Tuesday, December 08, 2009

Baiano & Os Novos Caetanos - Baiano & Os Novos Caetanos (1974)




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Faixas:
01. Vô Batê pá Tu
02. Nega
03. Cidadão da Mata
04. Urubu Tá com Raiva do Boi
05. Aldeia
06. Ciranda
07. Folia de Rei
08. Véio Zuza
09. Selva de Feras
10. Tributo ao Regional
11. Dendalei



O disco em questão foi lançado em 1974 para aproveitar o sucesso dos personagens Baiano e Paulinho, criados por Chico Anysio e representados, respectivamente, por ele e seu maior parceiro, o cantor, compositor, ator e também humorista Arnaud Rodrigues. O grupo Baiano & Os Novos Caetanos fazia engraçadas aparições no Chico City, um dos vários programas que Chico Anysio teve na grade de programação da TV Globo durante os anos 70. Ao que consta, a idéia dos personagens surgiu da revolta que a prisão e o exílio de Caetano e Gil causaram em todo o meio artístico - servia como sátira, sim (incluindo no meio os Novos Baianos, de Moraes Moreira e Luiz Galvão), mas era uma homenagem a dois artistas cuja prisão sequer pôde ser noticada decentemente nos jornais nacionais, devido à censura. Atitudes como a da dupla Chico/Arnaud e a de outra dupla, Roberto e Erasmo (ao compor "Debaixo dos caracóis dos seus cabelos" para Caetano) ajudavam a passar a mensagem por debaixo da porta - e versos como o do maior sucesso de Baiano & Os Novos Caetanos, já diziam tudo. "Vô batê pá tu", parceria de Arnaud Rodrigues e do samba-rockeiro Orlandivo, pegava pesado na questão da delação de artistas subversivos durante o período da ditadura ("vô batê pá tu/batê pá tú/pá tu batê/pá amanhã a pá não me dizê/que eu não bati pá tu/pá tu podê batê"), incluindo ainda um discurso bem próximo do som bandido de Bezerra da Silva ("deduração/um cara louco que dançou com tudo/entregação do dedo de veludo"). O som era um samba-rock nordestino, suingado. A música era ambientada como se fosse um quadro de Chico City, com palmas, risadas e até participação de outro personagem de Chico, Lingote, mais perdido que cego em tiroteio ("falôôôô, é isso aí, malandro... tem que se ligar aí nesse som... mas o que é que eu tô fazendo nesse disco, malandragem?").

O lado A de Baiano & Os Novos Caetanos era, em sua maioria, dominado por uma mistura de samba, rock, forró e lisergia, que faria a alegria de dez entre dez adeptos do mangue bit - estranhamente, ninguém se lembrou de gravar nenhuma música do álbum, e olha que boa parte delas daria ótimos samples. "Nêga", a segunda música, era aberta em ritmo de funk, com guitarra e metais - e logo virava um samba-rock cheio de efeitos vocais, cheio de guitarras com fuzz. Em "Cidadão da mata", composta por Chico e Arnaud, mais guitarras, samba, rock e nordeste, unidos a sons da mata e a pelo menos um verso cara-de-pau, lido por Chico: "Amo a mata, porque nela não há presos". Chico, que costumava imitar a voz e o sotaque dos irmãos Caetano e Bethânia na televisão, abre o forrock "Urubu tá com raiva do boi", recitando, em baianês: "o medo, a angústia, o sufoco, a neurose, a poluição, os juros, o fim, nada de novo... a gente de novo só tem os sete pecados industriais". Na letra, fome, injustiça social by Médici/Geisel, de ilusão, meio ambiente e censura, graças aos versos e às frases ditas por Chico entre um acorde e outro. Fechando, regionalismos em "Aldeia" e "Ciranda" (que cita nominalmente: "saudade de Caetano, de Gal, de Bethânia, de Gil").

