Wednesday, August 16, 2006

Silvinha - Silvinha (1971)




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Faixas:
01. Voce Já Morreu e Se Esqueceu de Deitar
02. O Que Fazer para Te Esquecer
03. Estou Pedindo Baby
04. Deixa a Cinza Deste Inverno Passar
05. Prá Toda a Geração
06. Paraíba
07. Risque
08. Seu Amor Ainda é Tudo Pra Mim
09. Leve a Vida
10. É Minha Opinião
11. Nossos Filhos Serão Pais



Começou a cantar com o coral de músicas folclóricas organizado por sua mãe, professora de música em São João del Rei (MG), apresentando-se em rádios e programas culturais, por volta de 1963. Mais tarde, incluiu no repertório do coral músicas dos Beatles e de Rita Pavone, artistas dos quais gostava.

Em 1965, a convite de Aldair Pinto, foi para Belo Horizonte (MG), para atuar no programa de televisão Programa só para Mulheres, seguindo dois anos depois para o Rio de Janeiro RJ, sendo lançada no programa do Chacrinha. Contratada pela TV Excelsior de São Paulo (SP), cantou durante algum tempo no Programa dos Incríveis, e logo depois passou a apresentar no programa de TV O Bom, do cantor Eduardo Araújo, com quem se casou. Ainda em 1967 gravou pela primeira vez, as músicas Vou botar pra quebrar e Feitiço de broto (ambas de Carlos Imperial), pela Odeon. No ano seguinte excursionou com show da Rhodia, cantando na Fenit, em São Paulo, e no Copacabana Palace Hotel, do Rio de Janeiro, além de outras capitais do país. Ao retornar foi contratada pela TV Tupi para voltar a participar do Programa dos Incríveis, mas seis meses depois estava na TV Record.

Gravou três LPs na Odeon, nos anos de 1968, 1969 e 1971. Contratada pela RCA Victor de 1972 a 1975, participou esse ano do show Pelos caminhos do rock ao lado de Eduardo Araújo, no Teatro Bandeirantes, de São Paulo, e gravou quatro compactos simples. Em 1975 mudou para a gravadora Copacabana.

Depois de alguns anos afastada dos palcos, Silvinha começou a fazer algumas vocalizações e backing vocals esporádicos em jingles e discos, até que, em 1978, a cantora que deveria gravar uma peça faltou, sendo Silvinha chamada para a substituição. A partir de então, passou a ser uma das cantoras mais requisitadas para gravação de jingles. Durante mais de 20 anos foi uma das vozes mais ouvidas no Brasil em campanhas para Mc Donald’s, Coca-Cola, Unibanco, Varig, entre outras.

Afastada da publicidade, passou a se dedicar à gravadora Number One (sua e do marido). Em 2001, lançou o CD Suave é a Noite, com músicas românticas. Em 2007, lançou um DVD comemorativo dos 40 anos da Jovem Guarda, e vinha trabalhando na divulgação desse trabalho.

Quando morreu, estava internada havia 21 dias no Hospital 9 de Julho, em decorrência de complicações do câncer de mama contra o qual lutou 12 anos. Foi enterrada em Itapecerica da Serra.

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Thursday, July 20, 2006

Ronnie Von - A Máquina Voadora (1970)






Faixas:
01. Máquina Voadora
02. Baby de Tal
03. Verão nos Chama
04. Seu Olhar no Meu
05. Imagem
06. Continentes e Civilizações
07. Viva o Chopp Escuro
08. Enseada
09. Tema de Alessandra
10. Águas de Sempre
11. Cidade
12. Você de Azul



Como esse álbum foi recentemente relançado em CD, retirei o link para download.

Because this album has recently been released in CD here in Brazil, I have removed the download link.

Piri - Vocês Querem Mate? (1972)




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Faixas:
01. Reza Brava
02. As Incriveis Peripécias de Danilo
03. O Som do Roberto
04. Sombra Morta
05. Vocês Querem Mate?
06. Cupido Esculpido
07. Chão Vermelho
08. Lágrimas
09. Espiral
10. Porta do Sol



Este lançamento exemplifica o tipo de som do selo Quartin, de Roberto Quartin, de curta existência nos anos 70. Jazz obscuro e meditativo, mas sempre firme e dançante.

Novamente, um time de craques foi escalado. Acompanhando o violão e a voz suave de Piri, estão Danilo Caymmi, Paulinho Jobim na flauta, Jorge Marinho no baixo, o onipresente Wilson das Neves na bateria e Juquinha na percussão. Tita também aparece, como cantor convidado.

Elementos de bossa nova, psicodelismo, funk e folk se encontram nessas 10 músicas, todas compostas pelo próprio Piri.

Texto extraído do blog Quimsy's Mumbo Jumbo.


This release typifies the sound of Roberto Quartin's eponymous and short lived label. Dark, brooding jazz but always tight and groovy.

Again, a crack troop has been assembled here. Accompanying Piri's guitar and gentle vocals are Danilo Caymmi and Paulinho Jobim on flute, Jorge Marinho on bass, the ubiquitous Wilson Das Neves on drums and Juquinha on percussion. Tita also adds guest vocals.

Elements of bossa, psych, funk & folk are to be had on these 10 originals all composed by Piri himself.


Extracted from Quimsy's Mumbo Jumbo blog.




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Friday, July 14, 2006

Manduka y Los Jaivas - Los Sueños de América (1974)




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Faixas:
01. Don Juan de la Suerte
02. La Centinela
03. Date una Vuelta en el Aire
04. Tá Bom Tá Que Tá
05. Traguito de Ron
06. Los Sueños de América
07. 1º Encuentro Latinoamericano de la Soledad



Em 1974, em suas andanças pela América Latina, Manduka encontra-se na Argentina com o grupo chileno Los Jaivas. Desse encontro, batizado com o nome fictício e simbólico de "1º Encontro Latino-americano da Saudade", surge esse disco que, segundo texto do próprio Manduka, alia "a sabedoria das montanhas, a embriaguês do mar e o hermetismo da selva". Tentando retratar a mestiçagem hispano-americana, as músicas fundem de maneira bastante complexa baião, bossa nova, rítmos caribenhos, tango e música andina, numa clave experimental bem ao gosto do grupo chileno. De lirismo e força ímpar, o disco é o fruto de quem "sonha com uma América crepuscular e imaginária, humanamente poética e silenciada".


Los Jaivas

Com mais de trinta anos de estrada, Los Jaivas é uma das bandas de maior destaque da cena musical chilena e latino-americana. Nascido em Viña del Mar no final da década de sessenta o grupo foi um dos primeiros a fundir a música folclórica latino-americana com instrumental de rock. Residindo em Paris desde 1977, Los Jaivas gravaram muitos discos de relativo sucesso, onde se descata seu segundo álbum, "Todos Juntos" (1972), cuja música título foi, em 1996, o hino do Encontro latino-americano de Presidentes, que se deu em Santiago do Chile. A canção é um exemplo de união de gerações e espíritos que o grupo conseguiu através de sua música cheia de magia e sentimentos humanitários. Em sua obra também merece destaque o álbum "Alturas de Machu Picchu" (1981), inspirado em texto escrito pelo poeta chileno pablo Neruda. Seu trabalho é um exemplo de continuidade artística e de perseverançxa criativa, que leva Los Jaivas ao reconhecimento de ser uma das bandas mais importantes do Chile e claro expoente do folclore e do rock latino-americano.

Texto extraído da Enciclopedia del Rock Chileno


Fazer o download de Manduka y Los Jaivas - Los Sueños de América (1974).

Tuesday, July 04, 2006

Naná Vasconcelos - Africadeus (1973) + Naná Vasconcelos (1972)




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Faixas:
From "Africadeus" (1973):
01. Africadeus
02. Aboios
03. Seleção de Folclore

From "Naná Vasconcelos" (1972):
04. No Sul do Polo Norte
05. No Norte do Polo Sul
06. Aranda
07. Toshiro
08. Baião do Acordar
09. Garimpo
10. Tiro Crusado
11. Pinote



Uma voz distinta na percussão brasileira e mundial

Quando se pensa em Naná Vasconcelos, vem som. Uma figura brasileira que passou uma boa parte desses últimos 30 anos em Nova York, mas que não mudou seu figurino para um Armani, para melhor representar a nata da música instrumental brasileira. Afinal, o percussionista pernambucano nascido em 1945 certamente ainda preserva a cor pastel de suas lembranças de infância, quando tocava com o pai em uma bandinha marcial em Recife.

Um salto nas décadas e vemos Naná uma figura mundial, que ultrapassou a mera barreira da percussão. É um criador que já foi eleito sete vezes Melhor Percussionista do Mundo pela revista americana Down Beat. E grande parte desse feito foi conseguido graças a sua projeção no exterior, que sempre soube reconhecer o talento acima das vertentes comerciais da música.

Curioso e lembrando uma figura mística - mas não se engane, é um perfeito administrador de sua carreira -, Naná não tem o pé na hermetismo do erudito, pois é possível ouvir em sua atitude Músical a rebeldia de um Jimi Hendrix. Essa rebeldia e perfeita sintonia com o som e silêncio se percebe no instrumento que mais o caracteriza, o berimbau. Sozinho - ou com todos que o ouvem -, consegue criar um ambiente sonoro único em que notas da corda esticada do instrumento se misturam com sua voz, também dotada de assinatura singular.

Vida no exterior

Mas Naná não resume-se ao instrumento longitudinal - toca praticamente todos os instrumentos percussivos que lhe chega às mãos, e de forma pessoal, o que é extremamente difícil no gênero. Naná não é o percussionista de estúdio que os estrangeiros esperam de um brasileiro, que coloca um pandeiro aqui, uma tumbadora alí. Mas a sonoridade de Naná não nasceu de uma jam para outra. O músico se mudou para o Rio de Janeiro no final da década de 60, para trabalhar com Milton Nascimento. Uma união em 1970 com o saxofonista Gato Barbieri o tirou de nossas fronteiras pela primeira vez - o que se tornaria uma constante anos depois. Bom, Naná foi para o mundo.

Fixou residência em Paris, por cinco anos. O primeiro disco saiu dessa fase com o nome Africadeus. Amazonas saiu quando retornou ao Brasil, em 1972. Daí em diante, ligou-se a outra figura única na música brasileira, para uma parceria de oito anos e três discos: Egberto Gismonti. São eles: Dança das Cabeças (1976), Sol do Meio Dia (1977) e Duas Vozes (1984). A escapulida para fora do Brasil tornou a acontecer, desta vez para Nova York. Para Naná, o período com o grupo Codona (com Don Cherri e Colin Walcott) seria o mais gratificante. Estando na meca mundial do jazz, passou a integrar os mais variados grupos, sempre contribuindo, mais do que tudo. Com o jazzísta Pat Metheny foi assim - bem como com B.B. King, o violinista Jean-Luc Ponty e o Talking Heads.

Percpan

Ficou longe do Brasil por 10 anos, voltando em 1986. A partir desse momento, começava sua história com um festival anual de música experimental chamado Panorama Percussivo Mundial (Percpan) - que no início contemplava apenas a percussão pura. Dois anos depois, dividiria a direção com Gilberto Gil do festival, que deu uma cara mais abrangente ao Percpan. Apesar do aparente afastamento das raízes brasileiras, Naná sempre esteve envolvido com projetos sociais, como o ABC das Artes Flor do Mangue (com crianças carentes). Ainda: seu toque percussivo e vocal pode ser ouvido em diversos álbuns brasileiros como os de Marisa Monte, Caetano Veloso, Milton Nascimento, além de uma infinidade de amigos/parceiros.

