Monday, June 26, 2006

Pão com Manteiga - Pão com Manteiga (1976)




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Faixas:
01. Mister Drá
02. Merlin
03. Flor Felicidade
04. Micróbio do Universo
05. Montanha Púrpura
06. Multi-Átomos
07. Serzinho Sem Medo
08. Cavaleiro Lancelot
09. História do Futuro


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Perfume Azul do Sol - Nascimento (1974)




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Faixas:
01. 20000 Raios de Sol
02. Sopro
03. Calça Velha
04. Deusa Sombria
05. O Abraço Do Baião
06. Equilíbrio Total
07. Nascimento
08. Pé De Ingazeira
09. Canto Fundo
10. A Ceia



Grupo paulista formado por Ana (voz e piano), Benvindo (voz e violão), Jean (voz e guitarra) e Gil (bateria e vocal). Com visual hippie e psicodelia derivada de ritmos e instrumental regionais, gravaram um único álbum - Nascimento -, pelo selo Chantecler, em 1974. O baixista Pedrão, depois integrou o Som Nosso de Cada Dia, ao lado do ex-Íncríveis, Manito.

Texto de Fernando Rosa, publicado no site Senhor F.

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Thursday, June 22, 2006

Denise Emmer - Canto Lunar (1982)




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Faixas:
01. Canto Lunar
02. Luzes da Cidade
03. Voa Canção
04. Moça de la Mancha
05. Grande Amor
06. O Amor é Leve
07. O Sol
08. Canção de Acender a Noite
09. Estrela no Mar, Peixe no Céu
10. Cama na Calçada



Filha dos escritores Dias Gomes e Janete Clair, Denise Emmer é cantora, compositora, instrumentista e poetisa.

Denise Emmer estudou piano durante oito anos com Werther Politano e iniciou suas primeiras composições aos 10 anos de idade. Ainda no colégio, começou a pesquisar e a compor em português arcaico, sendo dessa época suas canções "Galvan el gran cavalero" e "Aquestas mañanas frias". Em 1980, graduou-se em Física, seguida de uma pós-graduação em Filosofia. Cursou o Conservatório Brasileiro de Música (Violoncelo), onde foi aluna de Paulo Santoro. É autodidata no violão e na flauta doce

Em 1970, suas composições "Pelas muralhas da adolescência" e "Tema verde" fizeram parte da trilha sonora da novela Assim na Terra como no Céu, da Rede Globo.

Ainda na década de 1970, participou, como compositora e cantora, da trilha sonora das seguintes novelas da TV Globo: Bravo! (1975), de Janete Clair, O pulo do gato (1978), de Bráulio Pedroso, e "Pai Herói" (1979), de Janete Clair, com a canção "Alouette".

"Alouette", muito executada nas emissoras de rádio, foi lançada, no ano seguinte, em compacto simples, atingindo a vendagem de 300.000 cópias, o que valeu à cantora um Disco de Ouro e a participação em programas de televisão. Em seguida, gravou um compacto duplo com a versão cantada e a versão instrumental de "Alouette" e contendo ainda as faixas "Chocolat", "Jardineiro" e "Sândalus" (instrumental, com solo de flauta doce executado pela cantora), todas de sua autoria.

Na década de 1980, atuou em produção musical de trilhas de novelas e dos seriados O bem amado e Quarta nobre, na TV Globo.

Em 1980, gravou seu primeiro LP, Pelos caminhos da América. O disco contou com arranjos de Jayme Alem e do Grupo Água, que atuou também na instrumentação, e texto de apresentação de Ferreira Gullar. Nessa época, fez shows com o Grupo Água.

Em 1981, atuando como cantora e instrumentista (violão e flauta doce), lançou o LP Toda cidade é um pássaro, registrando exclusivamente canções de sua autoria. O disco, produzido por Ronaldo B. Vieira, contou com a participação de Alain Pierre (arranjos, baixo acústico, baixo elétrico, violão, percussão e vocal), Paulinho Soledade (arranjos, violão Ovation, guitarra e vocal), Beto Resende (viola), Marcelo Costa (percussão e vocal), Jaques Morelenbaum (violoncelo), Guilherme Dias Gomes (piano), Alfredo Dias Gomes (bateria), Ana Lucia (vocal) e Cecília (vocal).

