Monday, November 26, 2007

Márcio Greyck - Márcio Greyck (1968)
com The Bubbles




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Faixas:
01. Beija-me Agora
02. Bonitinha
03. Quero Chorar
04. Espero Chover
05. Os Velhinhos
06. Mundo Vazio
07. Palavras
08. De Como um Adolescente Voltou
09. Mamãe me Ensinou
10. Sem Notar
11. Por Quem Foi Embora
12. Devolva Você Prá Mim



Trecho de entrevista de Márcio Greyck publicada no portal Jovemguarda.com.br

As gravações de seu primeiro LP foram divididas em duas partes, com sessões com os Brazilian Bitles e outras com uma orquestra.
Sim, a orquestra da Polydor com arranjos de Guerra Peixe e participações de músicos como Sérgio Carvalho (teclados) e Wilson das Neves (bateria). O primeiro compacto havia sido somente com Guerra Peixe, mas para fazer o LP - já que os Brazilian Bitles também gravavam lá - eu resolvi aproveitar pra fazer algo mais tchan em algumas bases - "Lucy In The Sky With Diamonds", "She'd Rather Be With Me", "Gosto de Você e Você de Mim Também" etc. Foi praticamente produzido pelo Carlos Wallace, que também fez todas as letras das versões e escolheu o repertório comigo. Em "Penny Lane", tivemos que mexer na rotação para que o trompete pudesse alcançar o tom e o timbre da gravação original dos Beatles, já que eles haviam utilizado um instrumento que não havia aqui no Brazil. Fernando Lobo escreveu a contracapa, eu era uma "nova dimensão do iê iê iê" e saí em matéria de duas páginas na revista "O Cruzeiro".

Ronnie Von também estava na mesma praia, com a música barroca.
Exato, mas eu tenho isso até hoje. Eu sou barroco até hoje. Eu tive que me "prostituir" um pouco, porque a gente tem que sobreviver e no Brasil - sabe como é que é - você brinca até um certo ponto, mas depois você tem que levar a sério... senão morre de fome! (rindo) Eu, pra cantar "Penny Lane", "Eleanor Rigby" e "When I'm Sixty-Four", viajando pelo Nordeste, cara, você não sabe as histórias que eu tenho pra contar... porque era brincadeira! Pra você ter uma idéia, uma vez eu cheguei num lugar pra ensaiar lá e simplesmente me chegou um grupo formado por violão levemente eletrificado, uma zabumba, uma sanfona e um pandeirinho. E o cara ainda falou: "Pode dar confiança, porque esse cabra é o maior acompanhador aqui do Nordeste! Ele já acompanhou Waldick Soriano, Núbia Lafayette e Bartô Galeno!" E eu tive que puxar meu violão elementar para cantar "Penny Lane", pra salvar os cachês. Então eu pensei: "Esse negócio tá meio complicado, eu preciso popularizar um pouco o meu trabalho... pra poder minha performance ao vivo" E aí foi quando eu misturei um pouco, mas depois eu consegui fazer minha grande realização - que foi o LP "Corpo e Alma", que eu fiz pela CBS em 1971 e do qual eu tenho o maior orgulho. Aliás, devo a você este relançamento em CD.


Voltando lá atrás, depois daquele primeiro compacto em 1967, o que aconteceu com seu primeiro LP?
Vendeu bem... especialmente no Nordeste, acima de 40 mil cópias. Fiz um segundo disco, que também vendeu bem... 30 e poucos mil.

O segundo LP já foi gravado com The Bubbles.
Sim, eu gostava muito dos Bubbles e nós ficamos amigos. Eu gostava do estilo deles, eu achava que eles estavam mais dentro das características que a minha perspectiva alcançava do que os próprios Brazilian Bitles, que começaram a gravar Pára Pedro - fugindo muito da idéia. Eles estavam muito comercializados, mas os Bubbles não - eles tinham uma postura Beatles. Nós fizemos uma festa no estúdio, gravando as bases... e as fotos da contracapa mostram isso.

Este segundo disco ainda teve Guerra Peixe.
Sim, ele ainda prosseguiu comigo por mais algum tempo.

Mas como foi ter um disco produzido por Durval Ferreira, um cara totalmente ligado na Bossa Nova etc?
É verdade, mas o Durval me deixo bem à vontade - como se eu fosse o produtor. A Polydor era um selo dentro da Philips - que tinha era o cast da MPB e era o templo da MPB. Mas eles tinham este selo, que visava concorrer com a CBS na coisa jovem da Jovem Guarda. Uma coisa jovem e despretensiosa, culturalmente falando... A minha influência era internacional, eu gravei "A Whiter Shade Of Pale" e "Can't Take My Eyes Off You" porque ainda não tinha uma base pra compor e desenvolver um trabalho autoral. As letras das versões condiziam com minha imagem juvenil e eu gostava, então gravava... mas meio que constrangido, doido pra começar a compor... porque aquele negócio de versão já me incomodava, entendeu? Mas o destino já estava fadado.

Leia a entrevista completa.

Fazer o download de Márcio Greyck - Márcio Greyck (1968).