Um de seus mais recentes trabalhos - e Naná vive realizando sua trajetória profissional Músical para caminhos que somente o próprio sabe onde -, o CD Fragmentos, de 1998, traz a participação do velho companheiro de bem-sucedidos discos, Egberto Gismonti. Mais alguns para a lista atual de trabalhos de Naná: trilha para a peça Othello, na Alemanha, A Sagração da Primavera, na França, e a trilha para o espetáculo Você me Faz Sorrir. Este ano, está em fase de finalização da edição 2001 do Percpan, agendado para setembro. Mas a história do pernambucano de 56 anos não acaba aí - vai longe, até onde a percussão, a imaginação, o silêncio e tudo mais levar.

Texto de Ricardo Ivanov, publicado no site Terra.

Fazer o download de Naná Vasconcelos - Africadeus (1972).

Ney Matogrosso - Single (1974)




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Faixas:
01. As Ilhas
02. 1964 (II)



Logo após deixar o Secos & Molhados, em 1974, Ney Matogrosso marcha para a Itália para gravar esse compacto bastante singular. Com composições e arranjos de Astor Piazzolla, o disco ainda conta com o próprio no bandolion. Um disco essencialmente de tango "a la Piazzolla", este compacto veio encartado como bônus no primeiro LP solo de Ney, apesar da nítida diferença entre os estilos.


Fazer o download de Ney Matogrosso - Single (1974).

Sunday, July 02, 2006

Lula Côrtes - Rosa de Sangue (1980)




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Faixas:
01. Lua Viva
02. Balada da Calma
03. Casaco de Pedras
04. Nordeste Oriental
05. Bahjan - Oração para Shiva
06. São Tantas as Trilhas
07. Noite Prêta
08. Dos Inimigos
09. A Pisada é Essa
10. Rosa de Sangue



Cantor e compositor, na década de 1970 foi um dos primeiros a fundir ritmos regionais nordestinos com o rock and roll, juntamente com Zé Ramalho e outros artistas.

Obra: Em 1972, lança, com Laílson, o LP Satwa (Rozemblit, Recife); em dezembro de 1974, termina a gravação do álbum duplo "Paêbiru", com Zé Ramalho, mas o álbum não é lançado porque a gravadora Rozemblit, foi atingida por uma grande enchente; LP O Gosto Novo da Vida (Ariola); LP Rosa de Sangue (Rozemblit; não chegou ao mercado por conta de briga jurídica com a gravadora); LP A Mística do Dinheiro (gravado pela Rozemblit mas nunca lançado); LP O Pirata (gravado em São Paulo e também nunca lançado); LP Nordeste, Repente e Canção (Discos Marcus Pereira); CD Lula Cortes & Má Companhia (1997).

É, também, pintor e lançou livros de poesia, entre os quais "Bom Era Meu Irmão, Ele Morreu, Eu Não".

Fazer o download de Lula Côrtes - Rosa de Sangue (1980).

Monday, June 26, 2006

Pão com Manteiga - Pão com Manteiga (1976)




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Faixas:
01. Mister Drá
02. Merlin
03. Flor Felicidade
04. Micróbio do Universo
05. Montanha Púrpura
06. Multi-Átomos
07. Serzinho Sem Medo
08. Cavaleiro Lancelot
09. História do Futuro


Fazer o download de Pão com Manteiga - Pão com Manteiga (1976).

Perfume Azul do Sol - Nascimento (1974)




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Faixas:
01. 20000 Raios de Sol
02. Sopro
03. Calça Velha
04. Deusa Sombria
05. O Abraço Do Baião
06. Equilíbrio Total
07. Nascimento
08. Pé De Ingazeira
09. Canto Fundo
10. A Ceia



Grupo paulista formado por Ana (voz e piano), Benvindo (voz e violão), Jean (voz e guitarra) e Gil (bateria e vocal). Com visual hippie e psicodelia derivada de ritmos e instrumental regionais, gravaram um único álbum - Nascimento -, pelo selo Chantecler, em 1974. O baixista Pedrão, depois integrou o Som Nosso de Cada Dia, ao lado do ex-Íncríveis, Manito.

Texto de Fernando Rosa, publicado no site Senhor F.

Fazer o download de Perfume Azul do Sol - Nascimento (1974).

Thursday, June 22, 2006

Denise Emmer - Canto Lunar (1982)




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Faixas:
01. Canto Lunar
02. Luzes da Cidade
03. Voa Canção
04. Moça de la Mancha
05. Grande Amor
06. O Amor é Leve
07. O Sol
08. Canção de Acender a Noite
09. Estrela no Mar, Peixe no Céu
10. Cama na Calçada



Filha dos escritores Dias Gomes e Janete Clair, Denise Emmer é cantora, compositora, instrumentista e poetisa.

Denise Emmer estudou piano durante oito anos com Werther Politano e iniciou suas primeiras composições aos 10 anos de idade. Ainda no colégio, começou a pesquisar e a compor em português arcaico, sendo dessa época suas canções "Galvan el gran cavalero" e "Aquestas mañanas frias". Em 1980, graduou-se em Física, seguida de uma pós-graduação em Filosofia. Cursou o Conservatório Brasileiro de Música (Violoncelo), onde foi aluna de Paulo Santoro. É autodidata no violão e na flauta doce

Em 1970, suas composições "Pelas muralhas da adolescência" e "Tema verde" fizeram parte da trilha sonora da novela Assim na Terra como no Céu, da Rede Globo.

Ainda na década de 1970, participou, como compositora e cantora, da trilha sonora das seguintes novelas da TV Globo: Bravo! (1975), de Janete Clair, O pulo do gato (1978), de Bráulio Pedroso, e "Pai Herói" (1979), de Janete Clair, com a canção "Alouette".

"Alouette", muito executada nas emissoras de rádio, foi lançada, no ano seguinte, em compacto simples, atingindo a vendagem de 300.000 cópias, o que valeu à cantora um Disco de Ouro e a participação em programas de televisão. Em seguida, gravou um compacto duplo com a versão cantada e a versão instrumental de "Alouette" e contendo ainda as faixas "Chocolat", "Jardineiro" e "Sândalus" (instrumental, com solo de flauta doce executado pela cantora), todas de sua autoria.

Na década de 1980, atuou em produção musical de trilhas de novelas e dos seriados O bem amado e Quarta nobre, na TV Globo.

Em 1980, gravou seu primeiro LP, Pelos caminhos da América. O disco contou com arranjos de Jayme Alem e do Grupo Água, que atuou também na instrumentação, e texto de apresentação de Ferreira Gullar. Nessa época, fez shows com o Grupo Água.

Em 1981, atuando como cantora e instrumentista (violão e flauta doce), lançou o LP Toda cidade é um pássaro, registrando exclusivamente canções de sua autoria. O disco, produzido por Ronaldo B. Vieira, contou com a participação de Alain Pierre (arranjos, baixo acústico, baixo elétrico, violão, percussão e vocal), Paulinho Soledade (arranjos, violão Ovation, guitarra e vocal), Beto Resende (viola), Marcelo Costa (percussão e vocal), Jaques Morelenbaum (violoncelo), Guilherme Dias Gomes (piano), Alfredo Dias Gomes (bateria), Ana Lucia (vocal) e Cecília (vocal).

Em 1983, como cantora e instrumentista (charango, flauta doce, tambor, cravo e flauta doce soprano), gravou o LP Canto lunar, produzido por Ronaldo B. Vieira e com com a participação de Alain Pierre (arranjos, violão, saltério, baixo acústico), Myrna Herzog (flauta doce, flauta doce tenor, kruhm Horns, viola da gamba, violoncelo, vielle), Paulinho Soledade (guitarra), Jaques Morelenbaum (violoncelo), Beto Resende (viola), Freddy Anrique (Bombo Leguero) e Eliahu Feldman (vocal). A música "Canto lunar" mais tarde virou sucesso com o grupo folclórico Tarancon.

Ainda na década de 1980, participou, como compositora e cantora, da trilha sonora das novelas Coração alado (1980), Voltei pra você (1983), e Sinhá moça (1986).

Em 1992, gravou o LP Cantiga do verso avesso, contendo composições próprias e arranjos de Alain Pierre, contando com a participação de Jaques Morelenbaum.

Criou, em 1994, o grupo Trovarte, cantando acompanhada por Ludmila Plitek (violino), Ivan Sérgio Niremberg (viola) e Beto Resende (violão). Com o conjunto, apresentou-se em recitais na Academia Brasileira de Letras, na Casa de Cultura Estácio de Sá e em eventos beneficentes realizados no Rotary Clube, além de atuar em festas e convenções.

No ano seguinte, lançou o CD Cinco movimentos e um soneto, musicando poemas de Ivan Junqueira. O disco contou com a participação de Alain Pierre (arranjos, violão, teclados e alaúde), Jaques Morelenbaum (violoncelo) e Alexandre Caldi (saxofone). Atuou também como tecladista em algumas faixas.

Paralelamente à sua atuação como compositora, cantora e instrumentista, é autora de vários livros como Canções de acender a noite (1982), O inventor de enigmas (1989) e Cantares de amor e abismo (1995), recebendo inúmeros prêmios.

Em 2001, passou a integrar, como violoncelista, a Orquestra Rio Camerata.

Lançou, em 2004, o CD Mapa das horas, atuando como cantora e violoncelista. No repertório, suas composições e a a participação de Alain Pierre (co-produção, arranjos, violão, viola, baixo, alaúde, piano, teclado, organeto medieval, espineta, percussão e voz), Lenora Mendes (flauta doce, viola da gamba, vielle, viela de roda, darback, aduf e tambores), Alexandre Caldi (sax alto), Elza Marins (oboé) e Luciano Rocha (violoncelo barroco).

Discografia:
  • Alouette (1980) Tape Car/Som Livre Compacto simples
  • Denise Emmer (1980) Tape Car/Som Livre Compacto duplo
  • Pelos caminhos da América (1980) Tape Car/Som Livre LP
  • Toda cidade é um pássaro (1981) Independente LP
  • Canto lunar (1983) RGE LP
  • Cantiga do verso avesso (1992) Independente LP
  • Cinco movimentos e um soneto (1995) Leblon Records CD
  • Mapa das horas (2004) Lumiar Discos CD

    Texto adaptado do Dicionário Cravo Albin.

  • Fazer o download de Denise Emmer - Canto Lunar (1982).