Em 1983, como cantora e instrumentista (charango, flauta doce, tambor, cravo e flauta doce soprano), gravou o LP Canto lunar, produzido por Ronaldo B. Vieira e com com a participação de Alain Pierre (arranjos, violão, saltério, baixo acústico), Myrna Herzog (flauta doce, flauta doce tenor, kruhm Horns, viola da gamba, violoncelo, vielle), Paulinho Soledade (guitarra), Jaques Morelenbaum (violoncelo), Beto Resende (viola), Freddy Anrique (Bombo Leguero) e Eliahu Feldman (vocal). A música "Canto lunar" mais tarde virou sucesso com o grupo folclórico Tarancon.

Ainda na década de 1980, participou, como compositora e cantora, da trilha sonora das novelas Coração alado (1980), Voltei pra você (1983), e Sinhá moça (1986).

Em 1992, gravou o LP Cantiga do verso avesso, contendo composições próprias e arranjos de Alain Pierre, contando com a participação de Jaques Morelenbaum.

Criou, em 1994, o grupo Trovarte, cantando acompanhada por Ludmila Plitek (violino), Ivan Sérgio Niremberg (viola) e Beto Resende (violão). Com o conjunto, apresentou-se em recitais na Academia Brasileira de Letras, na Casa de Cultura Estácio de Sá e em eventos beneficentes realizados no Rotary Clube, além de atuar em festas e convenções.

No ano seguinte, lançou o CD Cinco movimentos e um soneto, musicando poemas de Ivan Junqueira. O disco contou com a participação de Alain Pierre (arranjos, violão, teclados e alaúde), Jaques Morelenbaum (violoncelo) e Alexandre Caldi (saxofone). Atuou também como tecladista em algumas faixas.

Paralelamente à sua atuação como compositora, cantora e instrumentista, é autora de vários livros como Canções de acender a noite (1982), O inventor de enigmas (1989) e Cantares de amor e abismo (1995), recebendo inúmeros prêmios.

Em 2001, passou a integrar, como violoncelista, a Orquestra Rio Camerata.

Lançou, em 2004, o CD Mapa das horas, atuando como cantora e violoncelista. No repertório, suas composições e a a participação de Alain Pierre (co-produção, arranjos, violão, viola, baixo, alaúde, piano, teclado, organeto medieval, espineta, percussão e voz), Lenora Mendes (flauta doce, viola da gamba, vielle, viela de roda, darback, aduf e tambores), Alexandre Caldi (sax alto), Elza Marins (oboé) e Luciano Rocha (violoncelo barroco).

Discografia:
  • Alouette (1980) Tape Car/Som Livre Compacto simples
  • Denise Emmer (1980) Tape Car/Som Livre Compacto duplo
  • Pelos caminhos da América (1980) Tape Car/Som Livre LP
  • Toda cidade é um pássaro (1981) Independente LP
  • Canto lunar (1983) RGE LP
  • Cantiga do verso avesso (1992) Independente LP
  • Cinco movimentos e um soneto (1995) Leblon Records CD
  • Mapa das horas (2004) Lumiar Discos CD

    Texto adaptado do Dicionário Cravo Albin.

