuns de covers.

O "sonho dos anos sessenta" acabou com o fim dos Beatles, o serviço militar para muita gente e a universidade para tantos outros. Com isso, The Jungle Cats também encerrou suas atividades, deixando para a história do rock brasileiro um raro compacto, um LP "anônimo" e uma lenda que segue viva até hoje.

Texto de Fernando Rosa publicado no site Senhor F.

Fazer o download de Gêmini 7 - Em Órbita.

Sunday, November 02, 2008

Réquiem Para o Circo - Made in PB (1976)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. Declamação (Zé Ramalho da Paraiba)
02. Anjo Branco (Ave Viola)



"Réquiem para o circo - Made in PB", lançado em 1976 e que tem a participação de Zé Ramalho, declamando o "Monólogo do Palhaço" uma adptação do Asilo de Petersen por Luis Carlos Vasconcelos, direção e produção de Eduardo Stuckert.

O compacto é em formato de poster sua capa abre em quatro partes, possui um livreto com 24 paginas ! em duas delas pela primeira vez Zé Ramalho falou sobre os segredos do Ingá, e seu albúm Paêbirú produzido com Lula Côrtes.


O Circo viveu por dois anos durante esta tempo fez o possível para ser fiel à ideía que lhe deu origem. Debaixo do toldo que por algum tempo coloriu uma de nossas avenidas muitas coisas aconteceram.

Houve representações de Teatro; houve concertos de música popular e também Erudita. Houve cantorias a viola, exibições de capoeira e de Bumba meu Boi; nele foram ouvidos os cantos de xangô e de Jurema.

O folclore fazia contraparte com as expressões refinadas da cultura, para que todos os gostos fossem servidos, conferencias, debates, exposicões de arte, havia também bailarinas semi-nuas que rebolavam ao ritmo quente das batucadas. Forrós pelo São João e festas de Natal à luz de velas; carnavais. Beethoven confraterniza com Paulinho da Viola e Luiz Gonzaga fazia duetos com Brahms.

Por dois anos o Circo tentou fazer cultura viva, a cultura alegre e sensual que dá encanto à vida.

Quem sabe dos seus escombros pode surgir uma nova casa de cultura, não a cultura de gravata, mas a cultura amena que faz alegria de viver...

Texto extraído do encarte do Compacto.

Fazer o download de Réquiem para o Circo - Made in PB (1976).

Wednesday, October 29, 2008

Os Megatons - Single (1967)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. Cuidado
02. Só Penso em Meu Bem



Gravado pelo grupo paulista Os Megatons, o compacto com as músicas 'Cuidado' e 'Só Penso em Meu Bem', é um dos mais raros e legais disquinhosda história do rock nacional. As duas canções talvez sejam a versão mais bem resolvida e elegante da fusão da Jovem Guarda com a sonoridades 'beatle' que proliferaram naquele momento.

Escritas por Marcos Roberto & Dori Edson e Henrique Adriani, respectivamente, as músicas apresentam uma levada rítmica empolgante, remetendo à 'era Revolver'. O compacto foi lançado em 1967, pela gravadora Mocambo/Rozenblit.

Influenciados por Byrds, além dos Beatles, Os Megatons era liderado pela dupla Joe Primo Mareschi e Wagner Benatti, autor de 'O Tijolinho', clássico da Jovem Guarda, gravada por Bobby De Carlo – também integravam o grupo Edgard, Renan, Arnaldo e Luizinho.

Com o fim do grupo, no final dos anos sessenta, Wagner Benatti passou a integrar o grupo Pholhas. Nos anos oitenta, ele ainda também fez parte, paralelamente, do Cokeluxe, banda de rockabilly liderada por Eddy Teddy.

Além deste compacto, Os Megatons gravou mais dois compactos 'Tarzan/Viajando' (1966) e 'Meu Machucadinho/Nelma' (1967), e um LP de música instrumental, anterior à fase vocal. Em 1967, o grupo acompanhou Bobby De Carlo na gravação de seu álbum de estréia, com a dupla Mareschi/Benatti contribuindo com algumas composições, além de 'O Tijolinho'.

No final da carreira, a banda estava ironicamente preparando a gravação de um LP que, infelizmente, não chegou a ser concluído.

Texto de Fernando Rosa, publicado originalmente na revista virtual Senhor F.

Fazer o download de Os Megatons - Single (1967).

Sunday, October 26, 2008

De Kalafe - Singles




DOWNLOAD!





De Kalafe e a Turma
Faixas:
01. Guerra
02. Mundo Quadrado


De Kalafe e Sua Turma
Faixas:
01. Bang Bang (My Baby Shot me Down)
02. This Boy



Um dos mais raros compactos do rock brasileiro é o que traz as músicas "Guerra" e Mundo Quadrado". O compacto saiu pela gravadora Rozemblit, responsável por um grande número de lançamentos alternativos da época.

"Guerra" foi um hit local em São Paulo, na segunda metade dos anos sessenta. As duas músicas integravam o compacto simples da cantora De Kalafe, de origem árabe. De Kalafe cantava acompanhada do grupo A Turma, que tinha entre seus integrantes Arnaldo Sacomani, depois produtor e radialista.

Com apenas dois compactos gravados, o grupo desfez-se no final da década, com De Kalafe seguindo carreira solo. No segundo compacto, De Kalafe gravou o cover para "Bang Bang", um original da cantora Cher.

Texto de Fernando Rosa, publicado originalmente na revista virtual Senhor F.


Denise Kalafe é conhecida no meio artístico como "D. Kalafe".Nascida em Ponta Grossa, Paraná, Denise fez sucesso com "Mundo Quadrado" e "Bang-Bang" e não gosta de usar sapatos. Anda descalça.

Também é conhecida pelo seu espírito de independência e protesto.

Desde que começou a mostrar suas primeiras composições, em shows e programas de tv, em São Paulo, na segunda metade dos anos 60, num movimento meio hippie, na base do "flor-amor", em que se apresentava com longas batas brancas, descalça, interpretando canções antimilitaristas (em plena escalada da guerra do Vietnã).

Ela é própria Zapata reencarnada em Guadalajara. Ela vive no mexico desde que perdeu um festival da canção, no final dos 60. Ela sempre foi super comunista. No México ela é Denise Kalafe e já foi estrelona. No Brasil era Dê Kalafe e quando ela decidiu cantar descalça o povo odiou.

A primeira descalça brasileira aceita pela sociedade mainstream foi a Aparecida.

Denise De Kalafe, paranaense de Ponta Grossa, há 12 anos residindo na Cidade do México, continua entre as superstars da canção latino-americana, enquanto no Brasil permanece esquecida - sem um único disco aqui editado.

No último dia 23, a United Press International distribuiu a listagem dos discos mais populares da América Latina, em várias Capitais, com a paranaense De Kalafe em destaque. Em Bogotá, "Quiero Gritar", uma das mais recentes composições de De Kalafe, está em primeiro lugar.

Em La Paz, é "Armando-te", outra de suas músicas, que figura em terceiro lugar, abaixo de "Esperame" (Rocio Jurado) e "Chiquilla" (Manolo Otero). Em Los Angeles, apesar de toda concorrência, Denise também se classificou bem: "Amando-te" está em sexto lugar, logo abaixo de "Felicidades", que reúne Júlio Iglesis e Pedro Vargas.

Texto de Aramis Millarchi, publicado originalmente no jornal O Estado do Paraná em 04/09/1985.


Fazer o download de De Kalafe - Singles.

Assista uma participação de De Kalafe e a Turma, interpretando a música In Sha La, no filme "Bebel, a Garota Propaganda", de 1967.

Thursday, October 23, 2008

Fábio - Single (1968)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. Lindo Sonho Delirante (LSD)
02. Reloginho



Mais conhecido pela gravação do hit ‘Estela’ no início dos anos setenta, o cantor Fábio estreou em disco completamente na contramão da então praticamente extinta Jovem Guarda, e sintonizando com os novos tempos.
Em 1968, ele lançou um polêmico compacto, contendo as músicas ‘LSD (Lindo Sonho Delirante)’, dele e Carlos Imperial, e ‘O Reloginho’. Um funk bem marcado, ‘LSD’ é capaz de ainda hoje sacudir as pistas de dança.

A segunda música não tinha nada demais, o que não se pode dizer do lado ‘A’ do compacto. Além de um ritmo literalmente alucinante, a música trazia a provocação explícita na letra.

A capa do compacto também não deixava dúvidas sobre a sugestiva letra, estampando em letras garrafais, sob um fundo vermelho, acima da foto do cantor, a palavra "LSD", sublinhada com "Lindos Sonhos Delirantes".

Hoje uma das peças mais raras da história secreta do rock brasileiro, o compacto não fez sucesso, mas ajudou a abrir caminho para o ex-Juancito, nome adotado no início da carreira, em meados dos anos sessenta.