    Friday, June 16, 2006

    Olívia Byington - Corra o Risco (1978)




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    Faixas:
    01. Fantasma da Ópera
    02. Lady Jane
    03. Corra o Risco
    04. Jardim de Infância
    05. Banda dos Corações Solitários
    06. Cavalo Marinho
    07. Lobo do Mar
    08. Água e Vinho
    09. Brilho da Noite
    10. Minha Pena Minha Dor
    11. Luz do Tango



    Filha de um psicanalista carioca, estudou piano, violino e violão. Dona de grande extensão vocal, cantava óperas e rock na juventude. Nos anos 70 integrou, ao lado do violoncelista Jacques Morelenbaum, a banda Antena Coletiva, que tocava rock de garagem. No final da década lançou um disco ("Corra o Risco", 1978) e fez shows como cantora solo, no Rio de Janeiro, acompanhada pelo grupo A Barca do Sol. Considerada uma cantora refinada e sofisticada pelos críticos desde o início de sua carreira, apresentou-se ao lado de Tom Jobim, Radamés Gnattali, Chico Buarque, Turíbio Santos, Paulo Moura, Egberto Gismonti, João Carlos Assis Brasil. Em 1981 foi a Cuba, a convite de Chico Buarque, e acabou gravando um disco produzido por Silvio Rodrigues. Sem desprezar o rock e confirmando sua postura de eclética, gravou, em seu disco "Música" (1984), rocks de Cazuza e canções de Djavan. Mas em geral é conhecida pelo repertório que inclui Gershwin, Porter, Cartola, Tom Jobim. Em 1990 o disco "Olivia Byington e João Carlos Assis Brasil" teve boa recepção e proporcionou ao duo viagens por todo o Brasil. Nos anos 90 excursionou pela Europa e elaborou um trabalho ao lado do saxofonista Edgar Duvivier, e em 1997 gravou "A Dama do Encantado", em homenagem a Aracy de Almeida, disco aclamado pela crítica.

    Fonte: www.cliquemusic.com.br.


    Fazer o download de Olívia Byington - Corra o Risco (1978).

    Luiza Maria - Eu Queria Ser um Anjo (1975)




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    Faixas:
    01. Na Casca do Ovo
    02. Maya
    03. Tão Quente
    04. O Principe Valente
    05. No Fundo do Poço
    06. Não Corra Atrás do Sol
    07. O Anjo
    08. Miro Giro
    09. Eu Sou Você
    10. Universo e Fantasia

    Extraído do blog Music for the Nations.


    Gravado em 1975, o LP "Eu queria ser um anjo" foi o disco de estréia da cantora carioca Luiza Maria. Produzido por Sérgio de Carvalho, contou com a participação de Jim Capaldi, Lulu Santos, Rick Ferreira, Antonio Adolfo, Chico Batera, Arnaldo Brandão, Gustavo Schroeter, Dadi Carvalho e Mú Carvalho, que atuaram sob produção musical de Sérgio Carvalho e coordenação musical de Rick Ferreira. O repertório é composto, além de músicas próprias, de uma parceria com Paulo Coelho e Rick Ferreira ("Na casca do ovo") e uma composição de Raul Seixas e Paulo Coelho ("O príncipe valente").

    Ainda na década de 1970, Luiza Maria participa como vocalista de shows de Tim Maia (1977) e Ivan Lins (1978), em São Paulo, e da gravação de duas faixas do LP Chão de giz (1976).

    Participou, como cantora e compositora, da trilha sonora da novela Elas por elas (Rede Globo), em 1982, com a música "Música e letra" (c/ Sérgio Natureza), da trilha sonora do filme Fulaninha (1985), de David Neves, com "Linda Star" (c/ Sérgio Natureza), e da trilha sonora da minissérie Contos de verão (Rede Globo), em 1993, com "Água e choro" (c/ Sérgio Natureza).

    Em 1993, lançou o CD Tarântula (Leblon Records), contendo uma cover dos Beatles ("Can’t buy me love") e uma regravação de Noel Rosa ("Último desejo"). O disco teve arranjos assinados por Marcio Montarroyos e Raymundo Nicioli, além da própria cantora, responsável também pela produção.

    Texto adaptado do Dicionário Cravo Albin


    Fazer o download de Luiza Maria - Eu Queria Ser um Anjo (1975).

    Monday, June 05, 2006

    Arnaud Rodrigues - Murituri (1974)




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    Faixas:
    01. Nêga
    02. Esse é Eu
    03. Na Praia de Boa Viagem
    04. Chegou da Bahia
    05. Conscachá, Fimará (Magnífico)
    06. Murituri
    07. Antonio Nepomuceno
    08. Sociedade de Consumo
    09. Tá



    Há alguns anos, ao mesmo tempo que Chico Anísio gravava na Philips o lp "Chico Anísio inaugura o humor dançante", produzido por Nonato Buzar, Arnaud Rodrigues, redator dos programas humoristicos de Chico também fazia um movimentado lp na Copacabana, se não nos enganamos. Agora, quando aparece um novo lp de Chico Anísio pela Continental, em que o inteligente artista conta algumas deliciosas historietas Arnaud ataca novamente como cantor, em lp da mesma gravadora "murituri" (Continental), SLP_10.130 dezembro-73). E não há dúvidas de que Chico Anísio tem razão de manter Arnaud em sua equipe de produção: afinal, a versatilidade do moço é impressionante e ele compôs as músicas para este álbum - com diferentes parceiros (Antônio de Jesus/Sebastião Valentim, entre os desconhecidos; o próprio Chico e Arthur Verocai, entre os famosos) - como se estivesse escrevendo um screen-play para "Chico City". Assim é que vai desde um gostoso sambão ("Nega") a uma música espiritualista, na mais comercial linha "Superstar" em "Murituri", com versos surradíssimos ("A verdade brotara/A semente explode a terra/Mas se não acontecer/Faz de conta") passando até pelo rítmo nosdestinos em "Antônio Nepomuceno" (onde não teve parceiros). O que prova este LP é a criatividade de Arnaud um moço que sabendo dominar as palavras, razoável voz e convocando bons maestros para os arranjos - Otávio e Verocai - realizou um LP agradável, que utilizando os próprios títulos de suas músicas poderia-se dizer: "Esse e Eu" que "Tá" aí a "Sociedade de Consumo". Consumam(se)!

    Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente no jornal Estado do Paraná, em 14/03/1974.


    Fazer o download de Arnaud Rodrigues - Murituri (1974).

    Thursday, June 01, 2006

    Liverpool - "Marcelo Zona Sul" soundtrack (1970)




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    Faixas:
    01. Renata
    02. Dança da Chuva
    03. Canção da Volta
    04. Marcelo
    05. Fossa de Marcelo
    06. Excinting Posters
    07. Hei Menina*
    08. Fale*


    (*) bonus tracks, from Liverpool Sound single (1971)

    Fazer o download de Liverpool - "Marcelo Zona Sul" soundtrack (1970).

    Terreno Baldio - Além das Lendas Brasileiras (1977)




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    Faixas:
    01. Caipora
    02. Saci-Pererê
    03. Passaredo
    04. Primavera
    05. Lobisomem
    06. Curupira
    07. As Amazonas
    08. Iara
    09. Negrinho do Pastoreio



    Parafernália montada! Do outro da rua, a Igreja do Calvário, antiga tenda, oferecia o cenário propício. Confusão de câmera, gravador, cabos, bloquinhos e laptop para iniciar a entrevista exclusiva com Roberto Lazzarini e João Kurk, teclas e voz do grupo mais vanguardista do prog nacional. Numa animada troca de idéias de duas horas, eles revelaram algumas das pitorescas histórias de seus 42 anos de amizade e da trajetória do Terreno Baldio da “bélle epoque” dos anos 70 até nossa atual “belle merde”

    Islanders, do hard ao progressivo

    Divergindo da maioria dos grupos de baile da época que tinham em seu set músicas radiofônicas, o Islanders - formado por Rodolfo Ayres Braga e Joaquim Correa, além de Lazzarini e Kurk - se orgulhava de tocar o lado B dos discos importados que colecionavam. “No dia em que morreu o Hendrix a gente fez uma homenagem. Coitado do cara que foi lá pra dançar”, nos diz entre risos Lazarini possuidor da coleção inteira de LPs do renomado guitarman, declaradamente sua maior influência, independente de ser pianista. Kurk ressalta que importava os discos que não chegavam aqui, e ao rodar a bolacha logo procurava as músicas “mais ferradas” e que viriam a ser parte do set list dos Islanders.

    Grande era a euforia entre os músicos freqüentadores de bailes como o do Círculo Militar, que esperavam pra ouvir o melhor do hard e do progressivo - tal agitação já punha o Islanders no caminho da troca de sonoridade. “Tudo foi muito rápido de 72 a 76”, Lazzarini se refere às mudanças e assimilações de um som pesado, mas já experimental de Hendrix, rumo às sendas da fusão do rock, jazz e música erudita. Outro fator que direcionou tais mudanças foi a audição do álbum Three Friends do Gentle Giant, emprestado pelo baterista de um projeto de Egídeo Conde junto de João Kurk – um rock direcionado por Free e Jeff Beck. A audição “era uma coisa diferente e me bateu muito forte. Ali eu quis me embrenhar no mundo progressivo”, recorda Kurk. Logo o guitarrista Mozart Mello e o baixista João Ascenção foram recrutados junto a banda Fush; Deu-se asas a criatividade e iniciou-se o mito do Gentle Giant brasileiro!

    Preparando o Terreno

    Já como Terreno Baldio, o grupo fez parte do festival do Colégio Objetivo. “Eram seis bandas. Depois da gente ninguém mais quis tocar” lembra Lazzarini; “Não queríamos fazer um som na linha do Pink Floyd, com atmosferas e sintetizadores, o lance era tocar de verdade, usar contraponto, fuga e polirritmia.” Não só o publico do colégio se impressionou com as composições terrenistas; Césare Benvenuti, empresário italiano, estava na platéia e se apressou em convidar o grupo pra gravar um disco. “Os shows eram concorridos, a galera estava a fim de algo diferenciado.” Distribuídos em três contos, a trajetória do ser vigilante e os traços do terreno baldio eram contadas: Aquelôo, Pássaro Azul e Terreno Baldio. “A gente queria fazer rock com substância, algo com começo, meio e fim”. Os capítulos dos temas desenvolvidos pela banda necessitariam de, no mínimo, dois discos, sendo o debut um recorte dos três shows; Ficaram de fora peças importantes como “Relógio de Sol”, “Velho Espelho” e “Aquelôo”, retomadas na regravação do primeiro dis- co em 94, com letras em versão inglesa, e contando com a contribuição do blueseiro André Christóvam na transcrição.

    Naquela época era grande a procura de empresários e produtores por bandas que faziam rock em português, visando atender a demanda do novo mercado que surgia. Correndo atrás de um contrato, Césare esquematizou uma gravação no então novo e bem equipado estúdio Pirata, de Aurino Araújo, fazendeiro irmão de Eduardo Aráujo. “Mesmo em meio a dúvidas faltei numa prova de Resistência de Materiais na faculdade de Engenharia para participar das sessões de gravação”, conta Lazzarini que chegou a formar-se na área. O disco foi gravado dentro dos padrões setentistas: ao vivo em 4 canais e com poucos overdubs. Quem operou a mixagem foi Alan Krauss, “um gênio, um crânio”, segundo Lazarini. Na música Lou- curas de Amor, “faça-me sofrer, mais uma vez”, um aparente delay programado surge nas repetições de “uma vez”; Aparente, pois esse efeito foi produzido a partir de corte e colagem nas fi tas de rolo, manualmente. A “bolacha” saiu pelo selo Pirata Gravações Musicais e Benvenuti não pode assinar a produção por problemas contratuais (na época ele trabalhava para a Continental), quem figura no encarte é Arnaldo Sarcomani mesmo sem ter tido participação no primeiro álbum do grupo.