O lado B do disco é repleto de regionalismos, em músicas como a sertaneja "Folia de Rei", o choro "Tributo ao regional" e nas letras de várias faixas. Mas as misturas continuam, no forró-soul (!) "Véio Zuza", coadjuvado pelo próprio personagem criado por Chico, no samba-rock "Selva de feras" (outra parceria de Arnaud e Orlandivo, lembrando o estilo deste último em músicas como "Guéri-Guéri"). "Dendalei", misturando ritmos nordestinos, sanfona e riffs de guitarra duas décadas antes dos Raimundos, pregava: "sou fâ do livre pensamento". Um discurso bem complicado para a época... mas provavelmente o humor e a Globo ajudaram a dissolver uma série de coisas que estavam explícitas no texto de Chico Anysio e Arnaud Rodrigues.

O sucesso do disco foi tão grande que os realizadores seriam convidados para shows no MIDEM, famosa feira de música realizada em Cannes, na França - convite este recusado por Arnaud e Chico, que preferiram uma turnê pelo Brasil. A dupla Baiano & Paulinho (e os Novos Caetanos) ainda apareceria em vários programas de humor e em outros lançamentos - em 1975, saía Baiano & Os Novos Caetanos 2, pela Som Livre, e nos anos 80 ainda sairiam outros discos. Arnaud, que hoje é mais conhecido do público por outra dupla (Xitãoró e Xorãozinho, que interpreta com Marcelo de Nóbrega no programa A praça é nossa) ainda brilharia em outro disco, Murituri, lançado em 1974, com mais rock, samba, nordestinidade e psicodelia de arrepiar os cabelos, em músicas como "Murituri" e "Nêga" (a mesma de Baiano &...). Chico também voltaria ao disco em registros ao vivo (Chico ao vivo, Som Livre, 1976) e a dupla ainda se reuniria para gravar o disco do personagem Painho - uma espécie de sátira aos pais-de-santo, que começariam a se tornar famosos na mídia durante a década de 80. No todo, um discurso cujo humor acabou proporcionando sua absorção pela mídia, pelo povo e até pelos então donos do poder. Só que, como ocorre também com vários outros artistas (de Ultraje a Rigor a Falcão e Rogério Skylab), há muito mais do que apenas bom humor ali. Sorte de quem entendeu.

Texto de Ricardo Schott, publicado no site discotecabasica.com.


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Wednesday, November 25, 2009

Dado - Atrás da Luz (1984)




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Faixas:
01. Luar Menino
02. Deixa O Amor Viver
03. Ondas
04. Viajante
05. Sob a Luz
06. A Ponte
07. Atrás da Luz
08. Romance
09. No Espelho



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Tuesday, November 03, 2009

Comunidade S8 - Quem Deseja Ser Criança? (1979)




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Faixas:
01. Quem Deseja Ser Criança?
02. Quando Vejo os Céus!
03. O Meu Amado
04. Grandes Coisas Fez o Senhor por Nós
05. Louvai ao Senhor!
06. O Rio Vivo
07. O Homem que Teme a Deus
08. Ó Senhor, Livra a Minha Alma!
09. Quando as Flores não Mais Existirem
10. Cantai Louvores ao Seu Nome



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Thursday, October 22, 2009

Dércio Marques - Terra, Vento e Caminho (1977)




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Faixas:
01. Tributo (Volta em Si)  
02. Sexta-feira 
03. Le Tengo Rabia al Silencio    
04. Gloria de Sá  
05. O Menino (El Niño)  
06. As Curvas do Rio  
07. Malambo - dança criolla  
08. Folia do Divino Espírito Santo  
09. Aquién no Justifica
10. Árvore  


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Thursday, September 24, 2009

Jacildo e Seus Rapazes - Lenha-Brasa e Bronca (1964)




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Faixas:
01. Malu
02. Understand You
03. São Paulo Parou
04. My Black Cat
05. Será Que o Amor é Assim
06. Porque Eu Amo Só Você
07. Doido Por Amor
08. Day Tripper
09. Tarzan, Rei dos Macacos
10. Musicomania
11. Cantada



Grupo do estado do Mato Grosso, formado por Jacildo (guitarra), Bolinha (saxofone), Preto (bateria), Everaldo (teclado), Hélio Japonês (contra-baixo), Taury (trompete), Eugênio (percussão), Carlos Bráulio e Jacy Amorim (crooners). Depois, com a banda já residindo em Cuiabá, foram contratados Neurozito (guitarra base), Formiga (bateria) e Juarez Silva, que substituiu Carlos Bráulio.