No início dos anos setenta, Fábio gravou um LP com participação de integrantes dos grupos A Bolha e O Terço e outros músicos. Na época, o disco foi bem recebido pela revista Rolling Stone, que publicou entrevista com o cantor.


Texto de Fernando Rosa, publicado originalmente na revista virtual Senhor F.

Fazer o download de Fábio - Single (1968).

Wednesday, October 15, 2008

Analfabitles - Singles (1968-69)




DOWNLOAD!


Compacto Simples (1968)
Faixas:
01. Sunnyside Up
02. She's My Girl


Compacto Duplo (1969)
Faixas:
01. Magic Carpet Ride
02. The Sun Keeps Shining
03. Shake
04. It's Been Too Long



Os Analfabitles contabilizavam três anos de existência em 1968. No início eram um quarteto e atendiam pelo nome de The New Kings. Uma fase curta, movida por uma aparelhagem incipiente e muita disposição. Logo, o pretensioso nome foi abolido, substituído pelo trocadilho com o qual a banda viria a se tornar uma legenda no Rio de Janeiro.

Mimetizando os grupos ingleses e norte-americanos, dos quais sugavam o repertório, os Analfabitles seguiam rota divergente do estilo predominantemente brega da jovem guarda. De fato, compartilhavam com outras bandas beat e de garagem, como The Outcasts, The Bubbles, The Trolls, The Divers e The Crows, entre outras, um nicho distinto e exclusivo, porém sem muita atenção das TVs e dos jornais e revistas, como recebiam os artistas daquela vertente.

No entanto, em 1968, já como um sexteto, a banda atravessava um momento efervescente. Seus bailes sempre concorridos mantinham o grupo em permanente circulação pelos clubes da Zona Sul, com esticadas a Tijuca, ao Grajaú e a Niterói, do outro lado da baía. Mas foi no Caiçaras, um clube de elite às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas - na verdade, situado numa ilha - que a coisa começou a esquentar. Ali, suas domingueiras foram se tornando tão disputadas durante o segundo semestre do ano que os bailes tiveram que ser transferidos do salão para o ginásio do clube. Com a fama se espalhando rapidamente entre os jovens antenados da cidade, não foi preciso muito tempo para Danilo, Léo, Maran, Luiz Carlos, Fernando e Daniel desfrutarem da reputação de pertencerem da melhor banda da região, ao lado de The Bubbles.

Pois foi em meio a esse panorama que os Analfabitles tiveram a chance de gravar um compacto simples para a RCA Victor. Chance essa proporcionada pelo gaitista e violonista Rildo Hora que, naquele momento, iniciava-se como produtor musical da gravadora. Reunidos no estúdio da CBS, no Rio, o grupo registrou os dois temas para o compacto numa curta sessão de gravação. Ao final de uma tarde de trabalho, depois de gravadas as bases, seguidas dos vocais em overdub, Rildo Hora dava por encerrada a sessão.

A escolha dos Analfabitles recaiu sobre dois números absolutamente obscuros, conhecidos apenas pelos freqüentadores mais assíduos dos bailes da banda. Foram eles "Sunnyside Up" e "She's My Girl". O primeiro, de uma banda de garagem de Boston (EUA) de pouca expressão fora de sua região de origem, chamada Teddy and The Pandas. A segunda, dos Coastliners, outro grupo norte-americano cujo legado discográfico limita-se a alguns compactos.

De certa forma, uma escolha surpreendente, pois contrariava a tendência da maioria dos artistas (e de bandas de sua época) de copiar os sucessos mais óbvios ou refazer temas de artistas já consagrados internacionalmente, quando da gravação de covers. Com inteligência, os Analfabitles evitaram comparações com as gravações originais que, no caso, ninguém conhecia, e tornaram "seus" os temas gravados. Portanto, se sucesso fizessem, seriam conhecidos como uma assinatura exclusiva da banda e de ninguém mais.

"Sunnyside Up" é um número em mid-tempo, com destaque para o caprichado vocal do grupo, em arranjo diferente, melhor e de efeito superior ao registrado por Teddy and The Pandas. Outro carimbo da banda presente na gravação é o atrevido solo de Maran ao órgão Hammond. Já "She's My Girl", escolhida para ocupar o lado 2 do compacto, é uma balada delicada, cantada em falsete por Fernando tal qual a gravação original dos Coastliners, lançada nos Estados Unidos em 1966 através do selo Back Beat.

O disco, cujo lançamento foi celebrado com uma festa no Teatro Casa Grande em 13 de outubro de 1968, chegou às rádios através do legendário DJ Big Boy, que incluiu os dois números na programação da Rádio Mundial. Mas foi "She's My Girl" que caiu no agrado dos ouvintes. O sucesso foi tanto que a música acabou invadindo o dial de outras estações cariocas, garantindo a RCA uma vendagem de dez mil cópias do compacto. Um enorme alento para um grupo sem presença alguma na televisão e cuja fama ainda atingiria o ápice no ano seguinte.

Enquanto os Analfabitles seguiriam construindo a sua história, a do compacto já estava sedimentada. Duas grandes pequenas músicas, executadas com brilho e bom gosto, só poderiam resultar num dos melhores discos de beat music gravados no Brasil.

Texto de Nélio Rodrigues, publicado originalmente na revista virtual Senhor F.

Fazer o download de Analfabitles - Singles (1968-69).

Wednesday, October 08, 2008

Os Baobás - Single (1966)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. Bye Bye My Darling
02. Pintada de Preto (Paint it Black)



Em 1966 uma banda paulista surgia no cenário de grupos que foram se formando à medida que a Jovem Guarda tomava cada vez mais conta do país. Os Baobás oficialmente debutaram com dois fatos que os fariam existir por dois anos, assim encerrando atividades em 1968: tal qual Os Mutantes, o nome da banda se originou graças a Ronnie Von, que extraiu do livro-símbolo de sua carreira O Pequeno Príncipe a nomenclatura de uma árvore chamada baobá, e o lançamento de seu primeiro compacto, no dito ano de 66.

Durante sua existência, a banda lançou cinco compactos e um disco, além de participações.

O primeiro compacto d’Os Baobás é constantemente lembrado pela antológica versão de “Paint It, Black” dos Rolling Stones, vertida aqui por Ricardo Contins (guitarra e principal compositor da banda) e Arquimedes (percussão) para “Pintada de Preto” (“A minha vida é toda cheia de defeito/Ela para mim é toda pintada de preto”), mas o disco é composto também pela ótima “Bye Bye My Darling”, de autoria original da banda, via Contins.

Versando sobre uma relação à distância, originado por uma viagem de um dos interlocutores (“Bye bye my darling, goodbye/I’m going away just for a ride/And before this ride I’ll be back again”, canta o refrão) sobre uma base instrumental que já difere sutilmente de algumas ingenuidades da Jovem Guarda, tal música forma sua existência já na inusitada natureza de composição d’Os Baobás: o de lançar as suas próprias composições em idioma inglês.

Texto de Roberto Iwai, publicado originalmente na revista virtual The Freakium!.

Fazer o download de Os Baobás - Single (1966).

Sunday, September 21, 2008

Mac Rybell - Single (1968)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. The Lantern
02. Shadow


Início dos anos 60. O mundo maravilhava-se ante a revolução artística e cultural que ocorria nesse período. Na música os jovens conquistaram definitivamamente o seu espaço e os Beatles, com suas canções revestidas de energia contagiante, faz o mundo delirar, influenciando uma legião de jovens.

Em Assis, o eco dessa efervescência mundial ressoou e fez um grupo de amigos buscarem a música para manifestarem a sua arte. O conjunto iniciou-se em 1964, com Marinho e Caio, no Colégio Diocesano. Depois juntaram-se a eles Paulo Roberto, Bell e Elionilton.

A criatividade do grupo já se mostra na escolha do nome da banda que, usando as iniciais dos nomes de cada músico, nasceu MAC RYBELL.

Em 1967, o Mac Rybell grava seu primeiro disco, em São Paulo, com os novos integrantes Rodolfo, Chiqueto e Oliver. "Júlia" e "Io non te Lembro" são as músicas mais tocadas.

Em 1968, Mac Rybell apresenta-se na TV Bandeirantes, no programa "Enzo de Almeida Passos". Lá é convidado a tocar na melhor casa noturna de São Paulo: o Urso Branco. Após o sucesso dessa apresentação, a banda é contratada como nova atração da noite paulistana, o que os faz mudarem-se para São Paulo.

Logo Mac Rybell é considerado pelos jornalistas de São Paulo os Beatles brasileiros e em apenas 3 meses de trabalho é festejado como o melhor conjunto da noite paulistana de 1968.