    Muito Além das Lendas Brasileiras

    Mais uma vez Benvenuti aparece na história do grupo e os leva para gravadora a Continental em 1976. Conseguindo lançar um grupo que fizesse sucesso ele teria mais espaço dentro da empresa para trabalhar com grupos mais arrojados, de praxe, o Terreno entrou nesta última categoria. Falar da mitologia brasileira foi projeto de Lazarini que pesquisava, na época, o tema. Dentro da banda, as mudanças eram profundas. A urgência de mesclar o som progressivo com elementos da música brasileira e a saída de João Ascenção, substituído por Rodolfo Ayres Braga, eram dificuldades a ser superadas para a realização do segundo registro. Orlando Beghelli, escritor indicado pela gravadora, ajudou no desen- volvimento das letras do disco, nomeado por Kurk. O processo de gravação em 16 canais, no Vice Versa, abriu novas possibilidades de arranjos e overdubs, confundindo os rapazes, acostumados aos 4 canais. Mesmo não satisfeitos com o resultado da mixagem final, Kurk e Lazarini apreciam o disco que ainda teve participação de Nelson Gerab no violino, Fabio Gasparini no cello e Claudio Bernardes no baixo acústico.

    Segundo disco na mão, e seis meses de espera pra um show de lançamento. O empresário de Belchior, Jorge Mello, se encarregou de trabalhar com o Terreno Baldio, o fato imprevisível foi o cantor - até então desconhecido - ter estourado junto de Elis Regina em “Como nossos pais”; o resultado disso foi o sumiço de Jorge e o conseqüente arquivamento do material de Além das Lendas Brasileiras. Tanto tempo parado não prejudicou o bom lançamento do disco, ocorrido no Teatro Ruth Escobar, auxiliado pelo empréstimo dos equipamentos de Eduardo Araújo. Existe um registro do espetáculo, em fita K7, guardado com Rodolfo Braga, que comprova a qualidade do mesmo. Marcante, o concerto recebeu convidados de pompa: “Puta som hein, garotos?”, reagiu Elis Regina frente ao arquitetado som. Ainda divulgando o LP, fecharam com um empresário da Traipú Produções uma série de shows com os Tarântulas, um grupo de samba e Lee Jackson, que “era um cara que fazia um rock bem chocolate”, palavras de Lazzarini. A “salada sonora” e a junção de diferentes tribos resultava num desagrado geral, mas rendeu divertidas histórias, esta uma lembrança de João Kurk: “Certa vez tocamos no Clube Alemão de Pirituba, na platéia, tinha uma moça dançando Quando as coisas ganham vida, que é uma música que não dá nem pra bater o pé, tamanha a mudança das fórmulas de compasso.

    Texto de André Mainardi e Lucas Rodrigues de Campos, originalmente publicado no Jornal Coletivo sÓ.

    Fazer o download de Terreno Baldio - Além das Lendas Brasileiras (1977).

    Marcos Valle - Vento Sul (1972)




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    Faixas:
    01. Revolução Orgânica
    02. Malena
    03. Pista 02
    04. Vôo Cego
    05. Bôdas de Sangue
    06. Democústico
    07. Vento Sul
    08. Rosto Barbado
    09. Mi Hermoza
    10. Paisagem de Mariana
    11. Deixa o Mundo e o Sol Entrar



    Marcos Valle radicalizou de vez em Vento Sul, o disco mais experimental de sua carreira. Sambas psicodélicos invadiram o repertório, composto em uma aldeia hippie e gravado com integrantes do grupo O Terço. A temática das letras passeia por climas bucólicos, com muitas referências ao ar, à liberdade e à paz. Apesar disso, "Revolução Orgânica" abre o disco com guitarras pesadas e falando de morte. Depois é só calmaria. "Vôo Cego" poderia fazer parte do repertório mais espacial do Grateful Dead, enquanto "Deixa O Mundo E O Sol Entrar", um folk-rock de primeira, chega a emocionar.

    Ainda há canções mais inusitadas como "Rosto Barbado" e "Vento Sul", dois belos hinos hippies, a assustadora "Democústico" e a mezzo balada, mezzo hard-rock "Mi Hermoza", cantada quase toda em falsete.

    Vento Sul é um disco de rompimento com a música brasileira tradicional e assustou muita gente. Tornou-se de cara um clássico esquecido do rock brasileiro.

    Texto de Leonardo Bomfim, publicado no site The Freakium!.


    Fazer o download de Marcos Valle - Vento Sul (1972).

    Monday, May 29, 2006

    Ney Matogrosso - Ney Matogrosso (1975)




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    Faixas:
    01. Homem De Neanderthal
    02. O Corsário
    03. Pedra de Rio
    04. Açucar Candy
    05. Idade Do Ouro
    06. Bodas
    07. Barco Negro
    08. Cubanakan
    09. América do Sul



    Fazer o download de Ney Matogrosso - Ney Matogrosso (1975).

    Sunday, May 28, 2006

    Red Snakes - Trying To Be Someone (1970)




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    Faixas:
    01. Trying To Be Someone (open up your eyes)
    02. Please Come On and Hold Me
    03. Onie
    04. You Make Me a Fool
    05. Born Under a Bad Sign
    06. Welcome Me Love
    07. Slow Down
    08. I've Been Just a Little Boy
    09. Chest Fever
    10. Perhaps Someday
    11. Bye Bye Love



    Houve uma época, no Rio, em que os Red Snakes reinaram quase que absolutos no circuito de bailes do Grajaú, Tijuca e arredores. Nessa região da cidade, desfrutaram de fama equivalente, ou até mesmo superior, às duas bandas mais famosas de então: os Analfabitles, eternos rivais, e a energética The Bubbles. Mas, menos de um ano depois do lançamento do seu melhor disco, o terceiro e ótimo Trying To Be Someone (de 1969), e depois de uma rotina inalterada de shows ao longo dos cinco anos de sua existência, deram por finda a sua história.

    Tudo começou na casa dos irmãos Ronaldo e Renato Bakker. Era lá que se reuniam os amigos de rua, a rua Gurupi, localizada no arborizado e aprazível bairro do Grajaú, Zona Norte do Rio. Em meio às brincadeiras típicas da adolescência, quando falavam de música, o que era freqüente, o faziam com a seriedade de gente adulta. O universo musical era outro, não era apenas uma variante eventual daquelas brincadeiras de garoto de 10, 12 anos. Com o endosso dos pais, seu Godescardo e dona Iraci, cantores diletantes e apaixonados por música, os meninos decidiram formar um conjunto instrumental inspirados pelos norte-americanos Ventures e pelos brasileiros Jet Blacks. Foi quando surgiu o Red Snakes, liderado por Ronaldo, um menino de 12 anos de idade. Com ele na guitarra solo e bandolim, seu irmão Renato, quase dois anos mais novo, na guitarra ritmo, Hélcio José, no baixo, Ricardo, no órgão e escaleta, e Carlos Henrique, o mais velho de todos, com 14 anos, na bateria, os Red Snakes estavam prontos para estrear. 1966 estava apenas começando.

    Geraldo Trindade, dono de uma pequena gravadora, cujos discos eram vendidos principalmente através de catálogos enviados pelo correio, gostou da banda, que viu num desses shows, e a contratou para gravar um disco para a sua etiqueta, a Getrim. Numa única sessão, como se fosse ao vivo, sem direito a tomadas extras e muito menos overdubs, a banda registrou 12 temas instrumentais que perfizeram o seu primeiro LP, intitulado Jovem Brasa. Nele, o ouvinte se deparava, por exemplo, com temas de filmes (O Dólar Furado, Thunderball, Un Homme et Une Femme, Born Free), romantismo ( Temas Para Jovens Enamorados), música francesa ( T'En Vas Pas) e sucessos recentes como Winchester Cathedral, do New Vaudeville Band, e Bus Stop, dos ingleses The Hollies. Lançado em 1966, o disco retratava com fidelidade o momento musical vivido pelo grupo, estampado em foto, com uniforme e tudo, na contracapa do LP.

    Ainda que o disco tenha sido gravado às pressas, resulta evidente que os jovens músicos ainda careciam de amadurecimento. Mesmo assim, vendeu bem, tão bem que Geraldo Trindade os convocou novamente para registrarem outro LP, o que foi feito no ano seguinte, em 1967, quando Jovem Brasa 2 foi editado. Tal como o título, Jovem Brasa 2 é uma mera continuação do estilo empregado no primeiro disco, com a banda deslizando sua sonoridade através de canções românticas (Love Is A Many Splendored Thing, Tudo Morreu Quando Perdi Seu Amor), sucessos internacionais (Sunny, There's A Kind of Hush) e MPB ( Tributo À Martin Luther King). No entanto, pouco tempo após seu lançamento, a banda percebeu que já era hora de dar uma guinada à procura de um estilo mais condizente com o atual universo do pop/rock internacional. Afinal, "Sgt. Peppers", dos Beatles, já dera às caras, marcando o inicio de uma notável revolução musical da qual os Red Snakes queriam se aproximar. O primeiro passo foi reformular a própria banda: sairam o baterista Carlos Henrique, cujo estilo não agradava muito a Ronaldo, e o baixista Hélcio, e entraram Dirceu (baixo) e Antonilton (guitarra), passando Renato para a bateria. Em seguida, a providência imediata foi a de abandonar o velho estilo predominantemente instrumental, que já soava anacrônico, e explorar ainda mais canções à base de vocal, que eles pouco à pouco vinham inserindo em suas apresentações, com reforço de uma base sonora mais consistente. Então, ao lado de temas dos Beatles, Dave Clark Five, Herman's Hermits, entraram rocks mais pesados, até então evitados pelo grupo, extraídos dos discos do Steppenwolf, Rolling Stones e, mais tarde, até do power trio Cream, de Eric Clapton, Jack Bruce e Ginger Baker. Também incorporaram obras pouco conhecidas de gente como os Young Rascals e Brooklin Bridge. Quanto aos temas mais suaves, Mr. Diengly Sad, essa bela melodia dos Critters, era uma das mais constantes.

    E foi em 1969, ano de tremenda ebulição na carreira dos Red Snakes, que eles tiveram uma nova chance de gravar mais um LP, desta vez para a Equipe. Com sua última formação, que incluia Marcinho, nos teclados, em lugar de Maurício, os Red Snakes gravam o LP que viria a se chamar Trying To Be Someone nos estúdios Havaí, no bairro central da Saúde. Pela primeira vez a banda deixou escoar, através das fitas magnéticas, composições próprias. Foram cinco delas, todas de Álvaro, sendo uma em parceria com Dirceu e outra com Marcinho. E todas no idioma de Lennon & McCartney. Entre os covers, as velhas Slow Down (de Larry Williams) e Bye Bye Love (que os Everly Brothers tornaram famosa), a bela e desconhecida Onie, o blues pesado de Born Under A Bad Sign, e mais Chester Fever e Welcome My Love. Nesta última o destaque fica por conta do excelente vocal da banda que faz lembrar as melhores interpretações do Fifth Dimension, Association, Orpheus e grupos vocais da época do flower-power californiano.