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    Friday, June 16, 2006

    Olívia Byington - Corra o Risco (1978)




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    Faixas:
    01. Fantasma da Ópera
    02. Lady Jane
    03. Corra o Risco
    04. Jardim de Infância
    05. Banda dos Corações Solitários
    06. Cavalo Marinho
    07. Lobo do Mar
    08. Água e Vinho
    09. Brilho da Noite
    10. Minha Pena Minha Dor
    11. Luz do Tango



    Filha de um psicanalista carioca, estudou piano, violino e violão. Dona de grande extensão vocal, cantava óperas e rock na juventude. Nos anos 70 integrou, ao lado do violoncelista Jacques Morelenbaum, a banda Antena Coletiva, que tocava rock de garagem. No final da década lançou um disco ("Corra o Risco", 1978) e fez shows como cantora solo, no Rio de Janeiro, acompanhada pelo grupo A Barca do Sol. Considerada uma cantora refinada e sofisticada pelos críticos desde o início de sua carreira, apresentou-se ao lado de Tom Jobim, Radamés Gnattali, Chico Buarque, Turíbio Santos, Paulo Moura, Egberto Gismonti, João Carlos Assis Brasil. Em 1981 foi a Cuba, a convite de Chico Buarque, e acabou gravando um disco produzido por Silvio Rodrigues. Sem desprezar o rock e confirmando sua postura de eclética, gravou, em seu disco "Música" (1984), rocks de Cazuza e canções de Djavan. Mas em geral é conhecida pelo repertório que inclui Gershwin, Porter, Cartola, Tom Jobim. Em 1990 o disco "Olivia Byington e João Carlos Assis Brasil" teve boa recepção e proporcionou ao duo viagens por todo o Brasil. Nos anos 90 excursionou pela Europa e elaborou um trabalho ao lado do saxofonista Edgar Duvivier, e em 1997 gravou "A Dama do Encantado", em homenagem a Aracy de Almeida, disco aclamado pela crítica.

    Fonte: www.cliquemusic.com.br.


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    Luiza Maria - Eu Queria Ser um Anjo (1975)




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    Faixas:
    01. Na Casca do Ovo
    02. Maya
    03. Tão Quente
    04. O Principe Valente
    05. No Fundo do Poço
    06. Não Corra Atrás do Sol
    07. O Anjo
    08. Miro Giro
    09. Eu Sou Você
    10. Universo e Fantasia

    Extraído do blog Music for the Nations.


    Gravado em 1975, o LP "Eu queria ser um anjo" foi o disco de estréia da cantora carioca Luiza Maria. Produzido por Sérgio de Carvalho, contou com a participação de Jim Capaldi, Lulu Santos, Rick Ferreira, Antonio Adolfo, Chico Batera, Arnaldo Brandão, Gustavo Schroeter, Dadi Carvalho e Mú Carvalho, que atuaram sob produção musical de Sérgio Carvalho e coordenação musical de Rick Ferreira. O repertório é composto, além de músicas próprias, de uma parceria com Paulo Coelho e Rick Ferreira ("Na casca do ovo") e uma composição de Raul Seixas e Paulo Coelho ("O príncipe valente").

    Ainda na década de 1970, Luiza Maria participa como vocalista de shows de Tim Maia (1977) e Ivan Lins (1978), em São Paulo, e da gravação de duas faixas do LP Chão de giz (1976).

    Participou, como cantora e compositora, da trilha sonora da novela Elas por elas (Rede Globo), em 1982, com a música "Música e letra" (c/ Sérgio Natureza), da trilha sonora do filme Fulaninha (1985), de David Neves, com "Linda Star" (c/ Sérgio Natureza), e da trilha sonora da minissérie Contos de verão (Rede Globo), em 1993, com "Água e choro" (c/ Sérgio Natureza).

    Em 1993, lançou o CD Tarântula (Leblon Records), contendo uma cover dos Beatles ("Can’t buy me love") e uma regravação de Noel Rosa ("Último desejo"). O disco teve arranjos assinados por Marcio Montarroyos e Raymundo Nicioli, além da própria cantora, responsável também pela produção.

    Texto adaptado do Dicionário Cravo Albin


    Fazer o download de Luiza Maria - Eu Queria Ser um Anjo (1975).