Também em 1968, fruto de uma grande atividade artística e arrojo do grupo, o Mac lança no Brasil um compacto com uma música inédita dos Rolling Stones, "The Lantern", além de uma música de composição prõpria, "Shadow". Esse disco, hoje é disputado internacionalmente por colecionadores.

Ainda em 1968, ano de uma das melhores fases do grupo, Mac Rybell grava um disco com músicas dos Beatles, mas por imposição contratual da gravadora, no LP "Mania de Beatles", o nome da banda saiu como "The Sargeants". Apesar disso, Mac Rybell foi o primeiro conjunto brasileiro a lançar um LP apenas com músicas dos Beatles. Nesse ano entram na banda Yrineu e Daniel.

Em 1969, após enorme sucesso em São Paulo, a banda volta para Assis, contando com o novo integrante Mário Carlos.

Em 1972, após tocar em vários programas de TV de São Paulo, como "O Clube do Bolinha", o Mac Rybell apresenta-se no "Programa Sílvio Santos", exibido então pela Rede Globo, sagrando-se vitorioso da competição. Naquela época, a audiência televisiva era pequena, mas a enorme repercussão desse programa propiciou ao Mac Rybell um enorme mercado de trabalho e confirmou sua posição como uma das melhores bandas do Brasil.

Em 1974, o grupo lança o LP "Mac Rybell", apenas com composições próprias e que tem na música "Meu Sonho" um grande sucesso tocado em muitas rádios até hoje.

As pesquisas musicais e tecnológicas nas criações de novos sons e instrumentos sempre foi o diferencial da banda, o que possibilitou, em 1983, a participação do Mac Rybell na TV Cultura de São Paulo para a gravação da abertura de "Assim Falou Zaratrusta", que permanece até hoje como uma das marcas desse vanguardismo.

Texto adaptado de uma Revista de comemoração aos 100 Anos de Assis.

Fazer o download de Mac Rybell - Single (1968).

Friday, September 12, 2008

Equipe Mercado, Som Imaginario, Modulo 1000 e A Tribo - Posições (1971)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. Kyrie - "A Tribo"
02. Marina Belair - "Equipe Mercado"
03. Curtíssima - "Módulo 1000"
04. A Nova Estrela - "Som Imaginário"
05. Ferrugem E Foligem - "Módulo 1000"
06. Peba & Pobó - "A Tribo"



Lançado pela Odeon em 1971, esta rápida coletânea (menos de 1/2 hora) pretendia mostrar o que havia de novo no cenário musical brasileiro. Foi lançado de uma forma tímida e quase desacreditada, sem nenhum alarde. Na verdade de todas essas bandas, a mais duradoura teria sido o Som Imaginário (que durou de 1970 até 1974).

As outras bandas (com exceção do Módulo 1000 que gravou um LP em 1972) apenas registraram compactos na história da música brasileira. Porém, o fato de não terem sido absorvidos pela indústria fonográfica não tira a primazia e beleza das composições.


A Tribo era formada por Nelson Angelo, Joyce, Novelli, Toninho Horta e Naná Vasconcelos (depois substituido pelo Nenê da bateria). Atuou no cenário artístico no início dos anos 70. Em 1970, classificou a música "Onocêonekotô" (Nelson Angelo) para a final do V Festival Internacional da Canção.

Equipe Mercado, grupo formado por Diana (voz), Leugruber (guitarra), Ricardo Ginsburg (guitarra), Stul (violão, baixo, piano e voz), Carlos Graça (bateria) e Ronaldo Periassu (percussão) em 1970 na cidade do Rio de Janeiro, tendo como influência maior o rock psicodélico dos anos 60. Lançou em 1971 um compacto simples com as músicas "Os campos de arroz" e "Side b rock", encerrando suas atividades no ano seguinte.

Som Imaginário, grupo formado em 1970 por Wagner Tiso (teclados), Robertinho Silva (bateria), Tavito (violão de 12 cordas), Luiz Alves (baixo), Laudir de Oliveira (percussão) e Zé Rodrix (órgão, percussão, voz e flautas). Nesse ano, com a participação de Nivaldo Ornelas (sax) e Toninho Horta (guitarra), dividiu o palco com Milton Nascimento, apresentando o espetáculo "Milton Nascimento, ah, e o Som Imaginário".
Ainda em 1970, gravou seu primeiro disco, "Som Imaginário", destacando-se canções como "Feira moderna" (Beto Guedes e Fernando Brant) e "Hey man" (Zé Rodrix e Tavito).

Módulo 1000, formado por Daniel (guitarra e voz), Luís Paulo (órgão), Eduardo (baixo), Candinho (bateria) na cidade do Rio de Janeiro em 1969. Conjunto de curta duração, seguia a linha "hard rock" mesclada com o blues. Em 1970, participou do "V Festival Internacional da Canção" e lançou pela Odeon o compacto simples com as músicas "Big mama" e "Isto não quer dizer nada". No ano de 1972, pela Top Tap lançou o LP "Não fale com as paredes". Encerrou as suas atividades em meados da década de 1970, tinha guitarras gritantes e uma bateria pesada ao estilo Led Zeppelin.

Texto extraído do blog Mopho Discos.

Fazer o download de Equipe Mercado, Som Imaginario, Modulo 1000 e A Tribo - Posições (1971).

Wednesday, August 27, 2008

Hugo Filho - Paraibô (1978)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. Paraibô
02. Que Me Viu Por Aí?
03. Não Me Digam O Que Ser
04. Meu Sol
05. Quero Você, Você
06. Medo
07. Arcozelo
08. Valsa Parar Fabrici



Hugo Leão (Hugo Filho) foi líder, guitarrista solo e vocalista da banda THE GENTLEMEN, grupo que fez muito sucesso na Paraíba nos anos 60 e 70 e que ainda hoje conserva um grande fã-clube, a música "Cristina" muito executada nas rádios locais na época.

PARAIBÔ foi gravado entre Maio e Julho de 1978, em estúdio particular, com mesa e equipamento da antiga banda THE GENTLEMEN. Este LP conta com duas músicas de Zé Ramalho com parceria de Pádua Carvalho, "Não me digam o que ser" e "Meu Sol". As outras faixas do LP são de autoria de Hugo Filho e Pádua Carvalho...

Os músicos integrantes deste LP são Hugo Leão (Hugo Filho), Zé Crisólogo, Enilton Araujo e Irapuã presentes na foto da contra capa.

A Arte da capa foi feita pelo Artista Plástico Miguel dos Santos.

Texto adaptado do blog Mopho Discos.

Fazer o download de Hugo Filho - Paraibô (1978).

Monday, August 25, 2008

Jardim das Borboletas - Original Soundtrack (1972)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. Jardim das Borboletas
02. Marrom-Carmim
03. 1,2,3,4
04. Rock do Grilo
05. Viva a Vida Girassol
06. Anoitecer
07. Duse Borbô
08. A Dança das Borboletas
09. Tema de Amor do Girassol
10. O Nosso Jardim
11. A Vida Aí Fora Pode Não Ser Bem Assim,
Mas Tente Lembrar do Nosso Jardim



Em 1972 estreiou a fantasia musical infantil de André José Adler "O Jardim das Borboletas" com músicas de Taiguara, Eduardo Souto Neto, Zé Rodrix, Jorge Omar e Paulo Imperial. Com cenários e figurinos de Cláudio Tovar.

A produção era de Carlos Imperial. Desde então a peça já teve pelo menos 18 montagens profissionais pelo Brasil e 2 adaptações para TV.

Texto extraído do blog Mopho Discos.

Fazer o download de Jardim das Borboletas - Original Soundtrack (1972).

Friday, August 15, 2008

Grupo Água - Amanheceres (1981)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. Amanecida
02. Olindeña
03. La Tonada
04. El Pajarito
05. Sambeado
06. Ventarrón
07. Airecito
08. Decidí Partir
09. Nordestina



Água foi um dos grupos mais aclamados no Chile e no Brasil nos anos 70 e 80. Deixaram dois discos ("Transparência" e "Amanheceres") que são peças de museu e nenhuma gravadora os lançou em reedições digitais.

O grupo percoreu o continente moreno, buscando as raízes, ao mesmo tempo em que na Europa, Angel e Isabel Parra, entre outros, difundiram a música Chilena em seus exílios.

O conjunto surgiu como uma expressão nova em 1974, liderados pelo compositor e vocalista Nelson Araya, além de Leopoldo Polo Cabreara, com a participação de Nano Studel, Oscar Pérez e José Pedro Hara. Todos eram sintonizados com o rock e foram precursores da chegada da "onda brasileira" no Chile. Debutaram em Barnechea no cenário do Teatro Paroquial. Em 1975 partiram em viagem para "captar o espírito da música andina", percorrendo a Bolívia, se apresentando em praças, feiras e ruas. Difundiram sua experiência em minas, bairros da periferia e circos. Em 1976 se mudam para o Peru, deixando sua impressão na música "Cantito al Sol", que se refere às montanhas e ao sol.