    Gravado em quatro canais e usando o melhor em instrumentos musicais, incluindo um órgão Hammond B-3 acoplado em caixa Leslie, os Red Snakes fizeram um disco delicioso, caprichado, surpreendente e recheado de bons momentos, sobretudo quanto às composições originais. Com exceção de You Make Me A Fool, de Álvaro e Dirceu, um funk que mistura James Brown com Archie Bell and The Drells, com direito a riffs repetitivos de guitarra e baixo pulsante e firme, as demais (Trying To Be Someone, Please Come On And Hold Me, I've Been Just A Little Boy e Pehaps Someday, esta de Álvaro e Marcinho) são melodias bem cuidadas, envolventes, guiadas, como sempre, pelo excelente vocal da banda. Infelizmente, poucos conheceram o disco. Nem com a ajuda do eterno Big Boy, que elogiou o trabalho deles em seu programa, suas canções alcançaram a simpatia dos programadores de rádio, "sobretudo porque eram cantadas em inglês", diz Álvaro.

    Do LP, somente Trying To Be Someone e Pehaps Someday foram incorporadas aos shows, cada vez mais adornados de projeções psicodélicas.

    Texto de Nélio Rodrigues, publicado no site Senhor F.


    Fazer o download de Red Snakes - Trying To Be Someone (1970).

    Friday, May 19, 2006

    Quintal de Clorofila - O Mistério dos Quintais (1983)




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    Faixas:
    01. As Alamedas
    02. Jornada
    03. Drakkars
    04. Liverpool
    05. Gotas de Seresta
    06. Viver
    07. O Último Cigano
    08. Jardim das Delícias
    09. Balada da Ausência
    10. O Mistério dos Quintais


    Quintal de Clorofila foi um duo de folk psicodélico, formado pelos irmãos Dimitri e Negrende Arbo. Eles fizeram parte do cernário folk gaúcho que se iniciou no final dos anos 1970, com grupos como Os Tápes, Almôndegas, Utopia e Grupo Terra Viva, e se extendeu aos anos 1980, com grupos como Tambo do Bando e Couro, Cordas e Cantos. Quintal de Clorofila é um dos poucos que chegaram a gravar um álbum, lançado pelo selo independente Bobby Som em 1983. Para esse LP, o grupo gravou composições próprias com letras do irmão deles, o poeta Antonio Calos Arbo. Nas palavras do próprio Dimitri Arbo, o som deles misturava jazz, rock, música medieval e ritmos africanos orientais e latinos, no que ele chama "Rock Viking". Com certeza é uma musica complexa, com uma tremenda profundidade e inspiracão abundante, o que se evidencia ao longo de todas as faixas bastante atmosféricas do álbum.

    Texto adaptado de http://www.midheaven.com/artists/quintal.de.clorofila.html

    Fazer o download de Quintal de Clorofila - O Mistério dos Quintais (1983).

    Marinho Castellar - Marinho Castellar (1980)




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    Faixas:
    01. Beira Rio
    02. Pedra
    03. Poronduba
    04. Arco - Íris
    05. Terra de Ninguém
    06. Verde Clara
    07. Paínha
    08. Pelo Amor, Meu Amor
    09. Atenção
    10. Chora Neném
    11. Papagaio e Holofote



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    Alcides Neves - Tempo de Fratura (1979)




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    Faixas:
    01. Tempo de Fratura
    02. Desencontro das Águas
    03. Lampião
    04. Hibernante in Tempore
    05. Tango
    06. Banquete na Casa de Pedra
    07. O Trem
    08. Urubuzalê
    09. Aventuras de um Luso-tropical
    10. Los Invasores
    11. Desen(fado)


    Logo fica claro que trata-se de um artista disposto a trabalhar com sonoridades diferentes e experimentais, como na faixa-título. Porém esse primeiro impacto, que bem pode espantar alguns, é quebrado em seguida pela bela Desencontro das Águas, que vai ser ouvida com especial carinho pelos paulistas.

    Lampião sem dúvida é uma das formas mais belas e poéticas de tratar o famoso guerrilheiro do sertão. Destrinchando sistematicante a construção do mito, que começa com "mais de 700 cavaleiros" que invadiram o mundo inteiro até chegar a "100 ou 50 nas quebradas do sertão"... Afinal, como é cantado, "Não é mentira não", é cultura!

    Já com Hibernante in Tempore voltamos com sonoridades (e, no caso, letras) mais difíceis, mas nem por isso menos prazerosas de se ouvir, desde que com a cabeça aberta, claro. Destaca-se o irônico "Deus nasceu na Ámerica"...

    Tango, belíssima composição, bem poderia ser o possível hino de uma América Latina (ou Batida?) unida - e derrotada.

    Banquete na casa de pedra é uma canção que soa muito diferente do resto do álbum, mas mesmo assim é muito boa. A letra se destaca.

    O Trem, mais uma música de um tema tão forte para nossa cultura, sobre o qual já cantaram Raul Seixas, Gonzaguinha, Mercado de Peixe, entre outros. Desnecessário ressaltar a originalidade da música, captando tanto a força quanto a melancolia de um "trem velho" que chega na estação vazia, aliás "não tinha nem estação não senhor"...

    Urubuzalê é sem dúvida a mais experimental do álbum, e pelo menos eu demorei um pouco a gostar dela. Parece uma mistura de poesia concreta com Arrigo Barnabé.

    Aventuras de um Luso-Tropical tem uma grande pompa e imponência. Devo confessar particular apreço pelos metais meio desencotrados dessa música, além da encantadora letra, na verdade uma carta de D. Pedro II a seu pai. "Napoleão das Antas" é simplesmente genial.

    Los Invasores tem um arranjo vigoroso e inventivo, com uso intenso de flautas doces - muito bem utilizadas.

    Finalmente, Desen(fado) tem um peso, uma agressividade que contrasta com sua letra singela. Sem dúvida uma das melhores músicas do álbum, para fechar com chave de ouro.

    Em suma, vale a pena ouvir e tirar suas próprias conclusões sobre um grande artista, que infelizmente não vem recebendo a devida atenção.

    Texto originalmente publicado no blog Na Garrafa e gentilmente cedido pelo Corsário Viajante

    Fazer o download de Alcides Neves - Tempo de Fratura (1979).

    Thursday, May 11, 2006

    O Bando - O Bando (1969)




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    Faixas:
    01. ...E assim falava Mefistófeles
    02. Fossa Boboca
    03. Que Maravilha
    04. Disparada
    05. Vou Buscar você
    06. Sala de Espera
    07. Alegria - Alegria
    08. Quem Sabe
    09. Pela Rua da Praia
    10. Esmagando Sua Sorte
    11. Longe do Tempo


    No frenesi da Jovem Guarda, em 1965, Os Malucos - Diógenes Burani, (bateria), Paul de Castro, (guitarras e voz), Américo Issa, (guitarras e voz), Emilio Carrera, (órgão e piano), Rodolpho Grani,(baixo e voz) e Marisa Fossa, (voz principal) – apresentavam-se semanalmente nos lugares da moda, como o restaurante O Beco e a boate Urso Branco. Essa última casa recebia um evento patrocinado pela Coca Cola. Por intermédio do empresário Teo de Barros, (não confundir com o compositor), Os Malucos conseguiram lugar no evento ao lado de “Ronaldo Lark e os Versáteis”. O êxito na Urso Branco proporcionou uma excursão através da América do Sul e dois meses na Venezuela. Em Caracas, os garotos gravaram dezesseis programas de TV na principal emissora local, um deles acompanhando a atriz-cantora Sarita Montiel. “Chegando lá ficamos encantados com a salsa e outros ritmos locais. Ali pintou a idéia de colocar outro percussionista no grupo”, conta o baterista Diógenes.

    Novamente em São Paulo, passaram a se chamar O Bando. O baterista Dudu Portes, amigo de Emilio, logo abandonou o programa televisivo O Fino da Bossa, apresentado por Jair Rodrigues e Elis Regina, para integrar a primeira banda brasileira com dois bateristas. O pioneirismo desses jovens músicos não parava aí: faziam um som bem arrojado dentro dos padrões psicodélicos, e, assim como os Beat Boys e Os Mutantes, eram sempre convocados a tomar parte no tropicalismo. Sob a égide e proteção de Solano Ribeiro, grande mentor da banda, conseguiram um contrato com Phillips do Brasil. André Midani apaixonou-se pelo som deles e, em busca de servir o mercado aberto pelos Mutantes, adicionou O Bando no cast da gravadora, colocando à inteira disposição deles os maestros Júlio Medaglia, Damiano Cozzela e Rogério Duprat. com a contemporaneidade do rock uniu a academia à tradição da garagem: “Não tinha pra ninguém... nós e Os Mutantes éramos os tais!”.

    Em 1969, bem à vontade, entraram no estúdio Scatena para registrar o primeiro disco do grupo. Trabalhar com os maestros possibilitou o acúmulo de grande conhecimento na área de arranjos e orquestração. Para Diógenes, os maestros assumiam o papel de intérpretes: “A gente bolava os arranjos e eles traduziam nossa linguagem de cabeludos doidos ao pessoal da gravadora”. Em oito canais gravaram um disco com apoio o esmerado dos regentes. Elaboradas partes de cordas e metais pintam em vivas cores, sob o signo tropicalista, músicas do cancioneiro popular como “Disparada” e “Quem Sabe”, composições do grupo, de Caetano Veloso e a primeira e definitiva versão de “Que Maravilha”, música de Jorge Ben, com a qual O Bando concorreu no Festival da TV Tupi, conquistando o primeiro lugar.

    Rio Grande

    Muitas foram as incursões do Bando pelo sul do Brasil. Levados pelo Centro Acadêmico de Arquitetura da UFRGS, granjearam muitos fãns em Festivais nos Pampas. Nesse período conheceram os compositores Hermes Aquino e Laíz Marques. No Festival Universitário da Musica Popular Brasileira, em 1969, onde apresentaram-se Zé Rodrix, Danilo Caymmi e O Som Imaginário, O Bando defendeu “Pela Rua da Praia”, da dupla gaúcha Hermes e Laíz, e receberam um indesejado segundo lugar: “Só não vencemos porque éramos paulistas”. Com a agenda lotada, o Bando passou boa parte do ano de 69 viajando. No verão, arrendavam a boate Barbarela em Ubatuba, fazendo boa temporada e descansando. A “rotina era praia, ensaioe show”, lembrança de Diógenes.

    Além da vida de rocker californiano, o grupo fez aparições nos programas televisivos de Wilson Simonal e no Jovem Guarda, de Roberto Carlos. O grande mérito pós-disco veio com a participação na peça teatral O Plug, espetáculo multimídia, com representações de tipo teatral, filme underground, audiofotonovela com participação de Décio Pignatari, Duprat e Grupo OEL. Entre colunas romanas, versos e os mais absurdos happenings, o Bando mostrava todo o seu balanço. A pesada sessão rítmica retumbava tal qual uma barulhenta sinfonia de Beethoven ou Berlioz. Com suas câmeras desbundadas, Rogério Sganzerla registra tudo. Era o ano de 1972, já próximo do crepúsculo da banda.

    O fim do Bando foi uma conseqüência natural dos rumos musicais que cada integrante seguiu. A experiência com os maestros tropicalistas, produtores e empresários em uma época de franca expansão da indústria do disco no Brasil, proporcionou aos integrantes d’O Bando excelentes contatos profissionais, que acabou por direcioná-los para diversos caminhos o.