Eles causaram impacto pelos uniformes coloridos e vistosos, com movimentos coreografados, variando conforme o ritmo da música, em blues, canções internacionais e especialmente músicas dos Beatles e da Jovem Guarda. Gravou apenas esse LP, em 1964.

Em 2006, o grupo é homenageado em evento patrocinado pela Secretaria do Cultura de Cuiabá, com a participação especial da banda Vanguart, também de Cuiabá.

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Thursday, August 20, 2009

Mac Rybell - Mac Rybell (1974)




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Faixas:
01. Meu sonho
02. The first time I saw you
03. Amor ainda existe
04. Wait
05. Como posso viver sozinho
06. Apocalipse
07. It's so blue
08. Lágrimas
09. Você deve crer
10. Já era o tempo de esperar
11. Canção do bosque
12. Homem pé no chão


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Tuesday, July 28, 2009

Ivan & Pricila - Hortelã (1985)




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Faixas:
01. Pérola
02. Bem
03. Mana
04. Colar de Carolina
05. Em Trilhos
06. Lua Quebrada
07. Minas
08. Vida Maneira
09. Sul das Gerais
10. Mandu



Ainda garoto Ivan Vilela ganhou de seu pai um violão e aos 11 anos começou a compor. Sua identificação com o universo popular o manteve, desde cedo, em contato com festas tradicionais do sul de Minas Gerais, sua região natal. O envolvimento com a cultura popular revelou-se em todos os seus trabalhos, desde o grupo Pedra (1979), e do grupo Água Doce (1982/83), cujas composições primavam pela pesquisa das raízes da música sul mineira.

Em 1984, iniciou um duo de voz e violão com a cantora Pricila Stephan, Ivan e Pricila, buscando resgatar o lirismo das canções mineiras. Foi quando aconteceu seu primeiro registro musical com o LP Hortelã (1985). Neste LP são de Ivan todas as concepções de arranjos instrumentais e vocais. O trabalho conta com composições de vários poetas sul mineiros, entre eles Gildes Bezerra e Fernando D’Andrea. Durante este período Ivan Vilela viajou pelo Brasil participando de inúmeros festivais, tão em voga na época; em todos atuando como compositor, arranjador, instrumentista e cantor.

Em 1989 ingressou no curso de Composição da Unicamp, quando freqüentou diversos seminários de Musicologia, Música Contemporânea e Música Brasileira. Estudou violão com Éverton Gloeden, Paulo Bellinati e Ulisses Rocha e na Unicamp, foi aluno de Almeida Prado.

Com bacharelado e mestrado em Composição, vem trabalhando com a fusão de linguagens musicais, aparentemente distintas, compondo uma Ópera Caipira, Cheiro de Mato e de Chão, baseada no libreto do poeta Jehovah Amaral.

Durante a graduação, em 1991, montou o trio de câmara Trem de Corda (violino, violoncelo e violão) que unia a música de concerto à música popular. Com um repertório calcado na música popular brasileira, em especial o choro. Com intervenções de música barroca, o Trem de Corda conseguiu fazer uma ponte entre os conceitos musicais erudito e popular. O trabalho do Trem de Corda foi registrado no CD Trilhas (1994), com duas indicações ao Prêmio Sharp (94/95). Atualmente o trio prepara a confecção de seu primeiro CD individual, intitulado A Cor das Cordas.

Em 1992 foi convidado a ingressar no grupo Anima, que interpretava música medieval e renascentista, e junto com sua viola começou a levar um pouco do universo de suas pesquisas para o grupo. Com a fusão da música folclórica com a música medieval, desde então vem realizando o trabalho de unir os universos erudito e popular, medieval e folclórico. Trabalho este registrado no CD Espiral do Tempo (1998), agraciado com os prêmios Movimento (1997/1998) e APCA (1998). Ivan atuou como compositor, arranjador e instrumentista do Anima de 1992 a 1999.