Água continua sua peregrinação até o Equador, tendo contato com poetas, músicos e bruxos para indagar sobre o mágico, o mistérios da selva e a atitude mística do viver andino. Em 1976, já no Equador, se apresentam e Quito e Guaiaquil, se embrenham na selva e retornam ao Peru. Da Bolívia, chegam ao Brasil e se apresentam no Teatro Municipal de Campinas, em São Paulo. Aí conhecem Milton Nascimento, que os convida para contribuir com quatro músicas ("Caldero", "Promesas del Sol", "Minas" e "Volver a los 17" com Mercedes Sosa) para o disco "Geraes", cuja tiragem chegou a um milhão de cópias.

Em 1978, o selo Som Livre os contrata para gravar o LP "Transparência", considerado pela crítica o melhor disco do ano.

Seguem em turnê pelo Brasil, incorporando instrumentos, ritmos e tradições ao seu repertório. Em 1979, depois de uma turne pelo nordeste, retornam ao Rio, onde são convidados a gravar com Ney Matogrosso, uma das figuras mais relevantes da MPB.

Água continua suas apresentações, alcançando grande popularidade no Brasil e cativando outros artista, que os convidaram a gravar com eles, como Denise Emmer e Moraes Moreira.

Depois de 4 anos no Brasil regressam ao Chile, em fins de 1980, para dar 4 concertos no Galpão dos Leões. Em 1981 o grupo é convidado pelo semlo SYM do Chile para gravar o seu segundo LP, "Amanheceres", um trabalho que reúne o repertório dos 3 anos anteriores. Além disso, se apresentam na competição de música folclórica do Festival de Viña del Mar, onde foram finalistas. No ano seguinte retornam ao Brasil.

Água cantou os ciclos da água em temas como "El Colibri" e "El Guillatún”, o tempo de olhar o céu em "Silba y Camina", o ciclo da semente em "La Semilla", os andes equatorianos e o sol. A combinação sonora de acento Latinoamericano reuniu esse grupo de jovens que buscaram através da música uma irmandade, combinando as cores do tiple (colombiano), da mandolina, flautas transversas, uenas, tarkas e outros instrumentos andinos.

Logo, de sua residência no Brasil seguiram somando cores com a rabeca, a viola caipira, o cavaquinho, berimbau e um sem número de instrumentos de percussão. Além disso, usaram a harpa paraguaia, o violino, o charango, o bombo e muitos mais. Tudo isso em um repertório que combina suas composições com temas de Los Jaivas e Violeta Parra, entre outros.

Integrantes:

Nelson Araya, voz, violão, mandolina (1973 - 1981 / 1999)
Leopoldo Polo Cabrera, voz, vilão, charango (1973 - 1981)
Nano Stuven, flauta (1973 - 1981)
Oscar Ratón Pérez, violão, mandolina (1976 - 1981 / 1999)
Pedro Jara, percusão (1978 - 1981)
Roberto Lacourt, saxofone, flauta (1980 - 1981)
Marco Luco, baixo (1980 - 1981)
Leo Cereceda, baixo (1999)
Lucho Martínez, percusão (1999)

Texto extraído do blog Grupo Água - Tributo Histórico

Fazer o download de Grupo Água - Amanheceres (1981).

Sunday, August 03, 2008

Comunidade S8 - O Rio das Águas que Saram (1977)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. O Rio das Águas que Saram
02. Boa Nova Sobre a Salvação
03. Vem Tu Desperta
04. Reino de Morte e Reino de Vida
05. Quanto Procurei a Mente Sã
06. À Vós que Tendes Sede
07. Deus Pode Falar Comigo
08. Ressurreição
09. Para Onde Foi o Teu Amado
10. Olhai os Lírios do Campo
11. O Espírito de Cristo Habita em Mim
12. Revolução do Amor de Deus
13. Eis que Estou à Porta e Bato


Banda/conceito formada em 1971 pela comunidade homônima em Santa Rosa, RJ, e a partir de 1976 em São Gonçalo, RJ, comunidade esta dedicada a conscientizar os jovens para os riscos do abuso de drogas. A banda Comunidade S8 vem lançando discos independentes desde os anos 1970, alguns inclusive de interesse para fãs de rock progressivo, como "O Rio das Águas que Saram", "Quem Deseja Ser Criança" e "O Que Virá".

Texto extraído do site Arquivo do Rock Brasileiro.

Fazer o download de Comunidade S8 - O Rio das Águas que Saram (1977).

Saturday, July 26, 2008

Os Meninos de Deus - Amor Nunca Falha Capítulo 2 (1975)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. É Só Acreditar
02. Vamos Nos Levantar
03. Eu Vou Conseguir
04. Só Querendo Dizer Que Te Amamos
05. O Seu Dia Vai Mudar (Confio No Senhor)
06. Que Es Lo Que Ves
07. Uma Canção de Amor
08. Tome Conta de Você
09. Amor Nunca Falha
10. Sonhos do Meu Coração
11. De Manhã
12. Um Mundo Melhor Juntos


Fazer o download de Os Meninos de Deus - Amor Nunca Falha Capítulo (1975).

Friday, July 04, 2008

Bené Fonteles - Benedito (1983)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. Benedito
02. Na Verdura do Mar
03. Dentro da Nuvem
04. Ellis
05. O Som da Pessoa
06. Exemplo da Pedra
07. O M M
08. Nau Pantaneira
09. Ao Rei
10. Há
11. Aves e Frutos
12. Aqui
13. N'Água
14. A Chamada ensina
15. Oração



O artista plástico, cantor, compositor e poeta paraense Bené Fonteles tem um trabalho respeitado por muitas estrelas da MPB e intelectuais brasileiros. Inicia-se como artista plástico e compositor no começo da década de 70 em Fortaleza - CE, onde também se torna jornalista e editor de arte. Em 1972, inicia trabalho de animação cultural, curadoria e montagem de mostras por quase todo o país.

Decide como uma proposta de arte, nunca sair de seu país de origem e aprofundar seu conhecimento de um Brasil Universal. Morando em sete estados brasileiros situados estrategicamente em todas as regiões do país, toma conhecimento de sua realidade sócio-cultural, ecológica e espiritual e faz da criatividade e generosidade de seu povo afro-indígena e caboclo, o motivo de feitura e inspiração de sua obra.

Entre 1983 e 1986 dirigiu o Museu de Arte da Universidade Federal de Mato Grosso onde desenvolve trabalho ligado a multimídia e ecologia. Sua atuação neste estado onde passa quase toda a década de 80, resulta na criação da Associação Mato-grossense de Ecologia, do Movimento Artistas pela Natureza, do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães e das campanhas em defesa do Pantanal e Pelo Respeito aos Direitos Indígenas.

A sua atuação como coordenador do Movimento Artistas pela Natureza o faz viver desde 1991 em Brasília e atuar com várias ongs e instituições oficiais, nacionais e internacionais para a realização de projetos de arte e educação ambiental em defesa dos mananciais hídricos.

Edita em 1983 o disco “BENDITO” com participação especial de Luiz Gonzaga, Tetê Espíndola, Belchior, Luli e Lucina e Egberto Gismonti, lançando-o com show no Centro Cultural de São Paulo. Em 1987 lança com recital no SESC-Pompéia e show no Auditório do MASP, o disco “Silencioso” onde só existe a capa e cuja proposta é ouvir o silêncio. Em 1992, com show no vão - livre do MASP, lança o CD “AÊ”, com a participação especial de Egberto Gismonti, Tetê Espíndola, Duofel e Ney Matogrosso. Segue abaixo entrevista exclusiva de Bené Fonteles para revista musical Ritmo Melodia em 04\2003:

Ritmo Melodia - Fale do seu primeiro contato com a música? Cidade de origem e data de nascimento?

Bené Fonteles - Quando eu era ainda criança, a coleção de discos de meu pai. Ele tinha uma caixa mágica com músicas do mundo inteiro, do erudito ao popular com arranjos incríveis até do Guerra Peixe. Aquilo foi uma base fantástica na minha formação musical. Outra coisa foi ouvir o mestre Luiz Gonzaga que era o máximo da música no nordeste e no momento. Teve também os sambas canções que minhas irmãs ouviam: Nelson Gonçalves, Orlando Silva, Miltinho e etc, e a presença muito inspiradora do meu professor de história na adolescência nos levando para ouvir na sua vitrola o melhor da MPB, Noel Rosa, Araci de Almeida. E sua paixão por Nelson Gonçalves que ouvi muito, e sei até hoje de có. Nasci em Bragança - Pará em 21 de março de 1953 onde fiquei até os cinco anos e depois voltamos para o Ceará.