    Texto de Lucas Rodrigues de Campos e André Mainardi publicado no jornal Coletivo sÓ.

    Fazer o download de O Bando - O Bando (1969).

    Monday, April 24, 2006

    Os Baobás - Baobás (1968)




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    Faixas:
    01. Night in White Satin
    02. Hello I Love You
    03. Undecided Man
    04. Sunny Afternoon
    05. Tonite
    06. I Love You
    07. Orange Skies
    08. Baby Come Back
    09. Hey Joe
    10. Well Respected Man
    11. Got to Say Goodbye
    12. The Dock of The Bay



    Um disco basicamente de covers, que devido ao mistério em torno da história da banda levou muita gente aos sebos do país atrás de uma cópia do lp. Aquela capa colorida, apenas com o nome da banda em vermelho (sem o "Os"), no entanto, fez a alegria de poucos. Gravado por um selo pequeno - Mocambo/Rozenblit - em 1968, o álbum é uma das maiores raridades da discografia nacional.

    A história recontada dos Baobás tem seu ponto alto na presença entre seus integrantes do atual produtor e ex-baixista dos Mutantes, Arnolpho Lima Filho, o Liminha. Aliás, com uma passagem meteórica pela banda, pois participa do único álbum por tabela: ele gravou apenas o compacto com "Ligth My Fire (Doors) e Tonite (Guga, cantor da banda), esta última presente no lp. Liminha, que aparece na capa do compacto, é geralmente confundido fisicamente com o também baixista Nescau, presente na foto do lp.

    A história inteira da banda, que desembocou na gravação desse álbum, começa com a beatlemania, quando adotaram o nome de Rubber Souls, e participavam de programas de televisão na capital paulista. Em 1966, estrearam com o compacto Pintada de Preto (Painted It Black, dos Rolling Stones)/Bye Bye My Darling (deles), ao qual seguiram-se mais quatro disquinhos, entre eles Happy Together (Turtles) e Down Down, um punk na linha "nuggets", de autoria do ex-O'Seis (o pré-Mutantes), Rafael Vilardi, então membro da banda.

    A primeira e original formação do grupo contava com Ricardo Contins (guitarra), Jorge Pagura (bateria), Carlos (baixo), Renato (guitarra solo) e Arquimedes (pandeiro). Mas pela banda ainda passaram, além dos já citados, Tito, Tuca (ex-Lunáticos, depois Beatniks, Galaxies e Sunday), Guga, Calia e Tico Terpins (depois Joelho de Porco). Do disco, participam (da esquerda para a direita na foto da capa): Tuca, Nescau, Guga, Calia, Tico Terpins e Pagura.

    O repertório do álbum é um mergulho na clássica e importada psicodelia da época, incluindo covers para Doors ("Hello, I Love You"), Love ("Orange Skies") e Kinks ("Well, Respected Man"). Em suas doze faixas, ainda rolam hits do momento ("The Dock Of The Bay" - Otis Redding), standars como "Hey Joe" (Jimi Hendrix) e duas interessantes composições próprias - "Tonite" e "Got To Say Goodbye" (do guitarrista Tuca), ambas cantadas em inglês. Com boa qualidade instrumental, o disco sofre um problema de prensagem, responsável por uma espécie de chiado de fundo, que não chega a atrapalhar a audição.

    O nome Baobás - árvore gigante e frondosa da África - retirado do livro "O Pequeno Princípe", foi sugestão de Ronnie Von, que também batizou os Mutantes. Além do padrinho, com quem gravou um compacto ("Menina Azul", em 67), o grupo também acompanhou Caetano Veloso pós-Alegria Alegria em programas de televisão e shows, substituindo os Beat Boys. Clássica banda de garagem, com as conhecidas exceções, a maioria dos integrantes virou os anos setenta nas universidades, de onde saíram médicos, dentistas e empresários.

    Texto de Fernando Rosa, publicado no site Senhor F.

    Fazer o download de Os Baobás - Baobás (1968).

    Assim Assado - Assim Assado (1974)




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    Faixas:
    01. Viva Crioula
    02. Na Boca da Estrada
    03. Até
    04. Sombras
    05. Morena
    06. Pedaços
    07. Amarelo Cinza
    08. Rock Blue
    09. Sol, Sal, Sol Tropical
    10. Lunática


    O nome da banda e a capa do disco revelam explicitamente a influência: Secos e Molhados. Investindo na androgenia, no rock progressivo e no samba-soul, Assim Assado tentou ser uma resposta da pequena Companhia Industrial de Discos ao enorme sucesso que os Secos e Molhados faziam junto ao público jovem. Liderado por Miguel de Deus (ex-Brazões), que assina a maioria das composições e assume a guitarra e os vocais, o grupo nunca chegou a decolar, deixando apenas esse único disco, hoje quase esquecido. Curiosidade: em 1977 Miguel de Deus cai de cabeça no funk, lançando o bastante interessante (e raro) "Black Soul Brothers".

    Leia mais sobre a carreira de Miguel de Deus em http://www.freakium.com/edicao5_migueldedeus.htm


    Fazer o download de Assim Assado - Assim Assado (1974).

    Saturday, April 22, 2006

    Secos e Molhados - Ao Vivo no Maracanãzinho (1974)




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    Faixas:
    01. As Andorinhas
    02. Rosa de Hiroshima
    03. Instrumental
    04. Mulher Barriguda
    05. Primavera nos Dentes
    06. El Rey
    07. Toada & Rock & Mambo & Tango etc
    08. Fala
    09. Assim Assado
    10. Instrumental II
    11. O Vira


    Disco gravado ao vivo no ginásio do Maracanãzinho, em 1974, em um especial para a TV Globo.


    Fazer o download de Secos e Molhados - Ao Vivo no Maracanãzinho (1974).

    Friday, April 21, 2006

    Matuskela - Matuskela (1973)




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    Faixas:
    01. Idade do Louco
    02. Canto
    03. Uma Sopa de Saudade
    04. A Morte da Morte
    05. Viver Mama
    06. Maria Pureza
    07. Atrás da cortina
    08. Uma Maneira de viver
    09. Trapo Humano
    10. Raízes
    11. Cavalgada
    12. A Gente Tem Que Ter
    13. Suza Suzana



    Grupo brasiliense composto por Anapolino (Lino), Toninho Terra, Joãozinho, Rodolfo, Machado e Onildo. Duraram exatos 14 anos (de 1966 até 1980), neste tempo eles ensaivam no Núcleo Bandeirante, a conhecida Cidade livre. Filhos de pioneiros vindos de Goiânia, Minas e Recife eles eram conhecidos como a melhor representação musical de Brasília e causavam sensações principalmente nas festas de formatura e apresentações nas matinês em Taguatinga, Sobradinho, Setor de Clubes, Gama entre outras. Na mesma época eram concorrentes da banda os conjuntos: Élson Sete Raulino e Super Som 2000.

    A banda fez grande sucesso local no início dos anos setenta. Criada na cidade de Brasília em 1966 por Anapolino, Rodolvo e Joãozinho. Gravaram um compacto, em 1972, com o hit Suza Suzana e, depois, um LP chamado Matuskela, pelo selo Chantecler. Intitulado apenas Matuskela, o LP é marcado pela sonoridade folk-psicodélica, destacando-se a canção A Idade do Louco (Velho Demais), de Zeca Bahia e Clodo.

    A Banda Matuskela ganhou o 2° festival universitário do CEUB em 1972, ficando em 1° e 2° lugar. Em primeiro lugar com a música “Placa Luminosa” (música de Clodo e Zeca Bahia) em segundo lugar com a música “Sino sinal aberto”. Neste mesmo festival a banda levou o prêmio de melhor arranjo música e melhor interprete.

    A banda fez várias turnês pelo Brasil com seus bailes e shows, ainda mais depois que a música “Velho Demais” foi trilha sonora da novela global Sem Lenço e Sem Documento. Neste período o Matuskela morava na capital paulista.

    Texto extraído do Site oficial da banda.

    Fazer o download de Matuskela - Matuskela (1973).

    Wednesday, April 05, 2006

    Bango - Bango (1971)




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    Faixas:
    01. Inferno no Mundo
    02. Mas Senti
    03. Rollin' Like a Boat
    04. Motor Maravilha
    05. Marta, Zeca, o Prefeito, o Padre, o Doutor e Eu
    06. Rock Dream
    07. Geninha
    08. Only
    09. Vou Caminhar
    10. Ode to Billy



    O grupo Bango gravou apenas um disco, no início dos anos setenta, para logo em seguida dissolver-se. Integravam o Bango os músicos Fernandinho (guitarra solo), Elydio (baixo), Roosevelt (piano e orgão), Max (bateria) e Aramis (guitarra, violão e vocais), egressos dos Canibais. O disco do Bango foi originalmente lançado pela gravadora brasileira Musidisc.

    O som da banda é um mix de Mutantes, hard rock e progressivo, com forte presença de fuzz-guitars, teclados (órgão, especialmente) e vocais em português e inglês. Com qualidade internacional, o disco contém um variado repertório, com rock pesado, rock rural à la '2001', dos já citados Mutantes, e canções pop.

    Os destaques do disco são as faixas ‘Inferno no Mundo’ (fuzz-guitars no talo), ‘Rolling Like a Boat’ (um rock & boogie, com tecladinhos garageiros), ‘Motor Maravilha’ (a mais forte influência dos irmãos Baptista) e ‘Rock Dream’ (hard pesadão, com vocais agudos e berrados). Na última faixa, ‘Ode To Billy’, um solo de bateria toma um bom tempo da música e do disco.

    Inédito em CD no Brasil, o disco foi relançando em vinil na Alemanha, pelo selo Shadocks, com sede em Berlim.

    Texto de Fernando Rosa, publicado no site Senhor F.


    Este é um capítulo especial na nossa carreira. Nesta época, depois dos grandes festivais como Woodstock o cenário do pop-rock virou do avesso!

    Nós estávamos em estúdio começando a gravar mais um Lp dos Canibais, quando notamos que as coisas que estávamos gravando já não estavam mais batendo com o que o nosso público esperava, tendo em vista o repertório que estávamos apresentando em nossos shows, e o que estava rolando então na mídia em geral.

    Já estavam acontecendo lá fora Jimi Hendrix, Janis Joplin, Humple Pie, a ópera-Rock Tommy, Crosby Stills Nash & Young, Black Sabath, Led Zeppelin, Emerson Lake and Palmer, Yes!! Nossa cabeça havia mudado, mas o mercado ainda não...

    Bandas como Mutantes, Som Imaginário, Som Nosso de Cada Dia, O Terço, Liverpool Sound, A Bolha etc, já estavam em evidência e nós estávamos evidentemente transmutando também. Daí veio a sugestão do Nilo Sergio, presidente da Musidisc, de tentarmos uma mudança radical no nome e na aparência da banda. Daí a BANGO.

    Nos fechamos no mesmo estúdio da Musidisc pesquisando, compondo e criando uma nova sonoridade que fosse mais condizente com tudo o que estava rolando e finalizamos escolhendo estas dez faixas, todas de nossa autoria, que ia de um rock pesado até coisas românticas, com era normal na ocasião. Desta vez, devido á necessidade de dobras de instrumentos e vocais, gravamos com mais do que os quatro canais originais usando o recurso de redução de canais para livrar as pistas para as novas gravações.