    Monday, June 05, 2006

    Arnaud Rodrigues - Murituri (1974)




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    Faixas:
    01. Nêga
    02. Esse é Eu
    03. Na Praia de Boa Viagem
    04. Chegou da Bahia
    05. Conscachá, Fimará (Magnífico)
    06. Murituri
    07. Antonio Nepomuceno
    08. Sociedade de Consumo
    09. Tá



    Há alguns anos, ao mesmo tempo que Chico Anísio gravava na Philips o lp "Chico Anísio inaugura o humor dançante", produzido por Nonato Buzar, Arnaud Rodrigues, redator dos programas humoristicos de Chico também fazia um movimentado lp na Copacabana, se não nos enganamos. Agora, quando aparece um novo lp de Chico Anísio pela Continental, em que o inteligente artista conta algumas deliciosas historietas Arnaud ataca novamente como cantor, em lp da mesma gravadora "murituri" (Continental), SLP_10.130 dezembro-73). E não há dúvidas de que Chico Anísio tem razão de manter Arnaud em sua equipe de produção: afinal, a versatilidade do moço é impressionante e ele compôs as músicas para este álbum - com diferentes parceiros (Antônio de Jesus/Sebastião Valentim, entre os desconhecidos; o próprio Chico e Arthur Verocai, entre os famosos) - como se estivesse escrevendo um screen-play para "Chico City". Assim é que vai desde um gostoso sambão ("Nega") a uma música espiritualista, na mais comercial linha "Superstar" em "Murituri", com versos surradíssimos ("A verdade brotara/A semente explode a terra/Mas se não acontecer/Faz de conta") passando até pelo rítmo nosdestinos em "Antônio Nepomuceno" (onde não teve parceiros). O que prova este LP é a criatividade de Arnaud um moço que sabendo dominar as palavras, razoável voz e convocando bons maestros para os arranjos - Otávio e Verocai - realizou um LP agradável, que utilizando os próprios títulos de suas músicas poderia-se dizer: "Esse e Eu" que "Tá" aí a "Sociedade de Consumo". Consumam(se)!

    Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente no jornal Estado do Paraná, em 14/03/1974.


    Fazer o download de Arnaud Rodrigues - Murituri (1974).

    Thursday, June 01, 2006

    Liverpool - "Marcelo Zona Sul" soundtrack (1970)




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    Faixas:
    01. Renata
    02. Dança da Chuva
    03. Canção da Volta
    04. Marcelo
    05. Fossa de Marcelo
    06. Excinting Posters
    07. Hei Menina*
    08. Fale*


    (*) bonus tracks, from Liverpool Sound single (1971)

    Fazer o download de Liverpool - "Marcelo Zona Sul" soundtrack (1970).

    Terreno Baldio - Além das Lendas Brasileiras (1977)




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    Faixas:
    01. Caipora
    02. Saci-Pererê
    03. Passaredo
    04. Primavera
    05. Lobisomem
    06. Curupira
    07. As Amazonas
    08. Iara
    09. Negrinho do Pastoreio



    Parafernália montada! Do outro da rua, a Igreja do Calvário, antiga tenda, oferecia o cenário propício. Confusão de câmera, gravador, cabos, bloquinhos e laptop para iniciar a entrevista exclusiva com Roberto Lazzarini e João Kurk, teclas e voz do grupo mais vanguardista do prog nacional. Numa animada troca de idéias de duas horas, eles revelaram algumas das pitorescas histórias de seus 42 anos de amizade e da trajetória do Terreno Baldio da “bélle epoque” dos anos 70 até nossa atual “belle merde”

    Islanders, do hard ao progressivo

    Divergindo da maioria dos grupos de baile da época que tinham em seu set músicas radiofônicas, o Islanders - formado por Rodolfo Ayres Braga e Joaquim Correa, além de Lazzarini e Kurk - se orgulhava de tocar o lado B dos discos importados que colecionavam. “No dia em que morreu o Hendrix a gente fez uma homenagem. Coitado do cara que foi lá pra dançar”, nos diz entre risos Lazarini possuidor da coleção inteira de LPs do renomado guitarman, declaradamente sua maior influência, independente de ser pianista. Kurk ressalta que importava os discos que não chegavam aqui, e ao rodar a bolacha logo procurava as músicas “mais ferradas” e que viriam a ser parte do set list dos Islanders.