RM - Quais foram suas principais influencias musicais? E quais as influencias que permanecem presentes no seu trabalho?

BF - Não creio em influências mais sim em atos inspiradores que recebemos de outras pessoas sejam artistas ou não. E estas inspirações são fundamentais para alimentar a alma de qualquer ser. O que permaneceu e me emociona até hoje, foi à presença generosa de Luiz Gonzaga que não só me adotou como um dos seus muitos “filhos postiços”, mais também por que foi um artista profícuo, popular e o mais importante musicalmente junto a Caymmi em sua geração. Eram mar e sertão de talentos infinitos.

RM - Qual sua formação musical? E quando inicio sua atuação profissionalmente?

BF - Nenhuma formação acadêmica. Não sei uma nota musical. Componho tudo intuitivamente. Não acho uma grande vantagem, mas músicos com que trabalhei, gravei e compus como Egberto Gismonti e Gilberto Gil, acham melhor que eu não saiba mesmo de música em pautas e teorias. Pois talvez, não iria compor segundo eles, com tanta liberdade e ousadias harmônicas e melódicas. Nunca comecei profissionalmente, pois sou um eterno amador em todos os sentidos.

RM - Qual a influencia de vivencia e criação poética na atuação e criação do músico?

BF - Deixar-se inspirar pelo mito - poética do Mundo encantar-se pela vida e deixar também fluir a intuição que compor não é só do querer. Procurar o caminho transparente da transcendência é outro instrumento muito útil para a co-criação de mundos, já que somos parceiros de algo sem nome e impalpável que permeia todo Universo.

RM - Quantos discos lançados? Em que anos e títulos? Defina cada obra?

BF - O primeiro disco em vinil saiu em 1983 e se chamou “Bendito”. Este eu definiria como uma obra que experimentava sonoridades com uma música concebida com instrumentos de todos os continentes e uma poética cujo ponto de partida era Mato Grosso aonde vivia, e, deste Estado para uma universalidade que sempre ambicionei. Nele contei com a luxuosa participação do mestre Luiz Gonzaga, além de Egberto Gismonti, Tetê Espíndola, Luli e Lucina, Jorge Mello e Belchior que produziu o disco. O segundo em 1987 foi um disco que saiu só a capa do vinil. Era uma proposta meio ousada de ouvir o silêncio, de dar muita importância à meditação e um tempo para escutar a si mesmo musicalmente e espiritualmente. O terceiro saiu em CD em 1991 e se chamou “Aê” – Amigos em tupi - guarani. Este é um disco para mim fundamental pelas idéias filosóficas de mestres do sufi e do zen, com o encontro entre o ocidente e o oriente numa mesma vertente que é fazer música querendo algo mais que simplesmente à arte da estética. Nisso me ajudaram músicos e cantores que amo muito como Egberto Gismonti, Duofel, Tetê Espindola, Ney Matogrosso, Cristina Santos, Edu Helou, Paulinho Oliveira, Leandro Braga, Nonato Luiz e outros que foram cúmplices de uma jornada musical rumo a querer o outro: o músico, o cantor e o ouvinte como metade de mim mesmo. Em 2003 lancei uma coletânea chamada: “Benditos” que reunia as faixas que achava mais expressivas destes discos. E com um encarte que contava como as músicas haviam sido feitas e como tinham acontecido as parcerias musicais e instrumentais.

RM - Comente sobre o seu show e apresentação como cantante e poeta?

BF - Um exemplo: quando lancei a coletânea: “Benditos”, fiz três dias de shows no Teatro do Sesc Pompéia e convidei Egberto Gismonti e seus filhos Alexandre e Bianca que vi nascer e crescer e que agora são sensibilíssimos e competentes músicos. Vê-los no palco tocando com o pai a música genial dele, foi mais do que emocionante. Convidei também a maravilhosa Tetê Espíndola e juntos com Duofel, fizemos um dos momentos mais lindos de improviso e emoção no show. Os músicos que me acompanham há muito tempo, Rui Anastácio na viola e violão e Cláudio Vinícius na kalimba e viola, não fizeram também por menos como músicos e parceiros.

RM - Como analisar a produção musical dos anos 60, 70 e 80 com o que está sendo feito a partir da década de 90?

BF - Como compositor que começou as primeiras tentativas musicais ainda na década de 60, embora não muito significativas nem na década de 70, sinto que a diferença básica é que a intuição, a espontaneidade sentimental e histórica daquelas três primeiras décadas, deu lugar a pouca ousadia e muita moda de som e produção. Agora se faz uma música com mais liberdade de expressão e com menos liberdade de criação por que o mercado impõe um comércio vil. O que não impede de grandes artistas continuarem compondo maravilhosamente bem, só que com muito pouco acesso a este mercado, que se tornou censor da produção da melhor qualidade. Assim os artistas se tornaram produtores alternativos e alguns perderam tempo com isso em vez de estar criando. Alguns conseguiram fazer as duas coisas muito bem, como Egberto Gismonti, ao buscarem novas formas de veicular suas aspirações, inspirações e ousadias estéticas. Isto até Tom Jobim sofreu há décadas, ele mesmo bancando a produção de obras magistrais como “Urubu” e “Matita Perê”.

RM - Quais os prós e contras de fazer um trabalho na cena independente?

BF - Só tem pró. Você não é só dono do seu negócio na cena independente. Você é livre para amar sua arte e a dos outros.

RM - Como você analisar a atuação cultural e musical dos seus contemporâneos?

BF – Está quase todo mundo pensando que está fazendo arte, mais estão fazendo mesmo é publicidade ou pornografia cultural. Para fazer arte é preciso de três atitudes fundamentais: integridade, harmonia e radiância. Poucos sabem o que realmente significa isso que nos inspirou um São Tomás de Aquino e que nos decifrou dele, humanos tão inspiradores como James Joyce e Joseph Campbell. Ambos literalmente nos explicitam estes três princípios fundadores em suas obras que ninguém pode deixar de ler e se aprofundar. Artista que não se informa não é digno de sua arte. É um autodidata descuidado. É preciso unir a pratica e o conhecimento para torná-los: sabedoria.

RM - Seus mais recente CD tem poética e estética (sonora e gráfica) que destoa do mercado musical tradicional. Fale de suas divergências e convergências com a prática do mercado fonográfico nos últimos anos?

BF – Eu não tenho divergências com o mercado fonográfico por que jamais tive a pretensão de participar dele. Apesar de propostas desde quando fiz meu primeiro e único vinil. Duas coisas que prezo muito: a privacidade e a liberdade para fazer o que quero. E ser artista de mercado e mídia é um perigo para estas duas ambições.

RM - Quem são seus principais parceiros musicais?

BF – Duas pessoas que adorei trabalhar na minha vida musical: Egberto Gismonti por ele ser a própria música e pela dignidade com que ela a faz. Quando canto ou recito junto com ele, me sinto no paraíso e ele me faz sentir que não é o “Egberto Gismonti” – o mito – que está tocando. O outro é o parceiro de algumas canções e outros afazeres do musical ao ecológico, Gilberto Gil, porque não separa nada, matéria do espírito, música de comida, e etc. Ele desmistifica as coisas o tempo todo. Não é maniqueísta. É um irmão parceiro por quer busca a verdade como eu. Quando mostro minhas composições, ele pega no ar a música de primeira por que já tem ela em si. Adoro mostrar meus sambas para ele, não só por que ele gostar dos meus sambas, mais por que toca no violão e no coração, chora nas audições e entende minha alma como poucos. É um prazer danado fazer recitais com ele por ai, às vezes no palco, às vezes nas casas dele. Respeito muito Gil no ministério da cultura, mais prefiro mesmo ele no mistério da arte. Sim, outro que adoro colocar letras nas músicas maravilhosas e sensíveis que compõe, é o grande violonista Nonato Luiz com quem gravei. Tenho a honra de colocar letra em meia dúzia de suas preciosas músicas, emocionantes canções que adoro cantar. Outra maravilha é cantar com a dupla Duofel que não só compõem muito bem como tocam além do virtuose.

Trecho de entrevista a Antonio Carlos da Fonseca Barbosa, extraída do site Ritmo Melodia.

Fazer o download de Bené Fonteles - Benedito (1983).

Tuesday, July 01, 2008

Nairê - Nairê (1974)




DOWNLOAD!