    O resultado foi excelente como gravação, interpretação e arranjos, mas comercialmente não alcançou a nossa expectativa e só recentemente se tornou reconhecido como uma raridade "cult" do rock "psicodélico" brasileiro a partir de uma reportagem do Fernando Rosa para a revista Bizz. Hoje este trabalho é vendido em sites da Alemanha, Itália e Inglaterra, consta em diversos livros de raridades mundiais e tem a admiração de grande parcela da nova geração.

    A capa de autoria do Luiz Peçanha, traz uma arte feita em cima de fotos nossas que exprime exatamente o espírito do rock que imprimimos a este trabalho.

    Nesta gravação já contávamos com instrumentos e equipamentos importados.

    Fernadinho usou uma guitarra Fender 61, amps Super Tremendão e Fender , distorcedor e Wah-wah Hoffner. O Elydio usava um baixo Hoffner com amps Super Thunder Sound e Fender, O Roosevelt usou órgão Hammond B3 com caixa Leslie e piano acústico meia cauda, Aramis, lead vocal, usava violão acústico folk Del Vecchio e guitarra Super Sonic Giannini e amp True Reverber e o Max, uma bateria Premier comprada do Johnny, antigo baterista da Bolha.

    Nesta ocasião fomos chamados pela TV Globo, através do Ronaldo Curi, para nos apresentarmos na Festa das Olimpíadas do Exército realizada no Minas Tênis Clube em Belo Horizonte, ao lado de bandas como Mutantes e Liverpool Sound. Este programa foi gravado e transmitido posteriormente para todo o país.

    Destaque especial para dois shows que fizemos no Rio, com a banda internacional Christie (Yellow River) no Bonsucesso F. Clube e Esporte Clube Mackenzie.

    Texto de Aramis Barros, extraído do site oficial da banda Os Canibais.

    Fazer o download de Bango - Bango (1971).

    Friday, March 31, 2006

    Manduka - Manduka (aka Brasil 1500) (1972)




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    Faixas:
    01. Brasil 1500
    02. Entra Y Sale
    03. Naranjita
    04. De La Tierra
    05. Patria Amada Idolatrada Salve Salve
    06. Oiticumana
    07. De Un Extranjero
    08. Qué Dirá El Santo Padre



    Nasceu irremediavelmente poeta. Aos quatro anos de idade, uma tia levava-o em passeio por Copacabana quando ele saltou de sua inocência e perguntou a queima roupa, para o terno espanto dela, se o mar ficava ali de noite, e como a resposta fosse afirmativa tornou a indagar "e fazendo o quê, esperando o sol para se esquentar?". Era assim Manduka, falecido na semana que passou, ainda na força e na inspiração de seus cinqüenta e três anos bem vividos, deixando inconsoláveis seu pai o poeta Thiago de Mello, de quem herdara a veia lírica e a alma de artista, e a mãe, a jornalista Pomona Politis, que lhe passou o ardente sangue grego. Manduka era carinhoso apelido de família. Na verdade, chamava-se Manuel, em homenagem ao padrinho, o vate nacional Manuel Bandeira, íntimo amigo de Thiago, que celebrizou o menino logo ao nascer com um poema em seu Mafuá de Malungo.

    Criou-se assim, tropeçando nas pernas de poetas, escritores e boêmios, a movimentada fauna na qual o pai também pontificava no Rio de Janeiro dos anos 50. Ainda muito pequeno acompanhou Thiago em suas andanças pelo mundo, passando longa temporada no Chile, onde simplesmente cruzou com um dos maiores mitos da nossa América: morou nada menos do que numa das vivendas de Pablo Neruda, privando da amizade e do carinho do poeta já consagrado e agraciado com o prêmio Nobel. Nos jardins da quinta, o grande Neruda, bem ao seu estilo, fazia o seu show matinal para o pequeno alumbrado, tirando dos bolsos, em passes de mágica, objetos fascinantes ("Mira, Manolito...") como pássaros, conchas do mar, brinquedos de corda e fantoches, que manipulava com a graça infantil de clown de circo. Enfim, um mundo encantado que nos faz logo pensar num filme que bem poderia se chamar O Menino e o Poeta, parafraseando a inesquecível obra de Skármeta.

    Ungido e crismado nesse clima, desde o nascedouro estava Manduka fadado a trilhar uma carreira de artista. E decidiu-se cedo pela música, como poderia ter enveredado pelo desenho e a pintura, que só tardiamente abraçou, na década de 90, quando o conheci. Mas foi como compositor e letrista que se lançou e brilhou, trabalhando com o Geraldo Vandré da última fase e depois com Dominguinhos, com quem fez a conhecida "Quem Me Levará Sou Eu", que, recebida calorosamente, conquistou a láurea principal num festival da TV Tupi. Isso num tempo em que os festivais consagravam nomes como Chico Buarque e Caetano Veloso. Suas derradeiras parcerias em música se deram já na sua fase brasiliense, com o também poeta e jornalista Luís Turiba; e nos últimos meses preparava com os irmãos chargistas Paulo e Chico Caruso um show em grande estilo, que o traria de volta aos palcos do Rio de Janeiro.

    No bar da livraria Presença, chamava-me a atenção aquela figura meio sobre o bizarro, tirada a Anthony Quinn, lembrando o grego Zorba, óculos escuros e barba hirsuta. Bebericava o seu Martini sempre solitário, na verdade só de puro charme e figuração para esconder a timidez e um temperamento até certo ponto arredio, como pude concluir depois. Um dia em que se excedera nos drinks mostrou-se em todo o seu talento histriônico: assisti então a uma sua imitação absolutamente mediúnica de Manuel Bandeira, dizendo com certeira sensibilidade o "Evocação do Recife", com a mesma voz cavernosa de tuberculoso profissional, tão minha conhecida do antigo disco Festa. Entrei na roda e no papo e de repente era como se fôssemos amigos há trezentos anos e selamos ali uma amizade para toda vida.

    Depois fiz para Manduka e com sua mulher, a bela Valéria a quem ele chamava ternamente de "garça morena" um longo clip filmado nos picos rochosos dos Pireneus goianos, que virou peça de resistência do seu show Zum-Zum, com o qual fez uma cruzada de norte a sul do Brasil, tocando, cantando e conversando com os universitários. Por último, já morando em Petrópolis, onde se tornou parceiro de Alceu Valença na escrita de uma ópera popular para o cinema, começou a trabalhar também na trilha sonora do meu filme O Engenho de Zé Lins, sobre o romancista José Lins do Rego que quase conheceu, pois o autor de Fogo Morto morreu nos braços de Thiago de Mello, seu maior amigo e confidente.

    Agora a cena é outra mas trata também da passagem desta para a melhor, como dizem. Vejo Manuel Bandeira, em meio aos querubins, recebendo o afilhado, enlaçando-o numa nuvem e beijando-o afetuoso com sua proverbial dentuça. Ao fundo sua voz ressoa cava e doce, dizendo o poema do batismo de Manduka, ao dedicar aos seus pais o livro Opus 10 de sua lavra: "A Thiago e Pomona ofereço/ Meu Opus 10, exemplar A/ E com este voto ofereço:/ Deus bem-fade a vida em começo/ Do opus 1 deles, meu xará./ - Meu imprevisível xará".

    Texto de Vladimir Carvalho, cineasta.

    Discografia
    • Brasil 1500 (1972) IRT/ILS (Chile) LP
    • Manduka (1974) CBS (Argentina) LP
    • Manduka e Naná Vasconcelos (1975) Le Chant du Monde (França) LP
    • Brasil (1976) Edigsa (Espanha) LP
    • Caravana (1978) Le Chant du Monde (França) LP
    • Los sueños de America. Manduka e Los Jaivas (1978) Movieplay (Espanha) LP
    • Manduka (1979) CBS LP
    • Sétima vida. Manduka e Pablo Milanês (1986) Egrem (Cuba)/Polydor (México) LP
    • Eterna (1986) Independente (México) LP
    • Os estatutos do homem. Manduka e Thiago de Mello (1989) Edições Paulinas LP
    • Terceira asa (1996) Independente CD

    Fazer o download de Manduka - Manduka (1972).

    Thursday, March 30, 2006

    Marconi Notaro - No Sub Reino dos Metazoários (1973)



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    Faixas:
    01. Desmantelado
    02. Ah Vida Ávida
    03. Fidelidade
    04. Maracatú
    05. Made in PB
    06. Antropológica
    07. Antropológica ii
    08. Sinfonia em Ré
    09. Não Tenho Imaginação pra Mudar de Mulher
    10. Ode a Satwa



    O LP 'No Sub Reino dos Metazoários', de Marconi Notaro, é dos expoentes da cena psicodélica nordestina. Lançado em 1973, enquadra-se na linha de obras como os discos de Lula Côrtes & Lailson - 'Paebirú' e 'Satwa', clássicos da psicodelia nacional.

    Ultra-psicodélico em alguns momentos, o disco abre com o samba 'Desmantelado' (composto por Notari em 1968, "nos áureos tempos do Teatro Popular do Nordeste), com o regional formado por Notari, Robertinho de Recife, Zé Ramalho e Lula, entre outros. A segunda faixa, 'Ah Vida Ávida', com 'Notaro jogando água na cacimba de Itamaracá', mais Lula na 'cítara popular' e Zé Ramalho na viola indicam o que vem a seguir, um misto de alucinada psicodelia com pinceladas da mais singela música popular, como o frevinho 'Fidelidade' (... "permaneço fiel às minhas origens, filho de Deus, sobrinho de Satã" ...).

    O momento mais radical disco álbum é a quinta faixa, 'Made in PB', parceria de Notaro com Zé Ramalho, um rockaço clássico, destacando a guitarra distorcida de Robertinho de Recife e efeitos de eco. As músicas 'Antropológicas 1' e 'Antropológica 2', como a maioria das outras canções, são improvisos de estúdio, reunindo os músicos já citados, com ótimo resultado sonoro e poético.

    Com produção do pessoal do grupo multimídia de Lula Côrtes e sua mulher Kátia Mesel, o disco foi gravado nos estúdio da TV Universitária de Recife e da gravadora Rozenblit, também na capital pernambucana. A capa é um desenho de Lula Côrtes, tão chapado esteticamente quanto o som que o tosco papelão embalava, com uma foto de Marconi Notaro no centro, com o rosto dividido entre a capa frontal e a contracapa.

    O álbum, infelizmente, como a maioria do catálogo da Rozenblit permanece inédito, esperando uma cuidada reedição oficial. O LP original é praticamente impossível de ser encontrado, mas uma ótima cópia em CDr já circula no universo de colecionadores.

    Texto de Fernando Rosa, publicado no site Senhor F.


    Fazer o download de Marconi Notaro - No Sub Reino dos Metazoários (1973).