    Grande era a euforia entre os músicos freqüentadores de bailes como o do Círculo Militar, que esperavam pra ouvir o melhor do hard e do progressivo - tal agitação já punha o Islanders no caminho da troca de sonoridade. “Tudo foi muito rápido de 72 a 76”, Lazzarini se refere às mudanças e assimilações de um som pesado, mas já experimental de Hendrix, rumo às sendas da fusão do rock, jazz e música erudita. Outro fator que direcionou tais mudanças foi a audição do álbum Three Friends do Gentle Giant, emprestado pelo baterista de um projeto de Egídeo Conde junto de João Kurk – um rock direcionado por Free e Jeff Beck. A audição “era uma coisa diferente e me bateu muito forte. Ali eu quis me embrenhar no mundo progressivo”, recorda Kurk. Logo o guitarrista Mozart Mello e o baixista João Ascenção foram recrutados junto a banda Fush; Deu-se asas a criatividade e iniciou-se o mito do Gentle Giant brasileiro!

    Preparando o Terreno

    Já como Terreno Baldio, o grupo fez parte do festival do Colégio Objetivo. “Eram seis bandas. Depois da gente ninguém mais quis tocar” lembra Lazzarini; “Não queríamos fazer um som na linha do Pink Floyd, com atmosferas e sintetizadores, o lance era tocar de verdade, usar contraponto, fuga e polirritmia.” Não só o publico do colégio se impressionou com as composições terrenistas; Césare Benvenuti, empresário italiano, estava na platéia e se apressou em convidar o grupo pra gravar um disco. “Os shows eram concorridos, a galera estava a fim de algo diferenciado.” Distribuídos em três contos, a trajetória do ser vigilante e os traços do terreno baldio eram contadas: Aquelôo, Pássaro Azul e Terreno Baldio. “A gente queria fazer rock com substância, algo com começo, meio e fim”. Os capítulos dos temas desenvolvidos pela banda necessitariam de, no mínimo, dois discos, sendo o debut um recorte dos três shows; Ficaram de fora peças importantes como “Relógio de Sol”, “Velho Espelho” e “Aquelôo”, retomadas na regravação do primeiro dis- co em 94, com letras em versão inglesa, e contando com a contribuição do blueseiro André Christóvam na transcrição.

    Naquela época era grande a procura de empresários e produtores por bandas que faziam rock em português, visando atender a demanda do novo mercado que surgia. Correndo atrás de um contrato, Césare esquematizou uma gravação no então novo e bem equipado estúdio Pirata, de Aurino Araújo, fazendeiro irmão de Eduardo Aráujo. “Mesmo em meio a dúvidas faltei numa prova de Resistência de Materiais na faculdade de Engenharia para participar das sessões de gravação”, conta Lazzarini que chegou a formar-se na área. O disco foi gravado dentro dos padrões setentistas: ao vivo em 4 canais e com poucos overdubs. Quem operou a mixagem foi Alan Krauss, “um gênio, um crânio”, segundo Lazarini. Na música Lou- curas de Amor, “faça-me sofrer, mais uma vez”, um aparente delay programado surge nas repetições de “uma vez”; Aparente, pois esse efeito foi produzido a partir de corte e colagem nas fi tas de rolo, manualmente. A “bolacha” saiu pelo selo Pirata Gravações Musicais e Benvenuti não pode assinar a produção por problemas contratuais (na época ele trabalhava para a Continental), quem figura no encarte é Arnaldo Sarcomani mesmo sem ter tido participação no primeiro álbum do grupo.