Faixas:
01 - 15 Anos (participação vocal - Paulinho Tapajós)
02 - O Menestrel das Cabras
03 - Um Dia Azul de Abril
04 - Companheiro
05 - Bendito Seja
06 - Ave Maria
07 - Chá de Jasmim
08 - Donzela
09 - Paz de Penedo
10 - Passeio Público
11 - A Vida é Agora
12 - Duas Irmãs (participação vocal- Paulinho Tapajós)
13 - Feliz Feliz



Afinal aconteceu a primeira revelação do ano. Ele se chama Naire, simplesmente, e está chegando num excelente lp da RGE (303.023, março/74), que infelizmente esqueceu de distribuir um press-release para informar quem é o moço, de onde veio, o que pensa. Mas o que afinal não diminui o impacto de sua estréia. Produzido por J. Shapiro, com direção artística de Toninho Paladino e arranjos de Luiz Cláudio Ramos, Naire gravou este seu primeiro disco nos estúdios da CBS, na GB, com a participação de um grupo de bons músicos: Antonio Adolfo, Mamão, Chacal, Chiquinho, Alexandre, Luiz Claudio, Chiquinho do Acordeon, Batô, Laudir, Fernando Leporace, Pascoal e Franklim (flauta).

O repertório não poderia ser melhor: Naire abre com uma das músicas que consideramos das melhores de 73 "15 anos", que compôs" em parceria com Paulinho Tapajós e que na Phono - 73 foi defendida por Nara Leão. Uma letra sensível e inteligente, que se apropriou perfeitamente a Nara Leão, que dela nos falou de entusiasmo quando aqui esteve no ano passado. Paulinho Tapajós é aliás o grande amigo e parceiro e de Naire, participando inclusive de duas faixas: "Duas Irmãs" e "Quinze Anos". Juntos fizeram para este lp as faixas "menestral das Cabras" (com um leve toque de Zé Rodrix e seu rock rural), "Um dia Azul de Abril" e, "Bendito Seja", "A Donzela", "Paz de Penedo", "Duas Irmãs" e "Feliz Feliz". Com Tiberio Gaspar, Naire compôs "Companheiro", Chá de Jasmimn" e "Passeio Público". Exclusivamente sua é "A Vida é Agora". E o inspirado "Ave Maria" de Roberto Menescal-Paulinho Tapajós é a única faixa que não teve sua participação como autor.

Voz suave, personalíssima, arranjos agradáveis e sobretudo o bom gosto dos arranjos e competência dos músicos escolhidos para acompanhá-lo nas 13 faixas deste lp digno, honesto e sensível. Anotem o nome de NAIRE. Ou melhor: comprem o seu disco. Vale os Cr$ 32,00 que custa.

Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente Jornal Estado do Paraná em 05/05/1974.

Fazer o download de Nairê - Nairê (1974).

Sunday, June 22, 2008

Os Megatons - Os Megatons (1964)





DOWNLOAD!


Faixas:
01. Vôo do besouro
02. Infinito
03. Lawman
04. Aloha-oe
05. Adios
06. Torture
07. Balada do Homem sem Rumo
08. Miserlou
09. A Lenda do Beijo
10. Gunslinger
11. Temptation
12. Xahrazad


Fazer o download de Os Megatons - Os Megatons (1964).

Saturday, June 21, 2008

The Jones - Music to Watch Girls Dance (1967)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. Music To Watch Girls By
02. Meu Grito
03. Secret Agent Man
04. Hurting Inside
05. A Garota Legal
06. There's A Kind Of Hush
07. Never Never
08. This Is My Song
09. Quando Digo que Te Amo
10. Sunny
11. Faça Alguma Coisa Pelo Nosso Amor
12. Longe de Você
13. Something Stupid
14. Partido por La Mitad



Grupo carioca de rock instrumental, composto por Jorge Klein Romeiro da Silva (guitarra solo), Edson Klein Romeiro da Silva, irmão do primeiro (guitarra de ritmo), Newton dos Santos de Oliveira (contrabaixo) e Oswaldo Magalhães Areias (baterista). O conjunto gravou um compacto e quatro long-plays. Por ocasião deste disco, foi incluído o organista Carlos Alberto Rinaldi da Silva e o baterista foi substituído por Lauro de Oliveira Silva Júnior. O grupo se apresentava em bailes, shows e programas de TV. Suas execuções eram de boa técnica e seu long-play "Apresentam 14 Sucessos" teve boa vendagem junto aos adeptos do gênero musical.

Texto de Laércio Pacheco Martins, extraído do livro "O Rock And Roll - Origem, Mitos e o Rock Instrumental no Brasil e em Outros Países"

Fazer o download de The Jones - Music to Watch Girls Dance (1967).

Friday, June 20, 2008

The Clevers - Encontro com The Clevers - Twist (1963)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. El Relicário
02. A Swingin Safari
03. Maria Cristina
04. My Blue Heaven
05. The Intruder
06. Fascinante
07. Afrika
08. Gandy Dancer
09. Baby my Love
10. Clevers
11. Look at my Eyes
12. No Hall do Rei da Montanha



Idos de 1962. Cinco rapazes, se unem para ensaiar música, e formam um "conjunto musical", como se dizia na época, o qual torna-se gradativamente conhecido como THE CLEVERS. Estilo largamente baseado no que fazia então os conjuntos norte-americanos THE SHADOWS ou THE VENTURES. Música instrumental com bateria, guitarra base, contra baixo, guitarra solo, órgão elétrico e saxofone.

Mas os nossos incríveis futuros músicos de sucesso também cantavam, cabendo ao vocalista Mingo, a responsabilidade de se tornar um cantor de verdade.

Um radialista (DJ), chamado Antonio Aguillar, com o programa RITMOS DA JUVENTUDE na Rádio Nacional de São Paulo, responsável pelo descobrimento de vários conjuntos, resolve ser o mentor dos The Clevers, apresentando-os à gravadora Continental. Palmeira, diretor artístico da Continental não teve dúvida em contratar os The Clevers para o seu "cast", e junto com Alfredo Corleto do Departamento de Divulgação da gravadora, marcaram um encontro com Antonio Aguillar, no programa Enzo de Almeida Pasos, e ali foi assinado o contrato, perante os telespectadores.

Logo, gravaram um 78 rpm e em seguida um LP (ENCONTRO COM THE CLEVERS- TWIST).

Já fazendo muito sucesso, resolveu empreender uma excursão mundial, no auge da Beatlemania. Não se tem muitas referências sobre esta viagem, mas é famosa a história do caso (real ou fictício, quem sabe?) entre o baterista Netinho com a cantora italiana de grande sucesso na época Rita Pavone.

Antes de iniciarem nova excursão de 40 dias para a Argentina, rompem com o empresário Antonio Aguillar (o descobridor do grupo), que detinha os direitos do nome THE CLEVERS. Os membros dos Incríveis tentam comprar a marca, mas não chegam a um acordo.

Na volta ao Brasil, descobrem que tem um outro grupo brasileiro gravando discos com o nome de The Clevers. Disputas do nome do grupo à parte, eles resolvem adotar o apelido brasileiro OS INCRÍVEIS, tornando-se então o nome oficial do grupo.

Lançam grandes sucessos cantando em vários idiomas como o italiano, espanhol e inglês. Chegam a filmar um longa metragem, no estilo dos Beatles, chamado OS INCRÍVEIS NESTE MUNDO LOUCO, lançando o LP com o mesmo nome.

Atingindo o auge do sucesso no Brasil, gravam o LP OS INCRÍVEIS INTERNACIONAIS, com canções em português, inglês e japonês.

Corria o ano de 1968 e 1969, OS INCRÍVEIS estavam no auge do sucesso, realizando shows ao vivo no Brasil todo, e com suas músicas tocando em todas as rádios. É dessa época os mega sucessos ERA UM GAROTO QUE COMO EU AMAVA OS BEATLES E OS ROLLING STONES, O MILIONÁRIO (2a. versão), CZARDAS, ISRAEL, TE AMO, MUNDO LOUCO, MENINA, KOKORONO-NIJI, e outros mais.

Texto de Eleutério Langowski, publicado originalmente no site Os Incríveis Neste Mundo Louco

Fazer o download de The Clevers - Encontro com The Clevers - Twist (1963).

Wednesday, June 18, 2008

Os Mugstones - Os Mugstones (1967)




DOWNLOAD!