    Guilherme Lamounier - Guilherme Lamounier (1973)




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    Faixas:
    01. Mini Neila
    02. GB em Alto Relevo
    03. Patrícia
    04. Telhados do Mundo
    05. Freedom
    06. Capitão de Papel
    07. Amanha Não Sei
    08. Será que Eu Pus um Grilo na sua Cabeça?
    09. Passam Anos, Passam Anas
    10. Cabeça Feita



    O COMPOSITOR CARIOCA Guilherme Lamounier é um nome tão pouco lembrado que nem teve tempo de se tornar uma "lenda" - raras vezes seu nome foi mencionado em revistas de música e o disco em questão seria bem pouco citado, apesar de ser uma obra-prima do pop nacional. Seus maiores sucessos, "Enrosca" e "Seu melhor amigo", foram eternizados por um cantor cujo nome já afasta fâs de pop-rock: Fábio Jr. ("Enrosca" também foi gravado por... bem... Sandy & Junior). Seu papel durante os anos 70 acabou restrito, em vários momentos, aos bastidores - ele compôs outras inúmeras canções, numa linha que trafegava entre o rock, a MPB e a soul music nativa, que acabariam gravadas por Zizi Possi, Rosa Maria, Roupa Nova, Frenéticas, Jane Duboc e outros. Também responsabilizou-se por vários temas de novelas globais, além de trabalhar ao lado da dupla Robson Jorge & Lincoln Olivetti em várias empreitadas.

    Guilherme vinha de família de músicos: o avô, Gastão Lamounier, era compositor e o primo, Gastão Lamounier Junior, também tornou-se compositor e músico, trabalhando com Erasmo Carlos, Banda Black Rio, grupo Karma e vários outros ("Tem que ser agora", gravada por Pedro Mariano em 2000, é de Gastão e Luiz Mendes Junior). Outro primo famoso era Ricardo Lamounier, DJ da boate setentista New York City Discothéque. Antes de Guilherme Lamounier, Guilherme já havia gravado um outro disco, hoje também obscuro, pela Odeon - lançado em 1970 com produção de Carlos Imperial e participação de Dom Salvador e Maestro Cipó, o disco é definido por um site de venda de discos raros como "uma versão crua e rude de Wilson Simonal", contendo "funks pesados" como "Cristina" e "A casa onde ela mora". O álbum de 1973, um dos raros discos nacionais lançados pelo selo Atco, da WEA - que era representada no Brasil pela Continental, durante os anos 70 - pode ser definido como um feliz encontro entre folk, pop, rock (pesado em alguns momentos) e o acento soul que marcaria praticamente tudo feito por Guilherme. Era uma coleção de 10 belas melodias que, ouvidas hoje, dão pena por quase não terem freqüentado as rádios. De lá para cá, este disco jamais seria reeditado.

    Guilherme Lamounier foi fruto de uma parceria entre o cantor e Tibério Gaspar, que assinou as letras de todas as músicas - as fotos do encarte, sempre trazendo a dupla, dão a entender que Tibério, mais conhecido por suas parcerias com Antonio Adolfo ("Sá Marina", "Juliana") foi fundamental para o desenvolvimento do álbum. Tocado ao violão e ao piano, com discretas guitarras, o disco abria com uma balada quase Beatle, "Mini-Neila". A melodia, de matar Noel Gallagher de inveja, era acentuada pelo belo arranjo de cordas - creditado, no encarte, a um tal de Luiz Claudio - e completada por um belo refrão, um dos melhores do disco. Depois vinha o som folk e viajante de "GB em alto relevo", uma melodia cheia de surpresas e de acordes escondidos, que mostram a excelência de Lamounier como artesão pop. "Patrícia", outra balada folk, entra no álbum lembrando Lô Borges e traz uma letra cheia de imagens fortes, sexuais. "Os telhados do mundo" é quase progressiva, trazendo percussão, efeitos sonoros, guitarras, órgão e uma letra psicodélica, libertária ("não me interessa saber o que vocês pensam de mim por aí/só interessa saber quem sou ou o que não sou por aqui"). Todas as letras do álbum oscilavam entre o romantismo e uma espécie temática jovem dos anos 70, com imagens de teor quase hippie.

    Bem distante do tal "Wilson Simonal cru" do primeiro disco, Guilherme cantava de uma forma quase black, alternando tons rockeiros com vocais roucos e gritados, lembrando por vezes uma versão carioca de Arnaldo Baptista (com quem até se parecia fisicamente). Esse modo de cantar aparecia em músicas como "Freedom", soul acústico pesadíssimo, com linhas de baixo vigorosas e um forte trabalho de metais, quase lembrando uma trilha de filme. Ou mesmo em "Cabeça feita", hard rock doidaralhaço que, dois anos depois, seria gravado pelo grupo carioca O Peso - e que fechava o disco com guitarras na cara do ouvinte e uma letra bandeirosa e libertária. O disco ainda trazia baladas com um pé no soul, como "Capitão de papel" (cuja letra, bem anos 70, citava personagens de histórias em quadrinhos) e a belíssima "Amanhã não sei", conduzida por violão, piano e órgão Hammond e explodindo em um forte arranjo de cordas no final. Completando, ainda havia a curiosa "Será que eu pus um grilo na sua cabeça?" - balada hippie com letra bucólica e romântica, que não citava em momento algum o longo nome da música - e a balada hard "Passam anos, passam anas", seis minutos de fazer os Black Crowes roerem os cotovelos de inveja (a música até lembra um pouco "Descending", do Amorica).

    Na época de Guilherme Lamounier, o cantor já colaborava com músicas para trilhas de novelas - ele já havia gravado, na onda dos cantores brazucas que pagavam de inglês, o tema "What greater gift could there be" para a novela global O homem que deve morrer. Continuou assinando outros temas, como a disco-track sacana "Requebra que eu curto" (O pulo do gato, 1978) e até mesmo "Enrosca", cuja versão original era um pop-rock pesadinho (da novela Locomotivas, 1977). Guilherme também escreveu músicas para filmes dos anos 70, como a pornochanchada Cada um dá o que tem (de Carlo Mossy). Sua carreira discográfica é que permaneceu no pára-e-anda por um belo tempo. Ainda na Continental, Guilherme lançou um single com "Vai atrás da vida (que ela te espera)" e deu uma sumida, lançando apenas outros compactos. Em 1978 sairia outro Guilherme Lamounier, desta vez pela Som Livre - revelando "Serenatas perfumadas com jasmin", da trilha de Pecado rasgado.

    De lá para cá, pouco se ouviria falar de Lamounier - a não ser por uma ou outra regravação. Seu ultimo disco sairia em 1983, um single com a zoada "Eu gosto é de fazer o que ela gosta". Pouco se sabe sobre a vida de Guilherme hoje, o que ele anda fazendo e se ainda trabalha - pesquisando na internet, é impossível achar informações sobre a vida dele e até mesmo o site Cliquemusic, que possui um bom material para pesquisa sobre MPB, não tem um verbete com o nome do cantor. As fofocas e boatos sobre a vida de Lamounier se acumulam até entre alguns de seus antigos amigos, já que não há muita informação. E Guilherme Lamounier permanece inédito em CD, mesmo com os vários projetos que a WEA vem fazendo para reeditar discos do catálogo da gravadora Continental. Para quem quiser conhecer o álbum, há cópias em CD-R rolando por aí.

    Texto de Ricardo Schott, publicado no site discotecabasica.com.

    Fazer o download de Guilherme Lamounier - Guilherme Lamounier (1973).

    Blow Up - 2nd Album (1971)




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    Faixas:
    01. Hei Brasil
    02. Hello My Baby
    03. I Want You Any Way
    04. Som D'Avenida
    05. Não é Natural
    06. Canção de Quase Um Minuto
    07. Noite e Dia
    08. Expresso 21
    09. Amigo Coração
    10. Tá Cozendo o Tempo
    11. Meu Amigo



    Em 1966, nascia em Santos, no bairro do Macuco, o grupo The Black Cats, formado por Robson (guitarra solo), Hélio (bateria), Tivo (baixo e vocal), Zé Luis (vocal), Nelson (teclado) e Adalberto (guitarra base), com forte influência dos Shadows, Jovem Guarda, Beatles e Bee Gees. A primeira apresentação do grupo foi em setembro de 1965, na TV Excelsior, no programa Almoço Musicado, de Hugo Santana. Na onda beatlemania, começaram a ensaiar e tocar nos bares da região, onde conheceram o cantor e compositor mineiro Zegê (mais tarde conhecido por Zé Geraldo), que os convidou para acompanha-lo em seus shows.

    Em 1968, por já existir outro grupo com o nome de The Black Cats, inclusive patenteado, trocaram o nome para Blow Up, tirado de um filme homônimo de Antonioni. Um ano mais tarde gravam o seu primeiro disco, chamado Blow Up, pela gravadora Caravelle, e participam do filme Se Meu Dólar Falasse, com Grande Otelo e Dercy Gonçalves. O segundo álbum veio em 1971, novamente chamando-se Blow Up, o disco que também é conhecido por Expresso 21, já trazia mudanças da formação inicial, com a entrada de Lobão no vocal, em substituição a Zé Luis. Os dois álbuns integram as listas de mais procurados por colecionadores, inclusive internacionais, sendo que o seugndo tem sua capa publicada no livro 1001 Record Collector Dreams, do austríaco Hans Pokora, e também pode ser visto no site Rato Laser.

    Em 1974, ocorre outra substituição: entra Adalberto no lugar de Dielson, autor da composição de maior sucesso do grupo - Rainbow lançada em 1976 pela Philips. A música entrou na trilha sonora da novela Anjo Mau (primeira versão) e, com ela, o grupo participou do Globo de Ouro da Rede Globo, do programa Fantástico, da mesma emissora, e entrou na compilação Sua Paz Mundial - Volume 4. Em 1974, ganharam o prêmio de melhor banda do estado de São Paulo, segundo a imprensa especializada, entregue no ginásio do C.A. Juventus.

    O Blow Up ainda gravaria mais um compacto Pamela Poon Tang, em 1977. Depois de tentativas frustradas com gravadoras que impunham condições, ou queriam grupos populares no seu elenco, a banda até que tenta fazer um disco independente, mas os obstáculos da época eram muitos e o projeto acaba ficando na gaveta. Em 1988, depois de brigas internas, o Blow Up resolveu encerrar suas atividades. O retorno veio alguns anos depois, com o grupo voltando a se apresentar em clubes e bares de Santos, com um público fiel, que lota todas as suas apresentações.

    A formação atual conta com Lobão (vocal), Hélio (bateria), Marinho (baixo), Lando e Edú (guitarra), Alex Lobinho (sax e flauta) e Oliver Alex (teclado), tocam várias músicas dos Beatles (sua especialidade), Creedence Clearwater Revival, Bee Gees, e até de grupos atuais como R.E.M., entre outros. Atualmente, o grupo se prepara para lançar um álbum ao vivo, sem nenhuma pretensão de retorno ao cenário musical, simplesmente deixar um registro na história cultural do rock nacional.

    Discografia
    • Zegê/The Black Cats (compacto 7", 1968 - Mocambo)
    • Blow Up (LP, 1969 - Carvelle Discos do Brasil)
    • Blow Up (LP, 1971 - Caravelle Discos do Brasil)
    • Rainbow (compacto 7", 1976 - Philips)
    • Pamela Poon Tang (compacto 7", 1977 - Philips)

    Texto de Sérgio Dias, publicado no site Senhor F.

    Fazer o download de Blow Up - 2nd Album (1971).