Em 1995, Ivan assumiu a viola caipira como instrumento solista. Iniciou então uma série de apresentações e foi se consagrando como um dos maiores expoentes da viola moderna. Desde então tem sido um dos responsáveis pelo trânsito da viola caipira a outros segmentos musicais.

Em 1998, registrou suas composições para viola no CD Paisagens, um trabalho instrumental que tem a viola caipira como base. Com este trabalho recebeu uma indicação para o Prêmio Sharp (98/99) na categoria Revelação Instrumental.

Profissionalmente, além da composição e execução, Ivan Vilela atua como diretor e arranjador da Oficina de Viola Caipira de Campinas e, como professor, ministra cursos de viola caipira pelo Brasil afora.

É diretor e arranjador da Orquestra Filarmônica de Violas de Campinas-SP e idealizador da ONG Núcleo da Cultura Caipira.

Ivan Vilela é professor da USP (Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto, onde é responsável pelo Bacharelado de Viola Caipira, curso inédito no país e no mundo. O curso, além de criar uma literatura para a viola caipira, incentiva a criação e lançamento de novos trabalhos dos alunos.

Recentemente lançou seu novo CD Dez Cordas, que traz arranjos diversos para viola caipira, de Tião Carreiro a Almir Sater, Chico Buarque e Beatles.

Texto publicado originalmente na Revista Viola Caipira

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Wednesday, July 01, 2009

Tribo Massáhi - Estrelando Embaixador (1972)




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Faixas:
01. Timolô, Timodê (1 - Walk By Jungle, 2 - Fareua, 3 - Harmatan, 4 - Dandara)
02. Lido´s Square (1 - Pae João, 2 - Menina Da Janela, 3 - OAN, 4 - Madrugada Sem Luar)



Disco com apenas duas longas faixas em estilo jam, com quatro temas cada uma. Um misto de soul, ritmos latinos e africanos, com um clima lisérgico tão comum à época.

Quem tiver maiores informações, por favor, me mande.

Arquivos gentilmente cedidos por Marcelo Azevedo

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Thursday, June 25, 2009

Os Baobás - Single (1966)




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Faixas:
01. Happy Together
02. Down Down



O segundo compacto da banda traz uma cover de “Happy Together”, do The Turtles, iniciando um tanto ríspida, com os vocais distintos da felicidade colorida da original e uma dura e seca bateria, mas logo deslancha em animados coros e um discreto órgão ao fundo. Mas assim como o primeiro trabalho do grupo, é da banda em si a grata surpresa: “Down Down”, de autoria, novamente, de Ricardo Contins, é uma das mais bem resolvidas pedradas do período sessentista brasileiro, clássico garageiro que mais expressa a natureza musical da banda, assim como o seu talento para composições próprias.

Abordando um assunto corrente na maioria das canções do período, a desilusão amorosa, Contins retrata a comum vassalagem descomunal não como sempre foi conhecida – como romantismo exacerbado – mas sim relatando em três partes atos como a lamúria, a indagação, e enfim a revanche do locutor em relação a seu amor, em uma letra tão sucinta quanto genial, fazendo uso do termo “down” em duas conotações possíveis dentro do cenário: o desapontamento (“Down, down/Down, down/I have a girl that I love her so/But she always puts me down [...] What can I do if I need her, oh!?”) e revanche (“That I’m gonna put my little girl so down/I keep on walking down, down/ I keep on rocking down, down”), tendo os vocais para apoiar ainda mais tal discurso.

Texto de Marcelo Iwai, publicado originalmente no portal The Freakium!