Faixas:
01. O Sole Mio
02. Minha Bonequinha
03. Toma Pega Leva
04. Gente Maldosa
05. Calcei Sapatos Novos
06. Tema dos Mugstones
07. Era um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones
08. Seleção de Polcas
09. O Homem da Luz Vermelha (Tracy's Theme)
10. Na Onda do Meu Bem
11. A Grande Parada
12. O Homem do Braço de Ouro



Conjunto de rock formado em meados da década de 1960, no auge da febre da Jovem Guarda. Contratados pela gravadora Polydor, lançaram o primeiro disco em abril de 1967, um compacto simples com as músicas "A grande parada", de Fernando Adour e Márcio Greyck, e "Sozinho eu seguirei". No mesmo ano, o conjunto lançou o LP "Os Mugstones" no qual interpretou as músicas "O sole mio", de Di Capua e Capurro; "Minha bonequinha", de Luis Silveira e Victor Hugo; "Toma pega leva", de João Luis; "Gente maldosa", de Glauco Pereira e Fernando Pereira; "Calcei sapatos novos", de Nazareno de Brito e Geraldo Figueiredo; "Tema dos Mugstones", de Luis Silveira e Márcio Vieira; "Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones (C'era un ragazzo che come me amava I Beatles e I Rolling Stones)", de Lusini e Migliacci, e versão de Os Incríveis; uma seleção de polcas com "La bostella", de S. Ditel e H. Bostel; "Liechtensteiner polka", de Kotscher e Lindt, e "Asa branca", de Luis Gonzaga e Humberto Teixeira; "O homem da luz vermelha (Tracy's Theme)", de R. Archor; "Na onda do meu bem", de Getúlio Macedo e Darci Muniz; "A grande parada", de Fernando Adour e Márcio Greyck, e "O homem do braço de ouro (Delilah Jones)", de S. Fine e E. Bernstein. Ainda nesse ano, a interpretação do conjunto para a música "A grande parada" foi incluída no LP "Os novos reis do iê-iê-iê - Vol III!" da Polydor. Em 1968, o grupo foi contratado pela gravadora Continental, onde gravou seu último disco, um compacto simples com as músicas "Jovem demais", e "Quando a saudade apertar", de Carlos Roberto. Pouco depois, com o movimento da jovem guarda já em declínio o conjunto acabou se dissolvendo. O maior sucesso do conjunto foi a música A grande parada", de Fernando Adour e Márcio Greyck.

Discografia:

  • A grande parada/Sozinho eu seguirei (1967) Polydor
    Compacto simples

  • Os Mugstones (1967) Polydor
    LP

  • Jovem demais/Quando a saudade apertar (1968) Continental
    Compacto simples


  • Texto extraído do Dicionário Cravo Albin da Música Brasileira

    Fazer o download de Os Mugstones - Os Mugstones (1967).

    Monday, June 09, 2008

    Avanço 5 - Somos Jovens (1969)




    DOWNLOAD!


    Faixas:
    01. Stormy
    02. Bobo não sou
    03. F...comme femme
    04. Shut up
    05. First of may
    06. My little lady
    07. Nem mesmo você
    08. Não sou de ferro
    09. Nem um talvez
    10. Preciso esquecer você
    11. Lost friend
    12. Good bye


    Fazer o download de Avanço 5 - Somos Jovens (1969).

    Saturday, May 31, 2008

    Jorge Ben - Jorge Ben (1969)




    DOWNLOAD!


    Faixas:
    01. Criola
    02. Domingas
    03. Cadê Tereza
    04. Barbarella
    05. País Tropical
    06. Take It Easy My Brother Charles
    07. Descobri Que Sou Um Anjo
    08. Bebete Vãobora
    09. Quem Foi Que Roubou a Sopeira de Porcelana Chinesa Que a Vovó Ganhou da Baronesa
    10. Que Pena
    11. Charles 45



    Dois anos sem gravar, um verdadeiro cabo de guerra nos extremos da música brasileira (e Jorge no meio). Quando a poeira do furacão Tropicália começa a baixar, ele ressurge com um disco surpreendente, a começar pela capa, do artista plástico Albery. Os arranjos são marcantes, dominados por metais pomposos (o maestro tropicalista Rogério Duprat produz 'Descobri que sou um anjo' e 'Barbarella').

    Tem 'País Tropical', nossa melhor alegoria desde 'Aquarela do Brasil' e os tributos a Charles, Tereza, Bebete e duradoura Domingas: os personagens têm nome, a crônica do Rio não se deixa enconder pelal universalidade baiana.

    Enfim, seis anos após a estréia, um novo clássico (nada como odireito à liberdade após a maravilhosa pisada do homem na Lua).

    Texto extraído do site Radio Ben

    Fazer o download de Jorge Ben - Jorge Ben (1969).

    Sunday, May 18, 2008

    Manduka - Manduka (1979)




    DOWNLOAD!


    Faixas:
    01. Vitória-Régia
    02. O que Aconteceu na China
    03. Asas prá Falsa Estação
    04. Jandira
    05. Esmeraldas
    06. Sonho do Navio Dourado
    07. A Desejada
    08. maldigo del Alto Cielo (com Tânia Alves)
    09. Somos quem Somos


    Fazer o download de Manduka - Manduka (1979).

    Friday, May 02, 2008

    Damião Experiença no Planeta Lavoura




    DOWNLOAD!


    Faixas:
    01. Planeta Lamma na Valsa
    02. Damião Experiença no Planeta Folclore



    Fazer o download de Damião Experiença no Planeta Lavoura.

    Tuesday, March 18, 2008

    Os Incríveis - Les Increibles (1965)




    DOWNLOAD!


    Faixas:
    01. Oleoducto (Pipeline)
    02. Kiddy Kiddy Besame
    03. Risueño (Tic Ti Tic)
    04. En la Ciudad (Downtown)
    05. Peter Gunn
    06. Te Estas Poniendo Negra (Sei Diventata Nera)
    07. Tierra Maravillosa (Wonderful Land)
    08. Es Inutil (E Inutile)
    09. Veneno
    10. Donde Fue Nuestro Amor
    11. Cabalgata (Cavalgada)
    12. Macaca Foo


    Trecho de entrevista de Netinho e Nenê por Marcelo Fróes e Elias Nogueira, publicado originalmente no site JovemGuarda.com.br


    Os Incríveis tinham uma estrutura enorme, eram uma das maiores bandas brasileiras numa época em que isso nem existia por aqui.

    Netinho - Nós tínhamos um entrosamento de empresário com gravadora, e nós chegávamos a xingá-los por trás. Era um pouco de ingenuidade, de imaturidade e até de burrice, mas a gente não deixava eles atuarem com a gente - colocando músicas mais populares, pra que vendesse mais etc. A gente brigava muito por causa disso, mas a gente também tava certo... porque a gente era bom músico, e com isso a gente tinha um cachê maior que o do Roberto Carlos. De repente Elis ou Roberto estavam estourados, cobrando 10 mil por show, mas a gente cobrava 12 mil. Ele podia estar estourado e ser o maior fenômeno, mas ele cobrava 15 mil... e a gente cobrava 16 mil. Era engraçado... Nossos shows eram performáticos, a gente fazia coisas inusitadas no palco. Isso nos levou pra fora do Brasil. A gente fazia show lá fora e ninguém sabia que música era a nossa. A gente fazia show no Japão, na Itália, tocava em navios. A gente passou um ano na Itália. A gente chegou a ganhar sete prêmios Roquete Pinto seguidos, um atrás do outro, além do troféu Governador do Estado de São Paulo.

    A viagem à Argentina tem algo a ver com a mudança de Clevers para Incríveis?

    Netinho - Nós mudamos lá, primeiramente para Los Increibles. Na verdade, quando nós fomos pra Argentina, nós tínhamos um empresário - quera o Antônio Aguillar - e aí acabou que entrou outro empresário na jogada.

    Foi aí que rolou a briga?

    Netinho - Foi aí que rolou uma confusão, não nossa com o Aguillar... mas, naquele medo de nos perder, os empresários brigaram porque queriam nos ganhar. A gente então resolveu mudar o nome para Os Incríveis, porque ele já tinha sido utilizado como adjetivo no disco "Os Incríveis The Clevers".

    Sim, mas isso porque o Aguillar tinha registrado o nome The Clevers, não?

    Netinho - Sim, também tinha isso. Exatamente, mas como lá na Argentina o pessoal pensava que a gente era americano, por causa do nome The Clevers, e a gente estourou e se tornou a primeira banda de lá - sem disco mesmo, tocanco outras coisas, e não as músicas do nosso repertório de cá. Ninguém nos conhecia, a gente fazia show mesmo... e aí nós gravamos lá, pela Columbia, como Los Increibles. E foi aí que a banda estourou lá, mas a gente quis voltar... e eles não queriam deixar, porque a banda estava estourada também na Venezuela. Aí eu, pra variar, pisei na bola... pra voltar pro Brasil... como voltei da Itália do mesmo jeito. Saí com a mulher do empresário lá e deu um rolo do caramba. Voltamos pro Brasil... e foi a sorte nossa, eu sempre dei sorte nisso, porque eu não agüentava mais ficar lá. Ninguém agüentava mais. Era pra gente ter feito mais discos lá, mas em função deste "problema" nós acabamos retornando pra cá. E foi a época que deu umas confusões, mas eu não vou contar... porque senão daria muita confusão.

    Os Incríveis fizeram um filme nos anos 60, "Os Incríveis Neste Mundo Louco"...