    Muito Além das Lendas Brasileiras

    Mais uma vez Benvenuti aparece na história do grupo e os leva para gravadora a Continental em 1976. Conseguindo lançar um grupo que fizesse sucesso ele teria mais espaço dentro da empresa para trabalhar com grupos mais arrojados, de praxe, o Terreno entrou nesta última categoria. Falar da mitologia brasileira foi projeto de Lazarini que pesquisava, na época, o tema. Dentro da banda, as mudanças eram profundas. A urgência de mesclar o som progressivo com elementos da música brasileira e a saída de João Ascenção, substituído por Rodolfo Ayres Braga, eram dificuldades a ser superadas para a realização do segundo registro. Orlando Beghelli, escritor indicado pela gravadora, ajudou no desen- volvimento das letras do disco, nomeado por Kurk. O processo de gravação em 16 canais, no Vice Versa, abriu novas possibilidades de arranjos e overdubs, confundindo os rapazes, acostumados aos 4 canais. Mesmo não satisfeitos com o resultado da mixagem final, Kurk e Lazarini apreciam o disco que ainda teve participação de Nelson Gerab no violino, Fabio Gasparini no cello e Claudio Bernardes no baixo acústico.

    Segundo disco na mão, e seis meses de espera pra um show de lançamento. O empresário de Belchior, Jorge Mello, se encarregou de trabalhar com o Terreno Baldio, o fato imprevisível foi o cantor - até então desconhecido - ter estourado junto de Elis Regina em “Como nossos pais”; o resultado disso foi o sumiço de Jorge e o conseqüente arquivamento do material de Além das Lendas Brasileiras. Tanto tempo parado não prejudicou o bom lançamento do disco, ocorrido no Teatro Ruth Escobar, auxiliado pelo empréstimo dos equipamentos de Eduardo Araújo. Existe um registro do espetáculo, em fita K7, guardado com Rodolfo Braga, que comprova a qualidade do mesmo. Marcante, o concerto recebeu convidados de pompa: “Puta som hein, garotos?”, reagiu Elis Regina frente ao arquitetado som. Ainda divulgando o LP, fecharam com um empresário da Traipú Produções uma série de shows com os Tarântulas, um grupo de samba e Lee Jackson, que “era um cara que fazia um rock bem chocolate”, palavras de Lazzarini. A “salada sonora” e a junção de diferentes tribos resultava num desagrado geral, mas rendeu divertidas histórias, esta uma lembrança de João Kurk: “Certa vez tocamos no Clube Alemão de Pirituba, na platéia, tinha uma moça dançando Quando as coisas ganham vida, que é uma música que não dá nem pra bater o pé, tamanha a mudança das fórmulas de compasso.

    Texto de André Mainardi e Lucas Rodrigues de Campos, originalmente publicado no Jornal Coletivo sÓ.

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    Marcos Valle - Vento Sul (1972)




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    Faixas:
    01. Revolução Orgânica
    02. Malena
    03. Pista 02
    04. Vôo Cego
    05. Bôdas de Sangue
    06. Democústico
    07. Vento Sul
    08. Rosto Barbado
    09. Mi Hermoza
    10. Paisagem de Mariana
    11. Deixa o Mundo e o Sol Entrar



    Marcos Valle radicalizou de vez em Vento Sul, o disco mais experimental de sua carreira. Sambas psicodélicos invadiram o repertório, composto em uma aldeia hippie e gravado com integrantes do grupo O Terço. A temática das letras passeia por climas bucólicos, com muitas referências ao ar, à liberdade e à paz. Apesar disso, "Revolução Orgânica" abre o disco com guitarras pesadas e falando de morte. Depois é só calmaria. "Vôo Cego" poderia fazer parte do repertório mais espacial do Grateful Dead, enquanto "Deixa O Mundo E O Sol Entrar", um folk-rock de primeira, chega a emocionar.

    Ainda há canções mais inusitadas como "Rosto Barbado" e "Vento Sul", dois belos hinos hippies, a assustadora "Democústico" e a mezzo balada, mezzo hard-rock "Mi Hermoza", cantada quase toda em falsete.

    Vento Sul é um disco de rompimento com a música brasileira tradicional e assustou muita gente. Tornou-se de cara um clássico esquecido do rock brasileiro.

    Texto de Leonardo Bomfim, publicado no site The Freakium!.


    Fazer o download de Marcos Valle - Vento Sul (1972).