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Monday, May 25, 2009

Impacto Cinco - Lágrimas Azuis (1975)




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Faixas:
01. Mãos de seda, coração de ferro
02. Tudo vai mudar (amanhã)
03. Fuga
04. Carmen, Carmen
05. Viver triste
06. Lembranças
07. Lágrimas azuis
08. Sábado
09. Um bom lugar
10. Sentado no arco íris
11. Muito tempo de som


Um Impacto Cinco psicodélico

Era 1975, quando o grupo potiguar Impacto Cinco, conhecido como uma banda de baile, foi parar nos estúdios da gravadora CBS para gravar o LP Lágrimas Azuis. Naquela época o quinto não fazia idéia que estava provocando fortes marcas na história da música brasileira, pois atualmente o álbum é um dos 10 mais cobiçados do rock brasileiro, mencionado em sites especializados e em leilões internacionais.

Esse foi o segundo e último disco da carreira do grupo que ocupou durante uma semana o estúdio da gravadora. O material já havia sido exaustivamente ensaiado e a direção musical coube a Gileno de Azevedo, Leno (o ex-parceiro de Lílian). Das 11 faixas, apenas cinco são de autoria dos rapazes do grupo (Fuga, Viver Triste, Lágrimas Azuis, Um bom lugar e Muito tempo de som). Leno assinou três canções Tudo vai mudar (amanhã), Carmem, Carmem e Sentado no Arco-Íris que ele compôs em parceria com Raul Seixas.

A música de abertura foi entregue ao piauiense Piska, compositor de Mãos de seda, coração de ferro. Eles ainda gravaram o cover de Sábado (do guitarrista Frederyko) que também fez parte do álbum de estréia do grupo, lançado em 1970. Lembranças (Raulzinho e C.H.Gonçalves) completa o repertório do LP.

O grupo era formado por Clauton (bateria, percussão e vocais), Poty Lucena (baixo e vocais), Etelvino (piano elétrico, órgão, sintetizador e vocais), Joca Costa (guitarras) e Lulinha (vocal). Quando o Impacto Cinco chegou ao Rio estava afinado para gravar o repertório, os anos de estrada como banda de baile, tocando durante cinco horas seguidas, davam a eles segurança para realizar o trabalho em um curto período de uma semana. Para o guitarrista Joca Costa, ainda ligado ao meio musical nos dias de hoje, a CBS, que tinha em seu cast nomes internacionais, como Aerosmith, além do próprio Roberto Carlos, estava concedendo uma chance à banda potiguar. A afirmação foi feita durante uma entrevista ao jornalista Rodrigo Hammer, publicada na edição no número 3 da Revista Brouhaha. ‘‘Éramos algo muito à frente para a época’’, declarou o tecladista Etelvino, na mesma matéria. Na capa do álbum, quatro dos cinco componentes do Impacto Cinco aparecem fumando, seguindo o estilo revoluncionário da época.

Texto de Hayssa Pacheco, publicado originalmente no Jornal Diário de Natal

Arquivos ripados e gentilmente cedidos por Hracional

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Tuesday, April 28, 2009

The Gentlemen - The Gentlemen (1972)




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Faixas:
01. Sorriso Selvagem
02. Não Sei Quem Sou
03. Vestido Branco
04. Meu Mundo
05. Lonely Blue Bay
06. Uma Voz, Outra Voz
07. Vazio
08. Agora Estou Livre
09. Isso é Amor
10. Eu Juro
11. O Embarque
12. Post-Scriptum



O The Gentlemen surgiu em 1966 inspirados na Jovem Guarda e no rock inglês...

Hugo Leão, além de baixista, também foi tecladista, guitarrista solo e vocalista da banda "The Gentlemen", com Célio(guitarra ritmica), Valmir(crooner), Saulo(baterista), Enilton(guitarra solo) e Carlito(teclados), foram os membros que tocaram na banda durante a época.

A banda foi eleita por cinco vezes consecutivas como o melhor conjunto do Norte e Nordeste.

Teve em sua formação alguém que entraria para a história da Música Popular Brasileira: Zé Ramalho. Nesse disco Zé não participa, ele esta nas gravações do único compacto feito pela banda, com a música CRISTINA muito executada nas rádios locais na época. Hoje é uma raridade encontrar este compacto.