    Netinho - Sim, é um filme do Primo Carbonari. É tipo "Os Reis do Iê Iê Iê", e é colorido. Na história, a gente entra escondido num navio e eles acabam descobrindo e botam a gente pra trabalhar. Mas nós também fizemos um outro filme, um faroeste no qual eu faço o papel do xerife.

    Vocês também tiveram programa na TV.

    Netinho - Foi uma solução que nós encontramos na época, para aquele conflito com empresários e gravadoras. A gente precisava explorar a rebeldia, fazendo coisas que ninguém conseguisse imitar. Era uma besteira, na verdade, mas enfim... era próprio da gente. Foi quando alguém falou pra gente fazer um programa de TV, onde poderia mostrar tudo. Foi aí que a gente começou a mostrar a banda individualmente. Nosso programa na TV Excelsior era concorrente do Jovem Guarda, domingo à tarde mesmo.

    Os Clevers ou Os Incríveis também passaram por essa coisa de ser a banda da casa na Continental - acompanhando artistas, fazendo base para orquestras e gravando discos sob nomes de fantasia?

    Netinho - Não, nós não gravamos sob pseudônimo... mas a gente chegou a ser o artista número 1 da Continental e, quando acompanhava alguém, recebia crédito... como naquele disco com Orlando Alvarado. O primeiro disco dos Clevers foi gravado no final de 1962 e ainda saiu em 78 rpm. Sabe quem produziu? Poly! Naquela época, a gente gravava um 78 rpm e, se vendia bastante, a gente gravava outro. Se também vendesse bastante, depois de dois ou três 78 rpm, aí você fazia um compacto duplo... Quando acabou o 78 rpm, criaram o compacto simples. Você teria que emplacar três ou quatro simples para chegar ao álbum... e nós conseguiu esses objetivos, sempre... porque a gente fazia dois, três ou quatro compactos, para chegar ao LP. Fomos o primeiro artista da Continental... mesmo depois que mudou de nome... Mas, além de mudar de nome, a gente ainda foi buscar o Nenê... porque nós já o paquerávamos. Nós precisávamos daquele cara. Nós fomos lá e, enquanto a gente não tirou ele dos Beatniks, a gente não sossegou. Nosso baixista era o Neno e a gente esperava que ele desse uma escorregada, pra ter motivo... Mas é claro que o Mingo merece muito crédito na história do conjunto, ele foi o responsável pelo início do conjunto. Ele saiu dos Jordans pra montar os Clevers, e durante bastante muito tempo ele foi o nosso líder. Quando virou Incríveis, ele começou a largar um pouquinho... porque ele era muito italiano e ele queria puxar a gente muito mais pra música italiana. Mas a nossa maior influência eram The Shadows e The Ventures, principalmente The Ventures. O grupo era todo instrumental, e aí o Mingo fez uma música e botou no primeiro disco. Tudo era baseado no Manito, a gente fazia as guitarras em cima dos Ventures. A gente regravou quase todos os hits deles. Os Jordans é que eram mais Shadows.

    Vocês tiveram uma grande presença na cena paulista dos anos 60.

    Netinho - Nós inauguramos a maioria dos clubes do Estado de São Paulo, porque foi na década de 60 que se construiu quase tudo - com aqueles palquinhos, luzinha etc. A gente também inaugurou o Geraldão em Recife. Às vezes a gente chega pra tocar em Araçatuba e tem lá uma placa pra nos lembrar dissos. As fichas vão caindo na medida em que você continua na carreira, né?

    Como foi a virada dos anos 70 pra vocês, em termos de formação da banda?

    Nenê - Na minha opinião, vê se eu tô falando certo, é que cada um de nós já estava com preferências musicais diversas. Por exemplo, como o Netinho falou agora há pouco, o Mingo gostava muito de música italiana. Risonho gostava de música melódica, enquanto o Netinho já estava indo pro rock inglês e o Manito estava querendo fazer rock progressivo. E eu tava com a negada da Motown, né? Então a filosofia do grupo já estava se dissolvendo...

    Netinho - ... e continuava aquele nosso problema com empresário. Nós sempre tivemos essa coisa e a gente tava sendo consumido demais, a gente reclamava muito de trabalhar muito e pagar um percentual muito forte. Porque nós tínhamos um escritório com 15 pessoas em São Paulo, nossa equipe era muito grande e no fim sobrava pouco... e todo mundo já estava com o saco cheio disso também.

    Nenê - Chegou uma hora em que, como todo grupo, a gente enjoou. A verdade é essa.

    Fazer o download de Os Incríveis - Les Increibles (1965).

    Wednesday, March 12, 2008

    Karma - Karma (1972)




    DOWNLOAD!


    Faixas:
    01. Do Zero Adiante
    02. Blusa de Linho
    03. Você Pode Ir Além
    04. Epílogo
    05. Tributo ao Sorriso
    06. O Jogo
    07. Omissão
    08. Venha Pisar na Grama
    09. Transe Uma
    10. Cara e Coroa



    Esquecido num sítio na periferia do Rio, o compositor, guitarrista e fundador de O Terço e do Karma, Jorge Amiden, tenta recuperar a saúde abalada pelo uso de drogas e das (pouquíssimas) viagens que fez com LSD no início dos anos 1970. "Foram muito boas, mas custei a voltar delas", diz o nosso afável Syd Barrett. Jorge é o compositor da inesquecível 'Tributo ao Sorriso' (em parceria com Hinds) e de tantas outras canções geniais do repertório de O Terço (1970 a 1971) e do Karma (1972). Era ele o principal arquiteto dos vocais harmoniosos de ambas as bandas. Além do mais, gravou um antológico LP com o Karma, participou do disco 'Sonhos e Memórias' de Erasmo Carlos e integrou a banda de Milton Nascimento. Depois, com o cérebro golpeado, se afastou dos palcos. Seguiu-se, então, um longo e indesejável ostracismo. Mas Jorge quer voltar, quer a música "viva" de volta a sua vida. E nós, órfãos de sua brilhante musicalidade, torcemos para que ele encontre o fio da meada, a luz no fim do túnel, a glória de um final fez.

    Após romper com O terço, Amiden logo encontrou novos parceiros. Com Luiz Mendes Junior (violão e vocal) e Alen Cazinho Terra (baixo e vocal), irmão de Renato Terra, o guitarrista daria início a sua trajetória de pouco mais de um ano como líder do Karma. Ramalho Neto, da RCA, não teve dúvidas em contratar a banda antes mesmo de ouví-la. Reconhecia o talento de Amiden e antevia um belo disco do Karma para a RCA.

    E foi o que aconteceu. Pouco tempo depois, a RCA distribuía na praça o LP homônimo do Karma, uma obra antológica que merece constar de qualquer lista dos melhores discos da história do rock brasileiro. Com uma sonoridade predominantemente acústica servindo de base para a primorosa vocalização do trio, 'Karma' é recheado de canções brilhantes, como 'Do Zero Adiante' (Amiden e Mendes Junior), 'Blusa de Linho' (Amiden e Rodrix) e a revisitada 'Tributo Ao Sorriso' (Amiden e Hinds). Esta, levada quase até seu final em a capela, servia para realçar ainda mais a força vocal do conjunto. Vale destacar a participação do baterista Gustavo Schroeter (então integrante da Bolha), que ajudou a abrilhantar o disco com sua batida sempre consistente, arrojada e precisa.

    E foi com Gustavo na bateria que o Karma fez o show de lançamento do disco no Grajaú Tênis Clube. Lamentavelmente, este pequeno tesouro concebido por Amiden jamais foi reeditado. Possivelmente hiberna nos arquivos da RCA desde o seu lançamento, em 1972, como hibernam tantas outras obras importantes nos arquivos das gravadoras brasileiras.

    Em sua curta vigência sob a liderança de Amiden, o Karma ainda participou do VII Festival Internacional da Canção Popular, em setembro de 1972. Foi quando defendeu 'Depois do Portão' (Amiden e Mendes Junior). Em 1973, nos primeiros meses do ano, durante um show no Clube de Regatas Icaraí, em Niterói, depois de misturar bebida com drogas, Amiden perde o controle do próprio cérebro. O solo de guitarra parece interminável... Depois, sentado à beira da praia com Mário, se perde em plano existencial paralelo, vagando inseguro e solitário pelo lado escuro da lua.
    Jorge só encontra a saída do enovelado e desconhecido labirinto no dia seguinte, quando percebe que o mundo não é mais o mesmo, o Karma não é mais o mesmo, a música não é mais a mesma...E nem sua vida seria mais a mesma. Dos palcos, se afasta...para na calma do tempo, quem sabe uma luz como guia, em dado momento, conceda algum dia seu retorno sereno.

    Texto de Nélio Rodrigues, publicado originalmente no blog SomBarato

    Fazer o download de Karma - Karma (1972).