Texto extraido do blog Mopho Discos

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Tuesday, March 10, 2009

Bernardo Neto - Sumaré (1988)




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Faixas:
01. Sumaré
02. Brasão
03. Superstição Imortal
04. Cora Coralina
05. O Novo
06. Vilancete



Ao decidir-se por editar disco com composições de Bernado Neto, o movimento litero-musical O SACO levou em consideração o trabalho de um compositor voltado para a busca constante da sintonia entre a beleza da palavra e da música. Um artista interessado em deixar registrado no tempo o compromisso do homem para com a vida, a poesia e o destino de todos nós numa era de tantas indecisões e desencantos.

Bernardo Neto desenvolve há muito tempo no Ceará trabalho musical que só tem merecido aplauso e reconhecimento. Mas somente o disco era capaz de impulsionar ainda mais seu talento para ser descoberto em outras plagas e receber a mesma admiração dos que vivem nos limites da província cearense. Ao optar inicialmente por Bernardo Neto, O SACO traz à tona o eterno problema do artista enclausurado nas fronteiras de seu Estado, sem perspectivas futuras se não romper os esquemas tradicionais das gravadores multinacionais.

Bernardo Neto escolheu para compor "Sumaré" alguns dos nomes mais significativos da literatura cearense. Ao musicar poemas de autores consagrados, dá outra dimensão à palavra que sempre se manteve no restrito espaço do papel. Amplia, repercute e avança ao lado do poder de criação literária. Em "Vilancete", o compositor torna ainda mais conhecida a produção de Moreira Campos, um dos articuladores do Grupo CLÃ, citado em várias antologias internacionais.

Na faixa "O novo", perpetua em melodia os versos de Caetano Ximenes Aragão, autor do grande "Romanceiro de Bárbara". Em "Brasão", Francisco Carvalho, que traz na expressão da linguagem poética a aventura e desventura da existência. Todos poetas que sabem utilizar com maestria a palavra em sua dimensão mais humana, pura, terna e eterna. Nomes que orgulham o Ceará e nada deixam a dever ao resto do Pais.

Indo mais além, Bernardo Neto inspira seu violão para prender na melodia "Superstição mortal", de Millor Fernandes. E em 'Cora Coralina", uma homenagem a mulher de destino humilde, mas de ricas palavras. Bernardo Neto escolheu tal caminho por sentir em cada texto a musicalidade unir-se com o sentimento da força humana em busca de melhor caminho. Música e palavra numa vertente única, inabalável, como a esperança. A esperança de se ter pelo menos o direito de viver. E sonhar.

Em Sumaré, Manoel Grelho Raposo, autor da letra diz: "Num passe de mágica as cores se misturam, o sol derrama as suas crinas sobre o canteiro dos homens, e a bela orquídea do poeta invade os corações de quem sabe cultivar Sumarés, rosas de amor."

Texto extraído do encarte do disco.

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Wednesday, March 04, 2009


EM DEFESA DA LIBERDADE E DO PROGRESSO DO CONHECIMENTO NA INTERNET BRASILEIRA


Um projeto de Lei do Senado brasileiro quer bloquear as práticas criativas e atacar a Internet, enrijecendo todas as convenções do direito autoral. O Substitutivo do Senador Eduardo Azeredo quer bloquear o uso de redes P2P, quer liquidar com o avanço das redes de conexão abertas (Wi-Fi) e quer exigir que todos os provedores de acesso à Internet se tornem delatores de seus usuários, colocando cada um como provável criminoso. É o reino da suspeita, do medo e da quebra da neutralidade da rede. Caso o projeto Substitutivo do Senador Azeredo seja aprovado, milhares de internautas serão transformados, de um dia para outro, em criminosos. Dezenas de atividades criativas serão consideradas criminosas pelo artigo 285-B do projeto em questão. Esse projeto é uma séria ameaça à diversidade da rede, às possibilidades recombinantes, além de instaurar o medo e a vigilância.

Se como eu, vocês sentem a sua liberdade violada por tal projeto, assinem a petição pelo seu veto.

Tuesday, February 24, 2009

Os Meninos de Deus - Aperte, não Sacuda... (1974)




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Faixas:
01. Senhor Fazei de Mim Um Instrumento de Tua Paz
02. A Luz
03. Aprendam Que Podem Ser Livres
04. A Voz de Amor
05. No Mires Atras
06. 'Ce Tem Que Ser Um Menino
07. Aleluia
08. Estou Feliz
09. Como Esquecê-lo
10. É Melhor Tentar e Falhar
11. Que é Que Fez Jesus
12. Obrigado, Senhor



O conjunto é composto por Aminadab, violão e vocal; Jeroboam, piano elétrico e vocal; Isaias, guitarra e vocal; Obed, contra-baixo; Miguel, violino; Israel, [ritmo]; Alael, bateria; Daniel Gentileza, todos no vocal.

O interior de uma das famílias dos Meninos de Deus é um organismo vivo. Todos têm senso de comunitarismo e executam as tarefas recebidas, motivados por uma força comum que é a de acharem que estão, desta maneira, servindo e amando a Deus.

"Somos hoje mais de 5.000 jovens vivendo juntos em mais de 50 países diferentes, com mais de 250 comunidades, em grupos de 12, 30 ou 100 pessoas. Jovens que encontraram um objetivo na vida, depois de experimentarem diferentes drogas, religiões, viagens ou coisas parecidas, e que encontraram em Deus e em sua palavra e no amor de Jesus, no amor fraternal, puro e sadio, a resposta para os seus problemas e para os problemas de toda a humanidade.

Estes jovens dedicam toda a vida a levar este amor, paz, felicidade, e alegria a todos aqueles que buscam por esta nova vida. O nosso objetivo é de obedecer ao último mandamento de Jesus: "Ir a todos e pregar o evangelho (boas notícias) a toda a criatura". Levar esta mensagem a todo o mundo, até o último da Terra. Conquistar o mundo por Jesus". Esta é a mensagem do grupo aqui no Brasil.

Os Meninos de Deus estão satisfeitos por terem tido a chance de gravar este disco. "A música é uma das formas de oração mais poderosa, e quando as pessoas estiverem cantando nossas canções, estarão de uma maneira indireta, orando", afirmam eles.

O movimento surgiu em 1968 nos Estados Unidos, fundado por Moises David (David Brandt), que havia sido criado numa família muito religiosa. Seu pai era um pastor protestante conhecido por suas pregações por toda a Califórnia, e sua mãe, sofrendo um acidente de carro grave, atribuiu seu pronto restabelecimento ao poder espiritual do marido, convertendo-se ardorosamente, ao protestantismo e tornando-se uma escritora de livros religiosos.

No entanto, para Mo (assim Moises David é chamado pelos Meninos de Deus), nada do que seus pais faziam era concretamente religioso, já que eram atividades comandadas pela Igreja. A partir desta visão, David resolveu iniciar um movimento religioso onde Deus fosse realmente o centro e o sentido de todas as decisões e trabalhos a serem realizados, o que trouxesse em seu bojo a contemporaneidade necessária para ser aceito pelas pessoas que não viam no institucionalismo eclesiástico a solução para seus males.

David Brandt, da mesma maneira que seu pai, andou pregando por toda a Califórnia, e tornou-se [rapidamente] conhecido: mas havia uma nítida diferença no que pregavam, muito embora ambos usassem a bíblia como fundamento. David diferenciava-se de seu pai no modo de interpretá-la, decorrendo daí uma nova filosofia cristã, menos rígida e mais motivadora.

Através dos grupos hipies que foram se chegando a ele, trocando as drogas por seus ensinamentos, começou a estrutura, dando forma e sentidos exatos, o que hoje viria a ser essa enorme organização internacional composta quase que inteiramente por jovens.

Em fins de 1973, os mass-medias americanos falavam incessantemente nas cento e vinte comunidades espalhadas por todos os Estados Unidos. Comentavam o jeito singular daquelas pessoas alienadas e felizes falarem sobre a vida que levavam, de deus, sobre a orientação [artística] diferente nas [músicas] e peças de teatro produzidas por essas comunidades.

Jeremy Spencer, um jovem americano, cantor e compositor de rock e membro de uma das famílias dos Meninos de Deus, é um dos maiores responsáveis pelo êxito do movimento. Associando à sua arte toda a problemática religiosa da família, conseguiu por intermédio de suas letras, que transmitiam as mensagens de Moises David, trazer jovens ajustados mais infelizes, traficantes de drogas, e outros que procuravam respostas para a parafernália progressiva de erros e procuras que lhes parecia o mundo.

Quando as [idéias] do movimento ficaram conhecidas por todos os Estados Unidos contestando aberta e concretamente a Igreja, ao por em prática soluções que consideravam mais convenientes com a realidade religiosa some-se a ele os outros movimentos de origens diferentes, mas com a mesma intensidade de contestação à Igreja) o impasse criado juntos aos jovens para evitar seu afastamento da Igreja.

Os Meninos de Deus depois de afirmados como um grupo religioso, passaram a ser também conhecidos como um grupo artístico, ao formarem sua própria companhia teatral e assinarem contratos com gravadoras musicais para divulgarem o seu trabalho. Os responsáveis pelas atividades juvenis das Igrejas iniciaram uma série de atividades no sentido de aproveitarem essas iniciativas, fazendo com que os jovens encontrassem dentro das igrejas interesses que fosse compatíveis com suas [idéias] Eles os incentivaram a comporem [músicas] para as missas e a organizarem peças de teatro e conferências com temas religiosos.

Há 11 meses o movimento chegou ao Brasil, depois de haver percorrido e se fixado na Europa, na Ásia e na África.

Thiago e Tabita, um casal baiano, foram os percussores do movimento no Brasil, junto com Amminadab e Marcena, que são americanos e partilhavam do mesmo objetivo de incorporarem a [América] do Sul aos lugares visitados por eles. Os dois casais se conheceram numa comunidade do grupo na Holanda, surgindo aí a motivação para virem ao Brasil, país bem localizado para a vinda de suas idéias e a sua disseminação na [América] Latina. Formaram um grupo e [iniciaram] sua viagem atravessando a [América] Central, o que fez com que mudassem seus planos e passagens primeiro por outros países latinos, antes de virem ao Brasil.

Chegando ao Rio, foram morar em Santa Tereza, por ser um lugar calmo, onde poderiam trabalhar [tranqüilos] e criarem suas crianças. As atividades do grupo aqui, logo de início, consistiram em traduzir e reimprimir as cartas religiosas de Moises David, distribuindo-as por toda a cidade, explicando direta e detalhadamente as propostas do grupo às pessoas que se interessem principalmente a juventude, não só do Rio, mas de todo o Brasil.

Para isso viajam constantemente pessoas do grupo para os lugares mais distantes do país, [já] estiveram no Amazonas, em quase todo o Nordeste e Sul, iniciando comunidades com pessoas que adotaram as suas idéias.

Em quase um ano de atividades do Brasil o grupo cresceu bastante. Conta atualmente com quase 60 pessoas, das quais grande parte está morando num sítio em Jacarepaguá, alugado depois que a casa de Santa Tereza ficou pequena para tanta gente.

O trabalho artístico da família no Rio, já alcançou boa projeção. Amminadab e Thiago os responsáveis pelo grupo, entraram em contato com pessoas influentes do meio artístico e conseguiram promover o conjunto musical Meninos de Deus, que apareceu no programa "Fantástico, O Show da Vida", por duas vezes e assinou um contrato com a Polydor gravando um disco logo em seguida, "Aperte não Sacuda", é o nome do lp que foi lançado no dia 15 de agosto.

Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente jornal O Estado do Paraná, em 26/11/1974

Fazer o download de Os Meninos de Deus - Aperte, não Sacuda... (1974).